Um passo tímido
Questão que acabou por assumir relevância no debate foi a da taxa sobre os lucros especulativos das petrolíferas. José Sócrates apresentou-a como uma «taxa excepcional sobre as mais-valias potenciais das empresas petrolíferas, resultante da actual escalada de preços», situando-a como uma «tributação autónoma» de 25 por cento, igual à taxa de IRC. Trata-se, no fim de contas, de uma medida em tudo idêntica à recentemente proposta pelo PCP visando tributar o lucro especulativo das petrolíferas obtido pelo chamado efeito stock. Apenas com uma diferença, embora de fundo: é que a proposta comunista ia bastante mais longe no valor da tributação, não se confinando aos 25 por cento agora defendidos pelo Governo.
Por isso, no debate, Jerónimo de Sousa considerou baixa a taxa defendida pelo Governo e desafiou-o a aplicar uma taxa de 50 ou 60 por cento capaz de «travar as apetências das petrolíferas». Disse mesmo que, com uma taxa tão tímida, o Governo corria o risco de levar as petrolíferas a pensar que «o crime compensa».
«O senhor primeiro-ministro limita-se a tirar uma pequena ‘tranche’ quando a proposta do PCP visava baixar os combustíveis, combatendo a especulação», sustentou o líder comunista, para quem este é, pois, «um tímido passo que vem mais ao encontro dos interesses das petrolíferas do que das necessidades objectivas do povo português».
Por isso, no debate, Jerónimo de Sousa considerou baixa a taxa defendida pelo Governo e desafiou-o a aplicar uma taxa de 50 ou 60 por cento capaz de «travar as apetências das petrolíferas». Disse mesmo que, com uma taxa tão tímida, o Governo corria o risco de levar as petrolíferas a pensar que «o crime compensa».
«O senhor primeiro-ministro limita-se a tirar uma pequena ‘tranche’ quando a proposta do PCP visava baixar os combustíveis, combatendo a especulação», sustentou o líder comunista, para quem este é, pois, «um tímido passo que vem mais ao encontro dos interesses das petrolíferas do que das necessidades objectivas do povo português».