Ocupantes fora do Iraque!
Centenas de pessoas concentraram-se em Lisboa para assinalar os cinco anos de ocupação do Iraque, reafirmando a exigência da retirada das tropas estrangeiras daquele país.
Foi a resistência iraquiana e a solidariedade internacional que desmascarou a guerra
A concentração foi promovida por mais de duas dezenas de organizações e voltou a tornar o Largo Camões, em Lisboa, numa praça de paz. Entre as associações promotoras contava-se o PCP, a JCP ou o PEV, bem como o CPPC, a CGTP-IN, o MDM, a URAP ou o Tribunal Mundial do Iraque, entre outras.
A exigência do fim da guerra, com a consequente retirada das tropas estrangeiras daquele país do Golfo Pérsico, era acompanhada pelo apoio à resistência popular iraquiana. Como afirmaria a dirigente do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) Rita Rato, foi precisamente a resistência iraquiana – aliada à solidariedade internacional, «expressa nas ruas de todo o mundo em poderosas jornadas pela paz», em 2003 – que contribuiu para desmascarar o «fundamento criminoso e a verdadeira razão desta guerra».
E estes, tinham os participantes bem identificados nas suas mentes e em vários cartazes e faixas. Mas Rita Rato explicitaria-os: «a sede de exploração dos recursos energéticos mundiais, o alargamento da influência e domínio do imperialismo na região do Médio Oriente».
Ainda sobre a resistência popular iraquiana, a dirigente realçou que a «solidariedade e a vontade dos povos não se vergam à exploração e à guerra, mas antes se reforçam e afirmam como indispensáveis para um futuro de progresso e paz para a humanidade». Como se tem visto ao longo destes cinco anos, no próprio Iraque, como no resto do mundo, incluindo no interior dos próprios Estados Unidos.
Solidariedade total do povo português
Mas as críticas daqueles que se concentraram no Largo do Camões não de limitavam aos Estados Unidos da América. Pois como muito bem lembrou Rita Rato, não se pode deixar esquecer o papel do anterior e do actual Governo do País, «sempre acompanhados pelo anterior e actual Presidente da República», também estes cúmplices da guerra.
E são-no não só porque invocaram as mesmas «razões mentirosas que levaram à invasão do Iraque», como aceitaram o envolvimento e o envio de tropas da GNR para o território iraquiano, como ainda hoje se verifica», realçou a jovem activista.
E que razões foram estas? Aquelas que procuraram dar cobertura a uma «acção injustificável à luz do Direito Internacional»: a existência de armas de destruição massiva, «suportadas em provas manipuladas e forjadas»; as ligações do regime iraquiano à Al-Qaeda e ao terrorismo global, «agora desmentidas por um relatório do Pentágono»; a «libertação e democratização» de um povo, à lei da bomba e da morte sem nunca comprometer os interesses das multinacionais e os acordos milionários assinados».
Aos resistentes, aos jovens e ao povo do Iraque iraquiano, Rita Rato deixou a certeza de que podem, todos, esperar a «mais profunda solidariedade para com a sua resistência e a sua luta, com a certeza de que no nosso País continuaremos a exigir a retirada das tropas da GNR do Iraque, o cumprimento da Constituição da República Portuguesa, que consagra o princípio das relações internacionais baseado no progresso, paz, cooperação e solidariedade entre os povos de todo o mundo».
Custos elevados
Carlos Carvalho, da CGTP-IN, reafirmou os resultados devastadores da «aventura» militar. Um milhão de mortos civis iraquianos e mais de quatro milhões de exilados e deslocados. O Iraque é, hoje, um país retalhado à medida dos interesses e da rapina das forças ocupantes e isso não foi esquecido pelo dirigente sindical. Ao mesmo tempo, grassa o desemprego, a extrema pobreza e uma verdadeira catástrofe ambiental e humanitária.
O dirigente da CGTP-IN apelou ainda à solidariedade do movimento sindical e dos trabalhadores portugueses para com a resistência dos trabalhadores e do povo iraquianos.
Tomaram ainda da palavra Fátima Amaral, do Movimento Democrático de Mulheres, Cláudia Madeira, da Ecolojovem, e José Mário Branco, do Tribunal Mundial do Iraque.
Portugal é «parceiro» de crimes no Iraque
Na tarjeta de mobilização para a concentração, as associações promotoras incluíram uma «carta aberta» ao primeiro-ministro português, José Sócrates. Na missiva, o governante é «recordado» de que o País «continua a ser parceiro de crimes cometidos pelos interesses imperialistas dos EUA». O argumento de que o governo português foi «enganado» não colhe, afirmam, nem pode ser justificação o respeito por compromissos assumidos quando está em causa a violação do direito internacional.
