Medidas curtas

A marcar o debate esteva ainda a tentativa de José Sócrates de fazer passar a ideia de que as suas actuais preocupações estão fundamentalmente direccionadas para fazer face às dificuldades sentidas pelos estratos mais desprotegidos e fragilizados.
Vai daí o anúncio, que serviu de abertura a telejornais, de medidas de carácter social como a criação do passe escolar nos transportes públicos (entre os 4 e os 18 anos) e o alargamento da acção social escolar nos ensinos básico e secundário, tudo em ordem, enfatizou, a «apoiar as famílias em mais uma das suas despesas básicas». Em direcção idêntica afirmou ir também a descida do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), igualmente anunciado com grande pompa, bem como o aumento do valor dedutível em sede de IRS relativo às despesas com habitação para os contribuintes com menores rendimentos.
Embora de sentido positivo, sem margem para dúvidas, a verdade é que tais medidas são claramente insuficientes e ficam muito aquém da gravidade dos problemas e da dimensão da crise.
Não representam, sobretudo, nenhuma inflexão nas linhas mestras da política do Governo, de que tem resultado um descarado favorecimento dos poderosos, nomeadamente do capital financeiro e dos grandes grupos económicos, sugadores imparáveis de riqueza à custa da sobre-exploração do trabalho.


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