Soluções para a Quinta da Fonte
Ganha a Câmara de Loures, o PS virou costas à Quinta da Fonte e, há menos de ano e meio, a maioria PS/PSD rejeitou uma proposta dos vereadores da CDU, que ontem voltaram a apresentar soluções para os problemas do bairro.
Desde 2001 não houve investimentos no bairro
Defendendo que «é preciso responder com firmeza e competência ao problema», a CDU de Loures decidiu apresentar ontem, na reunião da Câmara, uma proposta com três pontos:
- Obter o compromisso do Governo para a criação urgente de um posto policial no Bairro da Quinta da Fonte, em instalações a ceder pela Câmara e adequadamente dotado de meios humanos e materiais;
- Elaborar urgentemente um plano integrado de apoio, envolvendo as várias entidades responsáveis, municipais e governamentais, dirigido em particular à infância, juventude e formação profissional;
- Constituir uma Comissão de Administração e Gestão do Bairro, eleita pelos moradores e com representantes da Câmara de Loures e da Junta de Freguesia da Apelação.
Numa nota divulgada terça-feira à comunicação social, a CDU de Loures lembra que «até finais de 2001, na Quinta da Fonte viviam realojados moradores de várias etnias, a par de outros moradores nos prédios de habitação cooperativa», e «a convivência era existente e os problemas eram identificados e controlados».
Mas, «após ter ganho a maioria na Câmara de Loures, o PS virou costas ao Bairro da Quinta da Fonte», acusa a coligação, referindo que «nenhum investimento foi realizado em sete anos, não se penalizou ninguém pelo vandalismo crescente das habitações, negligenciou-se a manutenção, reduziu-se ao mínimo os projectos de acompanhamento social, desvalorizou-se a importância da presença policial, que se foi reduzindo progressivamente».
Para o PS, valeu sobretudo a ideia de que «aquela gente não dá votos, logo é melhor ignorar o que ali se passa», acusa a CDU, condenando tal postura, que «abriu caminho ao oportunismo descarado de alguns moradores, fez crescer a insatisfação e o desânimo daqueles que queriam contribuir positivamente para a comunidade, reforçou o sentimento de impunidade dos que assumem comportamentos marginais e até criminosos».
Além de outras intervenções anteriores, nos órgãos da freguesia e do concelho e no Parlamento, em Março de 2007, após acontecimentos semelhantes aos ocorridos dia 10 de Julho, mas de menor gravidade, a CDU propôs na CML uma série de medidas para responder à grave situação de insegurança no bairro e na freguesia. Foi sugerido, nomeadamente: que a Câmara cedesse instalações para instalação de um destacamento da PSP, no Bairro da Quinta da Fonte, sem prejuízo da construção da prevista esquadra de Camarate, e reclamando do ministro da Administração Interna que aquele destacamento tivesse os necessários meios humanos; que fosse constituído um grupo de trabalho com técnicos municipais, da Segurança Social e representantes das forças de segurança, com a missão de avaliar a situação e apresentar em três meses um plano de intervenção para responder aos problemas de integração social de grande parte dos moradores do bairro.
Nessa altura, o presidente da Câmara e a maioria PS/PSD que o apoia rejeitaram a proposta da CDU. A irresponsabilidade e a incompetência impediram-nos de ver o potencial de violência que estava a ser gerado, a tensão que se estava a acumular e a urgência das medidas que se impunham – comenta agora a coligação PCP/PEV.
Uma oportunidade valiosa
A construção dos acessos à Expo '98 colocou, em 1996 a urgência de realojar moradores em barracas e outras construções, instaladas nos terrenos destinados àquelas infraestruturas. A decisão então tomada foi a de comprar uma parte dos prédios em construção para habitação cooperativa, no Bairro da Quinta da Fonte.
Desde o início que a Câmara Municipal de Loures, então dirigida pela CDU, alertou para a necessidade de complementar o alojamento com equipamentos de ocupação dos tempos livres, jardim de infância, zonas verdes, centro cultural - apoios indispensáveis para a integração dos novos moradores. A Câmara entendeu também como fundamental implementar um programa integrado, para promover projectos de inserção social, com particular incidência junto dos moradores mais jovens.
Dando a maior relevância à segurança pública, a Câmara de então insistiu junto do Governo para a construção de uma esquadra da PSP na zona e cedeu terreno municipal para o efeito em Camarate, a par de persistir no policiamento de proximidade dentro do bairro.
«Apesar destas preocupações nem sempre terem tido a adequada receptividade dos governos (inicialmente do PSD e depois do PS), foi possível até final de 2001, ano em que a CDU perdeu a Presidência da Câmara para o PS, construir os equipamentos em falta, com recurso a fundos nacionais, comunitários e da própria Câmara, manter em funcionamento um programa de apoio social, com meios essencialmente municipais, e assegurar uma presença regular das forças policiais», recorda a coligação, na nota que divulgou anteontem à comunicação social.
Reconhecendo que «era evidente que a integração social não se faria de um dia para o outro, havia moradores que desenvolviam comportamentos anti-sociais que tinham de ser reprimidos», a CDU realça que «a situação era acompanhada, monitorizada, havia intervenção da Câmara e das restantes instituições, havia razões para confiar que com muito trabalho e empenhamento os problemas se poderiam resolver».
