Partidos comunistas reúnem em Beirute
Beirute, capital do Líbano, recebeu nos passados dias 5 e 6 de Abril uma Reunião de Partidos Comunistas e de Esquerda da Europa e do Médio Oriente, de Solidariedade com o povo de Líbano e os povos do Médio Oriente.
Ângelo Alves, membro da Comissão Política do CC e da Secção Internacional, representou o PCP neste encontro organizado pelo Partido Comunista Libanês, o qual contou com a participação de 16 Partidos oriundos do Bahrein, Bélgica, Chipre, Grécia, Itália, Jordânia, Líbano, Palestina, Portugal, República Checa, Rússia, Síria e Turquia.
Os renovados perigos com que os povos do Médio Oriente estão confrontados, e em particular o povo libanês, foi o mote para a realização desta Reunião Internacional de Solidariedade, da qual resultou a consideração unânime de que a situação de extrema tensão vivida actualmente na região resulta directamente da acção agressiva e de ingerência do imperialismo norte-americano, da prática criminosa do governo sionista de Israel e, de forma crescente, dum maior intervencionismo das principais potências europeias na região.
Em comunicado final à imprensa, os participantes chamaram a atenção para o acumular de sinais - como as ameaças à Síria e ao Irão; o recrudescimento da guerra no Iraque; as novas agressões israelitas contra as populações da Faixa de Gaza e da Cisjordânia; o estacionamento de vasos de guerra norte-americanos ao largo da costa libanesa, no Mediterrâneo, e a realização, exactamente no mesmo fim-de-semana da reunião de Beirute, das maiores manobras militares israelitas desde 1967 - que apontam no sentido de um aprofundamento da ofensiva imperialista e sionista na região, chegando os Partidos a afirmar que “o desenrolar dos acontecimentos, a constante intervenção e pressão dos EUA, as inúmeras visitas de responsáveis norte-americanos à região e ao Líbano, bem como o aprofundamento das contradições em cada país e em toda a região, demonstram a probabilidade de Bush e a administração norte-americana, durante o mandato que ainda falta, recorrerem a acções militares na região para consumar o seu plano para um chamado “Novo Médio Oriente”, nomeadamente através das “portas do Líbano”.
Por um Líbano soberano, democrático e secular
Realizando-se em Beirute - uma cidade marcada ainda pela guerra de 2006 e que, altamente militarizada, vive o dia-a-dia sob o espectro de um novo conflito militar -, a reunião de Partidos Comunistas e de Esquerda debruçou-se de forma particular sobre a situação libanesa, marcada por uma profunda crise económica e social, pela tensão constante e pelo impasse político para a eleição do Presidente do País.
Os participantes denunciaram a inaceitável postura da administração norte-americana, reveladora da mais descarada ingerência nos assuntos internos do Líbano, e marcada pelo apoio ao actual e inconstitucional governo neoliberal liderado por Fouad Siniora.
Uma acção que os participantes consideraram de clara desestabilização visando dividir o povo libanês e impedir a solução proposta em bloco por toda a oposição, a da constituição de um governo de unidade nacional provisório, que tenha como tarefa fundamental a marcação de um calendário eleitoral para novas eleições e a aprovação de uma nova lei eleitoral. Bloqueio que ficou bem patente na acção de boicote dos EUA e seus aliados na região à recente reunião de Chefes de Estado da Cimeira Árabe, realizada em Damasco, e que visava apoiar uma solução de unidade nacional para a actual situação libanesa.
Na reunião, os Partidos elogiaram a coragem do Partido Comunista Libanês na defesa da soberania e integridade territorial do Líbano, e a sua postura constante de construção de unidade nacional com outras forças patrióticas, como o Hezbollah ou o Movimento Patriótico Livre (cristão), em torno desses objectivos. Saudaram ainda a acção política do Partido Comunista Libanês de apresentação de propostas concretas para uma revisão constitucional libanesa que termine com o carácter confessional do estado libanês e abra caminho à estabilização de um Líbano Árabe, secular, democrático e soberano.
Neste quadro, os participantes associaram-se a uma iniciativa pública, promovida pelo PC Libanês, de apresentação de uma frente política progressista dirigida pelos comunistas libaneses, que integra outros pequenos partidos de esquerda e personalidades do País.
Fortalecer as forças progressistas
Valorizando os efeitos da derrota militar imposta pelo povo libanês e pelas forças patrióticas que tomaram nas suas mãos a defesa da integridade territorial do Líbano na guerra de 2006, os participantes da reunião de Beirute declararam o seu apoio à resistência dos povos contra as agressões imperialistas e sionistas no Iraque, Palestina e Líbano, considerando-a uma prática legal e o exercício de um legítimo e inalienável direito.
Denunciando a propaganda imperialista e sionista na comunicação social, cujo objectivo é distorcer a essência da luta nacional e de libertação dos povos da região contra a agressão, a guerra, a hegemonia imperialista e a confiscação dos recursos naturais dos países do Médio Oriente, os participantes apelaram para a conjugação da solidariedade internacional com a luta dos povos na região e acordaram um conjunto de iniciativas que visam combater as campanhas difamatórias contra as forças que resistem à ofensiva imperialista.
