Manipulações climatéricas
Na reunião do Conselho Europeu que decorreu a 13 e 14 de Março, a Comissão Europeia e Javier Solana, alto representante para a Política Externa e de Segurança Comum da UE e ex-secretário-geral da NATO, apresentaram um documento com a designação de «Alterações Climáticas (AC) e Segurança Internacional». Há um ano atrás, o Conselho Europeu já havia colocado a problemática das AC na agenda prioritária da UE, propondo a definição de propostas concretas até ao final de 2008, nomeadamente no que se refere a relações externas. Desde então, as AC têm vindo a ser usadas mediaticamente de uma forma alarmista e em cenários deterministas, mistificando a realidade existente, sobretudo após a apresentação do documentário de Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA e último Nobel da Paz (para mal da própria Paz!).
Não é seguramente obra do acaso a ligação agora feita entre a segurança internacional e AC no já citado documento. Aí se utilizam expressões como AC «aceleradas, irreversíveis», que «ameaçam sobrecarregar Estados e regiões que já de si são frágeis e atreitos a conflitos», «com riscos políticos e de segurança que afectam directamente os interesses europeus». O seu uso visa estimular o medo das AC e explorá-lo em paralelo com a muito desacreditada «luta contra o terrorismo», camuflando desta forma responsabilidades próprias da UE, dos seus grandes grupos económicos e do imperialismo. Ao mesmo tempo, visa justificar a acentuação da sua política externa neocolonialista, continuando a «mandar às urtigas» o direito internacional - como fez no caso do Kosovo -, pressionando e ingerindo para manter o seu domínio e a exploração dos recursos naturais.
Pelas suas próprias palavras, a UE assume implicitamente as consequências que as suas políticas produzirão num futuro não muito longínquo, nomeadamente através da livre circulação do capital, pelo aumento da exploração dos trabalhadores, pela progressiva liberalização do comércio mundial no quadro da OMC, pelos acordos de livre comércio bilaterais e pela crescente militarização das relações internacionais.
Isto é claro quando a UE afirma que as AC «terão por efeito alimentar conflitos existentes em torno de recursos cada vez mais raros, especialmente nos casos em que o acesso a esses recursos seja politizado»; que a «grande parte das reservas de hidrocarbonetos se situa em regiões vulneráveis», o que «levará a aumentar ainda mais a insegurança energética e a concorrência em torno dos recursos».
Assinala ainda que, devido à «incapacidade de os governos poderem satisfazer as necessidades da população», à «queda da produtividade agrícola» e ao «aumento insustentável do preço dos géneros alimentícios», poderão surgir «mais litígios em torno de fronteiras terrestres e marítimas ou de outros direitos territoriais». Por último, pasme-se, diz-se que as AC poderão «desencadear a frustração e conduzir a tensões» e à «radicalização política».
Vigilância e repressão
Precavendo-se das lutas que os trabalhadores e os povos estão a desenvolver e que podem objectivamente acentuar-se, os «homens de mão» do grande capital europeu na UE (e na NATO), propõem a intensificação das capacidades de investigação dos sistemas de «vigilância e alerta precoce» para identificar situações de «fragilidade dos Estados», a utilização de «instrumentos militares» para resolver «tensões geradas pela insuficiência de recursos e pelo abastecimento energético», por «ameaças às infra-estruturas críticas e aos recursos económicos» e para alertar para situações de «radicalização política».
Não podemos esperar da UE que olhe para a problemática das AC tomando as medidas que lhe dêem efectivamente combate, porque para tal seria necessário assumir a ruptura com o capitalismo e com o «código genético» da integração capitalista europeia.
O rumo seguido é, pelo contrário, o do aprofundamento da política de exploração capitalista, tanto na UE como em Portugal, recorrendo à manipulação das consciências e cada vez mais ao militarismo e a medidas de vigilância de carácter fascizante.
Assim se abre caminho a um perigoso rumo de intimidação e silenciamento dos que, como os comunistas, estão nas diferentes formas de luta e não abdicam delas enquanto elementos fundamentais para o processo de consciencialização das massas e para a transformação social.
Não silenciarão a revolta! A luta continua com os trabalhadores e o povo pelo fim da exploração do homem pelo homem.
Não é seguramente obra do acaso a ligação agora feita entre a segurança internacional e AC no já citado documento. Aí se utilizam expressões como AC «aceleradas, irreversíveis», que «ameaçam sobrecarregar Estados e regiões que já de si são frágeis e atreitos a conflitos», «com riscos políticos e de segurança que afectam directamente os interesses europeus». O seu uso visa estimular o medo das AC e explorá-lo em paralelo com a muito desacreditada «luta contra o terrorismo», camuflando desta forma responsabilidades próprias da UE, dos seus grandes grupos económicos e do imperialismo. Ao mesmo tempo, visa justificar a acentuação da sua política externa neocolonialista, continuando a «mandar às urtigas» o direito internacional - como fez no caso do Kosovo -, pressionando e ingerindo para manter o seu domínio e a exploração dos recursos naturais.
Pelas suas próprias palavras, a UE assume implicitamente as consequências que as suas políticas produzirão num futuro não muito longínquo, nomeadamente através da livre circulação do capital, pelo aumento da exploração dos trabalhadores, pela progressiva liberalização do comércio mundial no quadro da OMC, pelos acordos de livre comércio bilaterais e pela crescente militarização das relações internacionais.
Isto é claro quando a UE afirma que as AC «terão por efeito alimentar conflitos existentes em torno de recursos cada vez mais raros, especialmente nos casos em que o acesso a esses recursos seja politizado»; que a «grande parte das reservas de hidrocarbonetos se situa em regiões vulneráveis», o que «levará a aumentar ainda mais a insegurança energética e a concorrência em torno dos recursos».
Assinala ainda que, devido à «incapacidade de os governos poderem satisfazer as necessidades da população», à «queda da produtividade agrícola» e ao «aumento insustentável do preço dos géneros alimentícios», poderão surgir «mais litígios em torno de fronteiras terrestres e marítimas ou de outros direitos territoriais». Por último, pasme-se, diz-se que as AC poderão «desencadear a frustração e conduzir a tensões» e à «radicalização política».
Vigilância e repressão
Precavendo-se das lutas que os trabalhadores e os povos estão a desenvolver e que podem objectivamente acentuar-se, os «homens de mão» do grande capital europeu na UE (e na NATO), propõem a intensificação das capacidades de investigação dos sistemas de «vigilância e alerta precoce» para identificar situações de «fragilidade dos Estados», a utilização de «instrumentos militares» para resolver «tensões geradas pela insuficiência de recursos e pelo abastecimento energético», por «ameaças às infra-estruturas críticas e aos recursos económicos» e para alertar para situações de «radicalização política».
Não podemos esperar da UE que olhe para a problemática das AC tomando as medidas que lhe dêem efectivamente combate, porque para tal seria necessário assumir a ruptura com o capitalismo e com o «código genético» da integração capitalista europeia.
O rumo seguido é, pelo contrário, o do aprofundamento da política de exploração capitalista, tanto na UE como em Portugal, recorrendo à manipulação das consciências e cada vez mais ao militarismo e a medidas de vigilância de carácter fascizante.
Assim se abre caminho a um perigoso rumo de intimidação e silenciamento dos que, como os comunistas, estão nas diferentes formas de luta e não abdicam delas enquanto elementos fundamentais para o processo de consciencialização das massas e para a transformação social.
Não silenciarão a revolta! A luta continua com os trabalhadores e o povo pelo fim da exploração do homem pelo homem.