O erro ortográfico
Um dia destes, António Barreto verteu noPúblico uma suja prosa anticomunista. Até aqui não há razão para espanto, conhecida que é a sua sedução pelos caminhos enlameados da profissão.
Só que... há lama e há lama, e desta vez Barreto emporcalhou-se tanto que até ele há-de ter sentido nojo de si próprio. Isto digo eu...
Tudo começou no dia em que lhe «chegou às mãos» um livro: «Holocausto em Angola» - livro com as suas «extensas 600 páginas», mas que Barreto (ele o diz) leu no próprio dia, tendo tido ainda tempo para, nesse mesmo dia, produzir e enviar para o Público a suja prosa.
Como peça substancial, Barreto transcreve do livro parte de uma carta que, em Dezembro de 1974, o então Alto Comissário almirante Rosa Coutinho dirigiu ao então Presidente do MPLA, Agostinho Neto, e que diz assim: «Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano (...) Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos».
E é em torno desta exuberante «ordem para matar» decretada pelos comunistas, que Barreto procede às suas considerações analíticas...
Posto isto, de duas, uma: ou Barreto não se apercebeu de que estava perante uma grosseira e primária manobra montada por provocadores primários para consumo de anticomunistas primários – e nesse caso exibe um confrangedor primarismo inteligencial; ou apercebeu-se e decidiu, pura e simplesmente, alinhar – e nesse caso exibe uma incomensurável desonestidade intelectual e política. Ele que escolha.
Em qualquer dos casos, ao utilizar como verdadeiro tal texto, Barreto revela-se muito mais anticomunista do que inteligente e muito mais provocador do que lúcido.
Ou seja: como analista, Barreto não passa de um erro ortográfico.
E que dizer de um jornal que dá guarida a tamanho Barrete?
Só que... há lama e há lama, e desta vez Barreto emporcalhou-se tanto que até ele há-de ter sentido nojo de si próprio. Isto digo eu...
Tudo começou no dia em que lhe «chegou às mãos» um livro: «Holocausto em Angola» - livro com as suas «extensas 600 páginas», mas que Barreto (ele o diz) leu no próprio dia, tendo tido ainda tempo para, nesse mesmo dia, produzir e enviar para o Público a suja prosa.
Como peça substancial, Barreto transcreve do livro parte de uma carta que, em Dezembro de 1974, o então Alto Comissário almirante Rosa Coutinho dirigiu ao então Presidente do MPLA, Agostinho Neto, e que diz assim: «Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano (...) Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos».
E é em torno desta exuberante «ordem para matar» decretada pelos comunistas, que Barreto procede às suas considerações analíticas...
Posto isto, de duas, uma: ou Barreto não se apercebeu de que estava perante uma grosseira e primária manobra montada por provocadores primários para consumo de anticomunistas primários – e nesse caso exibe um confrangedor primarismo inteligencial; ou apercebeu-se e decidiu, pura e simplesmente, alinhar – e nesse caso exibe uma incomensurável desonestidade intelectual e política. Ele que escolha.
Em qualquer dos casos, ao utilizar como verdadeiro tal texto, Barreto revela-se muito mais anticomunista do que inteligente e muito mais provocador do que lúcido.
Ou seja: como analista, Barreto não passa de um erro ortográfico.
E que dizer de um jornal que dá guarida a tamanho Barrete?