«De importância fundamental, em qualquer reflexão que sobre o assunto se faça», é o facto de que «à população realojada tinha sido atribuída uma casa confortável, com espaços exteriores cuidados e dotado de equipamentos sociais», refere ainda a CDU, lembrando que aquelas famílias tiveram uma oportunidade que a generalidade dos cidadãos não teve.
- Obter o compromisso do Governo para a criação urgente de um posto policial no Bairro da Quinta da Fonte, em instalações a ceder pela Câmara e adequadamente dotado de meios humanos e materiais;
- Elaborar urgentemente um plano integrado de apoio, envolvendo as várias entidades responsáveis, municipais e governamentais, dirigido em particular à infância, juventude e formação profissional;
- Constituir uma Comissão de Administração e Gestão do Bairro, eleita pelos moradores e com representantes da Câmara de Loures e da Junta de Freguesia da Apelação.
Numa nota divulgada terça-feira à comunicação social, a CDU de Loures lembra que «até finais de 2001, na Quinta da Fonte viviam realojados moradores de várias etnias, a par de outros moradores nos prédios de habitação cooperativa», e «a convivência era existente e os problemas eram identificados e controlados».
Mas, «após ter ganho a maioria na Câmara de Loures, o PS virou costas ao Bairro da Quinta da Fonte», acusa a coligação, referindo que «nenhum investimento foi realizado em sete anos, não se penalizou ninguém pelo vandalismo crescente das habitações, negligenciou-se a manutenção, reduziu-se ao mínimo os projectos de acompanhamento social, desvalorizou-se a importância da presença policial, que se foi reduzindo progressivamente».
Para o PS, valeu sobretudo a ideia de que «aquela gente não dá votos, logo é melhor ignorar o que ali se passa», acusa a CDU, condenando tal postura, que «abriu caminho ao oportunismo descarado de alguns moradores, fez crescer a insatisfação e o desânimo daqueles que queriam contribuir positivamente para a comunidade, reforçou o sentimento de impunidade dos que assumem comportamentos marginais e até criminosos».
Além de outras intervenções anteriores, nos órgãos da freguesia e do concelho e no Parlamento, em Março de 2007, após acontecimentos semelhantes aos ocorridos dia 10 de Julho, mas de menor gravidade, a CDU propôs na CML uma série de medidas para responder à grave situação de insegurança no bairro e na freguesia. Foi sugerido, nomeadamente: que a Câmara cedesse instalações para instalação de um destacamento da PSP, no Bairro da Quinta da Fonte, sem prejuízo da construção da prevista esquadra de Camarate, e reclamando do ministro da Administração Interna que aquele destacamento tivesse os necessários meios humanos; que fosse constituído um grupo de trabalho com técnicos municipais, da Segurança Social e representantes das forças de segurança, com a missão de avaliar a situação e apresentar em três meses um plano de intervenção para responder aos problemas de integração social de grande parte dos moradores do bairro.
Nessa altura, o presidente da Câmara e a maioria PS/PSD que o apoia rejeitaram a proposta da CDU. A irresponsabilidade e a incompetência impediram-nos de ver o potencial de violência que estava a ser gerado, a tensão que se estava a acumular e a urgência das medidas que se impunham – comenta agora a coligação PCP/PEV.
Uma oportunidade valiosa
A construção dos acessos à Expo '98 colocou, em 1996 a urgência de realojar moradores em barracas e outras construções, instaladas nos terrenos destinados àquelas infraestruturas. A decisão então tomada foi a de comprar uma parte dos prédios em construção para habitação cooperativa, no Bairro da Quinta da Fonte.
Desde o início que a Câmara Municipal de Loures, então dirigida pela CDU, alertou para a necessidade de complementar o alojamento com equipamentos de ocupação dos tempos livres, jardim de infância, zonas verdes, centro cultural - apoios indispensáveis para a integração dos novos moradores. A Câmara entendeu também como fundamental implementar um programa integrado, para promover projectos de inserção social, com particular incidência junto dos moradores mais jovens.
Dando a maior relevância à segurança pública, a Câmara de então insistiu junto do Governo para a construção de uma esquadra da PSP na zona e cedeu terreno municipal para o efeito em Camarate, a par de persistir no policiamento de proximidade dentro do bairro.
«Apesar destas preocupações nem sempre terem tido a adequada receptividade dos governos (inicialmente do PSD e depois do PS), foi possível até final de 2001, ano em que a CDU perdeu a Presidência da Câmara para o PS, construir os equipamentos em falta, com recurso a fundos nacionais, comunitários e da própria Câmara, manter em funcionamento um programa de apoio social, com meios essencialmente municipais, e assegurar uma presença regular das forças policiais», recorda a coligação, na nota que divulgou anteontem à comunicação social.
Reconhecendo que «era evidente que a integração social não se faria de um dia para o outro, havia moradores que desenvolviam comportamentos anti-sociais que tinham de ser reprimidos», a CDU realça que «a situação era acompanhada, monitorizada, havia intervenção da Câmara e das restantes instituições, havia razões para confiar que com muito trabalho e empenhamento os problemas se poderiam resolver».
«De importância fundamental, em qualquer reflexão que sobre o assunto se faça», é o facto de que «à população realojada tinha sido atribuída uma casa confortável, com espaços exteriores cuidados e dotado de equipamentos sociais», refere ainda a CDU, lembrando que aquelas famílias tiveram uma oportunidade que a generalidade dos cidadãos não teve.