PCP denuncia intensificação da exploração
Os «100 anos de luta e resistência dos trabalhadores da CUF» foram assinalados, sábado, no Barreiro, num comício onde participaram centenas de pessoas, entre as quais muitos ex-trabalhadores.
O Governo optou por se colocar do lado dos poderosos
Jerónimo de Sousa, presente na iniciativa, começou, aliás, por saudar esta a luta «exaltante» contra a exploração e pela liberdade, que «deu ao Barreiro o justo título de baluarte da resistência ao fascismo e da luta pela liberdade». Entretanto, aos que exaltam a contribuição dos senhores da CUF «para o desenvolvimento do Barreiro e do país», o secretário-geral do PCP lembrou que o problema não está em negar isso mas no facto de a história da construção desse império «nada ter de filantropia», tendo assentado, sim, na «brutal exploração de milhares e milhares de trabalhadores; baixos salários, precariedade de trabalho, ritmos de trabalho intenso».
De facto, «o historial da perseguição aos trabalhadores e às suas organizações é imenso», sublinha Jerónimo de Sousa, e Alfredo da Silva, fundador da CUF, «destacou-se no combate à implementação do horário das 8 horas diárias» e respondia às greves «com despedimentos massivos, lock-out, recurso às forças repressivas». Basta dizer que, durante mais de 30 anos, manteve no interior da CUFF um destacamento da GNR «que, chamada para reprimir as greves de 43, aqui ficou até ao 25 de Abril». O Barreiro era, na prática», uma terra «permanentemente vigiada e ocupada».
Aliás, para Jerónimo de Sousa, a CUF é o exemplo «mais acabado» do processo de desenvolvimento do capital monopolista português», utilizando o aparelho de Estado «como instrumento determinante para a concentração e centralização do capital, como instrumento coercivo, extra económico para a intensificação da exploração».
Por isso, os que procuram responsabilizar o 25 de Abril pela destruição do legado industrial e tecnológico da CUF estão a falsificar a verdade histórica, já que a defesa da liberdade e do regime democrático, a melhoria das condições de vida do nosso povo, impunha não apenas a liquidação do poder político do fascismo mas também do poder económico dos monopólios, os seus principais apoiantes e beneficiários.
Destruição do aparelho produtivo
Para Jerónimo de Sousa, não foi a revolução de Abril nem as nacionalizações que abriram caminho à destruição do aparelho produtivo, foram as privatizações praticadas pelos governos do PSD e do PS. E o que hoje se vê é de novo os Melos na banca, nos seguros, na saúde, na química, nos transportes, construindo um novo império económico-financeiro. E a experiência mostra que «quanto mais se reforçam os grupos económicos e financeiros, mais se agravam as condições de vida dos trabalhadores, maior é a privação de direitos, maiores os perigos para a liberdade», o que é tanto mais actual quanto se assiste a uma ofensiva de cada vez maior amplitude e profundidade. De facto, o Governo PS não deixou de fora nenhuma vertente do regime democrático, nem a própria soberania, parcelarmente alienada com a aprovação do Tratado Europeu. E aí está a aumentar o desemprego e a precariedade – que já abrange mais de 1 milhão e 200 mil trabalhadores –; a desvalorização dos salários, das pensões e reformas; o desespero de milhares de pequenos e médios comerciantes, agricultores e industriais; a pobreza a atingir cerca de 2 milhões de portugueses.
Mas se o Governo PS conseguiu ao longo de três anos refugiar-se no défice das contas públicas, culpar a direita (e nunca a génese da sua política) e, por fim, a crise internacional, agora a sua propaganda «já não chega para esconder a realidade»: a economia está a «patinar» e as previsões fracassaram relativamente ao crescimento, à inflação, ao investimento, às exportações, ao nível da dependência do estrangeiro designadamente no que respeita à segurança alimentar.