Os participantes reiteraram também a ideia de que a resolução da questão Palestiniana continua a ser o elemento central para alcançar a paz no Médio Oriente. Assim, manifestaram a sua total solidariedade com o povo palestiniano e a sua luta histórica e exigiram o respeito pelo direito do povo palestiniano à edificação do Estado da Palestina nos territórios ocupados por Israel desde 1967, com capital em Jerusalém, assim como o direito de retorno dos refugiados consagrado na resolução 194 das Nações Unidas.
Analisando a realidade política nos diferentes países do Médio Oriente, os participantes puseram em evidência a importância da existência de fortes Partidos Comunistas e progressistas nestes países, condição necessária para uma maior unidade dos povos da região em torno dos seus direitos nacionais e para a construção de uma verdadeira alternativa democrática à actual situação de ocupação, agressão e ingerência imperialista e sionista.
As decisões da Reunião
Uma experiência a repetir
Os Partidos participantes na Reunião de Beirute acordaram em dar continuidade e carácter regular a este tipo de encontros e definiram um conjunto de acções a levar a cabo. Salientam-se as mais importantes contidas no comunicado final à imprensa:
– Organizar campanhas de solidariedade, em cada um dos países, com os povos árabes, nomeadamente, com os povos do Iraque, Palestina e Líbano, contra os planos agressivos dos EUA e de Israel
– Organizar campanhas pela retirada de bases militares estrangeiras da região e pela defesa da transformação do Médio Oriente e do Mar Mediterrâneo em regiões livres de armas de destruição maciça e livres de armas nucleares, nomeadamente israelitas.
– Proporcionar aos partidos de esquerda e comunistas do mundo a informação sobre os acontecimentos na região de modo a pôr fim ao monopólio da Comunicação Social dominante.
– Aproveitar as instituições oficiais como os Parlamentos Europeu e Árabe, e as organizações internacionais para denunciar a estratégia imperialista no Médio Oriente.
– Exercer pressão sobre os regimes dos países árabes para que rejeitem os pedidos das forças navais imperialistas de fornecimento de serviços, e para que recusem participar nas suas manobras.
– Organizar campanhas maciças nos países árabes com o objectivo de parar o processo da normalização das relações com Israel, o que prejudica a resolução justa da crise do Médio Oriente, e exercer pressão sobre os regimes dos países árabes para que exijam a implementação das Resoluções da ONU.
– Exercer pressão nas organizações internacionais para que os EUA e Israel reconheçam a sua responsabilidade material e moral na agressão contra o Líbano, em 2006, e apoiar a resolução do Tribunal Internacional Independente que teve lugar em Bruxelas.
– Organizar uma vasta campanha de solidariedade para com os milhares de prisioneiros árabes nas cadeias israelitas, nomeadamente o Secretário-Geral da Frente Popular de Libertação da Palestina, Ahmed Saadet, e para com Samir Kantar e Marwan Barguti.
Em comunicado final à imprensa, os participantes chamaram a atenção para o acumular de sinais - como as ameaças à Síria e ao Irão; o recrudescimento da guerra no Iraque; as novas agressões israelitas contra as populações da Faixa de Gaza e da Cisjordânia; o estacionamento de vasos de guerra norte-americanos ao largo da costa libanesa, no Mediterrâneo, e a realização, exactamente no mesmo fim-de-semana da reunião de Beirute, das maiores manobras militares israelitas desde 1967 - que apontam no sentido de um aprofundamento da ofensiva imperialista e sionista na região, chegando os Partidos a afirmar que “o desenrolar dos acontecimentos, a constante intervenção e pressão dos EUA, as inúmeras visitas de responsáveis norte-americanos à região e ao Líbano, bem como o aprofundamento das contradições em cada país e em toda a região, demonstram a probabilidade de Bush e a administração norte-americana, durante o mandato que ainda falta, recorrerem a acções militares na região para consumar o seu plano para um chamado “Novo Médio Oriente”, nomeadamente através das “portas do Líbano”.
Por um Líbano soberano, democrático e secular
Realizando-se em Beirute - uma cidade marcada ainda pela guerra de 2006 e que, altamente militarizada, vive o dia-a-dia sob o espectro de um novo conflito militar -, a reunião de Partidos Comunistas e de Esquerda debruçou-se de forma particular sobre a situação libanesa, marcada por uma profunda crise económica e social, pela tensão constante e pelo impasse político para a eleição do Presidente do País.
Os participantes denunciaram a inaceitável postura da administração norte-americana, reveladora da mais descarada ingerência nos assuntos internos do Líbano, e marcada pelo apoio ao actual e inconstitucional governo neoliberal liderado por Fouad Siniora.