Os subscritores da carta «lembram» ao governante português que se encontra à frente de uma república soberana, baseada na dignidade da pessoa humana, e que o Estado se subordina à Constituição, regendo-se, nas relações internacionais, pelos princípios da «independência nacional, do respeito dos direitos do Homem, dos direitos dos povos, da igualdade entre os Estados, da cooperação com todos os povos do Mundo para a emancipação e progresso da humanidade».
A exigência do fim da guerra, com a consequente retirada das tropas estrangeiras daquele país do Golfo Pérsico, era acompanhada pelo apoio à resistência popular iraquiana. Como afirmaria a dirigente do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) Rita Rato, foi precisamente a resistência iraquiana – aliada à solidariedade internacional, «expressa nas ruas de todo o mundo em poderosas jornadas pela paz», em 2003 – que contribuiu para desmascarar o «fundamento criminoso e a verdadeira razão desta guerra».
E estes, tinham os participantes bem identificados nas suas mentes e em vários cartazes e faixas. Mas Rita Rato explicitaria-os: «a sede de exploração dos recursos energéticos mundiais, o alargamento da influência e domínio do imperialismo na região do Médio Oriente».
Ainda sobre a resistência popular iraquiana, a dirigente realçou que a «solidariedade e a vontade dos povos não se vergam à exploração e à guerra, mas antes se reforçam e afirmam como indispensáveis para um futuro de progresso e paz para a humanidade». Como se tem visto ao longo destes cinco anos, no próprio Iraque, como no resto do mundo, incluindo no interior dos próprios Estados Unidos.
Solidariedade total do povo português
Mas as críticas daqueles que se concentraram no Largo do Camões não de limitavam aos Estados Unidos da América. Pois como muito bem lembrou Rita Rato, não se pode deixar esquecer o papel do anterior e do actual Governo do País, «sempre acompanhados pelo anterior e actual Presidente da República», também estes cúmplices da guerra.
E são-no não só porque invocaram as mesmas «razões mentirosas que levaram à invasão do Iraque», como aceitaram o envolvimento e o envio de tropas da GNR para o território iraquiano, como ainda hoje se verifica», realçou a jovem activista.
E que razões foram estas? Aquelas que procuraram dar cobertura a uma «acção injustificável à luz do Direito Internacional»: a existência de armas de destruição massiva, «suportadas em provas manipuladas e forjadas»; as ligações do regime iraquiano à Al-Qaeda e ao terrorismo global, «agora desmentidas por um relatório do Pentágono»; a «libertação e democratização» de um povo, à lei da bomba e da morte sem nunca comprometer os interesses das multinacionais e os acordos milionários assinados».
Aos resistentes, aos jovens e ao povo do Iraque iraquiano, Rita Rato deixou a certeza de que podem, todos, esperar a «mais profunda solidariedade para com a sua resistência e a sua luta, com a certeza de que no nosso País continuaremos a exigir a retirada das tropas da GNR do Iraque, o cumprimento da Constituição da República Portuguesa, que consagra o princípio das relações internacionais baseado no progresso, paz, cooperação e solidariedade entre os povos de todo o mundo».
Custos elevados
Carlos Carvalho, da CGTP-IN, reafirmou os resultados devastadores da «aventura» militar. Um milhão de mortos civis iraquianos e mais de quatro milhões de exilados e deslocados. O Iraque é, hoje, um país retalhado à medida dos interesses e da rapina das forças ocupantes e isso não foi esquecido pelo dirigente sindical. Ao mesmo tempo, grassa o desemprego, a extrema pobreza e uma verdadeira catástrofe ambiental e humanitária.
O dirigente da CGTP-IN apelou ainda à solidariedade do movimento sindical e dos trabalhadores portugueses para com a resistência dos trabalhadores e do povo iraquianos.
Tomaram ainda da palavra Fátima Amaral, do Movimento Democrático de Mulheres, Cláudia Madeira, da Ecolojovem, e José Mário Branco, do Tribunal Mundial do Iraque.
Portugal é «parceiro» de crimes no Iraque
Na tarjeta de mobilização para a concentração, as associações promotoras incluíram uma «carta aberta» ao primeiro-ministro português, José Sócrates. Na missiva, o governante é «recordado» de que o País «continua a ser parceiro de crimes cometidos pelos interesses imperialistas dos EUA». O argumento de que o governo português foi «enganado» não colhe, afirmam, nem pode ser justificação o respeito por compromissos assumidos quando está em causa a violação do direito internacional.
Os subscritores da carta «lembram» ao governante português que se encontra à frente de uma república soberana, baseada na dignidade da pessoa humana, e que o Estado se subordina à Constituição, regendo-se, nas relações internacionais, pelos princípios da «independência nacional, do respeito dos direitos do Homem, dos direitos dos povos, da igualdade entre os Estados, da cooperação com todos os povos do Mundo para a emancipação e progresso da humanidade».