O Governo optou por se colocar do lado dos poderosos, contra quem trabalha e quem menos tem, mas enganou-se também quanto à força e dimensão da resistência do protesto e da luta dos trabalhadores e das populações – de que a manifestação de 5 de Junho foi um exemplo elucidativo – e quanto à determinação e acção
PCP que, «mesmo contra a corrente e a opinião dominante nunca baixou os braços» nem abdicou de lutar pela mudança de rumo na política nacional.
É por isso, conclui Jerónimo de Sousa, que os mesmos que há 4 anos passavam certidões de óbito ao PCP hoje expressam de forma explícita ou implícita o seu medo pelo crescimento do PCP.
De facto, «o historial da perseguição aos trabalhadores e às suas organizações é imenso», sublinha Jerónimo de Sousa, e Alfredo da Silva, fundador da CUF, «destacou-se no combate à implementação do horário das 8 horas diárias» e respondia às greves «com despedimentos massivos, lock-out, recurso às forças repressivas». Basta dizer que, durante mais de 30 anos, manteve no interior da CUFF um destacamento da GNR «que, chamada para reprimir as greves de 43, aqui ficou até ao 25 de Abril». O Barreiro era, na prática», uma terra «permanentemente vigiada e ocupada».
Aliás, para Jerónimo de Sousa, a CUF é o exemplo «mais acabado» do processo de desenvolvimento do capital monopolista português», utilizando o aparelho de Estado «como instrumento determinante para a concentração e centralização do capital, como instrumento coercivo, extra económico para a intensificação da exploração».
Por isso, os que procuram responsabilizar o 25 de Abril pela destruição do legado industrial e tecnológico da CUF estão a falsificar a verdade histórica, já que a defesa da liberdade e do regime democrático, a melhoria das condições de vida do nosso povo, impunha não apenas a liquidação do poder político do fascismo mas também do poder económico dos monopólios, os seus principais apoiantes e beneficiários.
Destruição do aparelho produtivo
Para Jerónimo de Sousa, não foi a revolução de Abril nem as nacionalizações que abriram caminho à destruição do aparelho produtivo, foram as privatizações praticadas pelos governos do PSD e do PS. E o que hoje se vê é de novo os Melos na banca, nos seguros, na saúde, na química, nos transportes, construindo um novo império económico-financeiro. E a experiência mostra que «quanto mais se reforçam os grupos económicos e financeiros, mais se agravam as condições de vida dos trabalhadores, maior é a privação de direitos, maiores os perigos para a liberdade», o que é tanto mais actual quanto se assiste a uma ofensiva de cada vez maior amplitude e profundidade. De facto, o Governo PS não deixou de fora nenhuma vertente do regime democrático, nem a própria soberania, parcelarmente alienada com a aprovação do Tratado Europeu. E aí está a aumentar o desemprego e a precariedade – que já abrange mais de 1 milhão e 200 mil trabalhadores –; a desvalorização dos salários, das pensões e reformas; o desespero de milhares de pequenos e médios comerciantes, agricultores e industriais; a pobreza a atingir cerca de 2 milhões de portugueses.
Mas se o Governo PS conseguiu ao longo de três anos refugiar-se no défice das contas públicas, culpar a direita (e nunca a génese da sua política) e, por fim, a crise internacional, agora a sua propaganda «já não chega para esconder a realidade»: a economia está a «patinar» e as previsões fracassaram relativamente ao crescimento, à inflação, ao investimento, às exportações, ao nível da dependência do estrangeiro designadamente no que respeita à segurança alimentar.
O Governo optou por se colocar do lado dos poderosos, contra quem trabalha e quem menos tem, mas enganou-se também quanto à força e dimensão da resistência do protesto e da luta dos trabalhadores e das populações – de que a manifestação de 5 de Junho foi um exemplo elucidativo – e quanto à determinação e acção
PCP que, «mesmo contra a corrente e a opinião dominante nunca baixou os braços» nem abdicou de lutar pela mudança de rumo na política nacional.
É por isso, conclui Jerónimo de Sousa, que os mesmos que há 4 anos passavam certidões de óbito ao PCP hoje expressam de forma explícita ou implícita o seu medo pelo crescimento do PCP.