Uma acção que os participantes consideraram de clara desestabilização visando dividir o povo libanês e impedir a solução proposta em bloco por toda a oposição, a da constituição de um governo de unidade nacional provisório, que tenha como tarefa fundamental a marcação de um calendário eleitoral para novas eleições e a aprovação de uma nova lei eleitoral. Bloqueio que ficou bem patente na acção de boicote dos EUA e seus aliados na região à recente reunião de Chefes de Estado da Cimeira Árabe, realizada em Damasco, e que visava apoiar uma solução de unidade nacional para a actual situação libanesa.
Na reunião, os Partidos elogiaram a coragem do Partido Comunista Libanês na defesa da soberania e integridade territorial do Líbano, e a sua postura constante de construção de unidade nacional com outras forças patrióticas, como o Hezbollah ou o Movimento Patriótico Livre (cristão), em torno desses objectivos. Saudaram ainda a acção política do Partido Comunista Libanês de apresentação de propostas concretas para uma revisão constitucional libanesa que termine com o carácter confessional do estado libanês e abra caminho à estabilização de um Líbano Árabe, secular, democrático e soberano.
Neste quadro, os participantes associaram-se a uma iniciativa pública, promovida pelo PC Libanês, de apresentação de uma frente política progressista dirigida pelos comunistas libaneses, que integra outros pequenos partidos de esquerda e personalidades do País.
Fortalecer as forças progressistas
Valorizando os efeitos da derrota militar imposta pelo povo libanês e pelas forças patrióticas que tomaram nas suas mãos a defesa da integridade territorial do Líbano na guerra de 2006, os participantes da reunião de Beirute declararam o seu apoio à resistência dos povos contra as agressões imperialistas e sionistas no Iraque, Palestina e Líbano, considerando-a uma prática legal e o exercício de um legítimo e inalienável direito.
Denunciando a propaganda imperialista e sionista na comunicação social, cujo objectivo é distorcer a essência da luta nacional e de libertação dos povos da região contra a agressão, a guerra, a hegemonia imperialista e a confiscação dos recursos naturais dos países do Médio Oriente, os participantes apelaram para a conjugação da solidariedade internacional com a luta dos povos na região e acordaram um conjunto de iniciativas que visam combater as campanhas difamatórias contra as forças que resistem à ofensiva imperialista.
Os participantes reiteraram também a ideia de que a resolução da questão Palestiniana continua a ser o elemento central para alcançar a paz no Médio Oriente. Assim, manifestaram a sua total solidariedade com o povo palestiniano e a sua luta histórica e exigiram o respeito pelo direito do povo palestiniano à edificação do Estado da Palestina nos territórios ocupados por Israel desde 1967, com capital em Jerusalém, assim como o direito de retorno dos refugiados consagrado na resolução 194 das Nações Unidas.
Analisando a realidade política nos diferentes países do Médio Oriente, os participantes puseram em evidência a importância da existência de fortes Partidos Comunistas e progressistas nestes países, condição necessária para uma maior unidade dos povos da região em torno dos seus direitos nacionais e para a construção de uma verdadeira alternativa democrática à actual situação de ocupação, agressão e ingerência imperialista e sionista.
As decisões da Reunião
Uma experiência a repetir
Os Partidos participantes na Reunião de Beirute acordaram em dar continuidade e carácter regular a este tipo de encontros e definiram um conjunto de acções a levar a cabo. Salientam-se as mais importantes contidas no comunicado final à imprensa:
– Organizar campanhas de solidariedade, em cada um dos países, com os povos árabes, nomeadamente, com os povos do Iraque, Palestina e Líbano, contra os planos agressivos dos EUA e de Israel
– Organizar campanhas pela retirada de bases militares estrangeiras da região e pela defesa da transformação do Médio Oriente e do Mar Mediterrâneo em regiões livres de armas de destruição maciça e livres de armas nucleares, nomeadamente israelitas.
– Proporcionar aos partidos de esquerda e comunistas do mundo a informação sobre os acontecimentos na região de modo a pôr fim ao monopólio da Comunicação Social dominante.
– Aproveitar as instituições oficiais como os Parlamentos Europeu e Árabe, e as organizações internacionais para denunciar a estratégia imperialista no Médio Oriente.
– Exercer pressão sobre os regimes dos países árabes para que rejeitem os pedidos das forças navais imperialistas de fornecimento de serviços, e para que recusem participar nas suas manobras.
– Organizar campanhas maciças nos países árabes com o objectivo de parar o processo da normalização das relações com Israel, o que prejudica a resolução justa da crise do Médio Oriente, e exercer pressão sobre os regimes dos países árabes para que exijam a implementação das Resoluções da ONU.
– Exercer pressão nas organizações internacionais para que os EUA e Israel reconheçam a sua responsabilidade material e moral na agressão contra o Líbano, em 2006, e apoiar a resolução do Tribunal Internacional Independente que teve lugar em Bruxelas.
– Organizar uma vasta campanha de solidariedade para com os milhares de prisioneiros árabes nas cadeias israelitas, nomeadamente o Secretário-Geral da Frente Popular de Libertação da Palestina, Ahmed Saadet, e para com Samir Kantar e Marwan Barguti.