O bom jornalismo
Todos estarão ainda lembrados da polémica que gerou a investigação do jornal Público sobre o alegado trabalho profissional de José Sócrates, na Guarda, durante o período em que era deputado em regime de exclusividade.
Segundo o Público de sábado, o Conselho de Redacção da Lusa considera que houve no tratamento deste caso atitudes «pouco consentâneas com a obrigação de isenção, objectividade e independência» da agência. Refira-se que o Conselho de Redacção é a entidade que os jornalistas têm o direito de eleger em todos órgãos de informação, com um importante conjunto de competências no âmbito deontológico e disciplinar, através do qual os jornalistas participam na orientação editorial. O Conselho de Redacção é obrigatoriamente presidido pelo director do órgão.
O Público teve acesso a uma acta do Conselho de Redacção em que os cinco jornalistas eleitos referem a sua estranheza por, no período em que se discutia o tal caso dos projectos da Guarda, a Lusa ter noticiado «um parecer do jurista Paulo Otero, trazido em mão à Lusa por um assessor do primeiro-ministro e entregue ao director de informação, sem se ouvirem outros juristas nesta matéria.»
Na mesma edição do Público, poucas páginas adiante, Eduardo Cintra Torres denuncia sobre o mesmo caso que o director de informação «acrescentou numa notícia uma citação de um blogue favorável ao primeiro-ministro (Causa Nostra, de Vital Moreira)», sem que outros blogues fossem citados. E acrescenta que, nos últimos meses, membros do Conselho de Redacção foram transferidos ou afastados das suas funções.
A confirmarem-se a notícia do Público e as acusações de Cintra Torres, trata-se de uma ingerência inaceitável e descarada do Governo na agência de notícias nacional, um desrespeito pelo profissionalismo e pelos princípios deontológicos dos jornalistas, um rude golpe na confiança que os portugueses têm de ter na comunicação social.
Uma comunicação social pluralista, democrática e responsável é essencial num regime de liberdade. E é incompatível com assessores do primeiro-ministro a fazerem entregas aos directores de informação.
Segundo o Público de sábado, o Conselho de Redacção da Lusa considera que houve no tratamento deste caso atitudes «pouco consentâneas com a obrigação de isenção, objectividade e independência» da agência. Refira-se que o Conselho de Redacção é a entidade que os jornalistas têm o direito de eleger em todos órgãos de informação, com um importante conjunto de competências no âmbito deontológico e disciplinar, através do qual os jornalistas participam na orientação editorial. O Conselho de Redacção é obrigatoriamente presidido pelo director do órgão.
O Público teve acesso a uma acta do Conselho de Redacção em que os cinco jornalistas eleitos referem a sua estranheza por, no período em que se discutia o tal caso dos projectos da Guarda, a Lusa ter noticiado «um parecer do jurista Paulo Otero, trazido em mão à Lusa por um assessor do primeiro-ministro e entregue ao director de informação, sem se ouvirem outros juristas nesta matéria.»
Na mesma edição do Público, poucas páginas adiante, Eduardo Cintra Torres denuncia sobre o mesmo caso que o director de informação «acrescentou numa notícia uma citação de um blogue favorável ao primeiro-ministro (Causa Nostra, de Vital Moreira)», sem que outros blogues fossem citados. E acrescenta que, nos últimos meses, membros do Conselho de Redacção foram transferidos ou afastados das suas funções.
A confirmarem-se a notícia do Público e as acusações de Cintra Torres, trata-se de uma ingerência inaceitável e descarada do Governo na agência de notícias nacional, um desrespeito pelo profissionalismo e pelos princípios deontológicos dos jornalistas, um rude golpe na confiança que os portugueses têm de ter na comunicação social.
Uma comunicação social pluralista, democrática e responsável é essencial num regime de liberdade. E é incompatível com assessores do primeiro-ministro a fazerem entregas aos directores de informação.