Estado da NATO no Kosovo
A Sérvia e o Kosovo assinalaram a 24 de Março o 9.º aniversário dos bombardeamentos da NATO da então Jugoslávia. A guerra destruiu um país e criou e um estado fantoche.
«EUA vão fornecer armas às autoridades albanesas do Kosovo»
As bombas da NATO começaram a destruir o que restava da antiga Jugoslávia (Sérvia e Montenegro) após um simulacro de «negociações de paz» entre Belgrado e os separatistas albano-kosovares em Rambouillet (França), que teve como único objectivo «justificar» a agressão. Em nome da pretensa defesa dos direitos humanos da maioria albanesa do Kosovo – província desde sempre considerada pela Sérvia como berço da própria nacionalidade – os EUA, a coberto da Aliança Atlântica, confrontaram as legítimas autoridades jugoslavas com imposições inaceitáveis para qualquer país soberano, incluindo a aceitação da presença e a submissão a forças estrangeiras no seu território. Belgrado recusou e fez o que foi possível, durante três meses, para que o direito internacional fosse mais do que uma palavra vã na cobiçada zona dos Balcãs. Em vão. A 10 de Junho de 1999, com o país destruído e muitos mortos para chorar (os números oficiais referem mais de mil soldados mortos e mais de 2500 vítimas civis), acabou por ceder à força das armas. Sob a batuta norte-americana, o conselho de Segurança da ONU aprovou nesse dia a resolução 1244, que estabeleceu um protectorado no Kosovo, embora «garantindo» a integridade territorial e a soberania sérvia nessa região.
Nove anos depois o resultado está à vista e foi consubstanciado nas palavras do primeiro-ministro sérvio, Vojislav Kostunica, quando esta segunda-feira afirmou que «agora está mais claro do que nunca que a brutal destruição da Sérvia teve um só objectivo: o de converter a província do Kosovo no primeiro Estado da NATO no mundo».
Em Pristina, capital do recém-proclamado «estado do Kosovo», o ex-terrorista e actual primeiro-ministro Hashim Thaci confirmou, involuntáriamente, as palavras de Kostunica, ao pedir à Força Internacional para o Kosovo (KFOR), liderada pela NATO, para manter as suas tropas no território. A meteórica ascensão de Thaci de dirigente das milícias separatistas do UCK a político aplaudido por Washington está justificada.
A independência unilateral do Kosovo, reconhecida até ao momento por 33 países, entre os quais se incluem os Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido e Japão, continua no entanto a suscitar a oposição de países como a China, Rússia, Índia, Brasil e Espanha, que invocam o facto de a proclamação não ter respeitado o direito internacional e receiam que o «exemplo» venham a proliferar, incluindo nos respectivos países.
Rússia presta ajuda humanitária
A data foi igualmente lembrada em Moscovo, com o governo russo a decidir enviar ajuda humanitária à população dos enclaves sérvios do Kosovo. Segundo o o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, citado pela Lusa, «o governo sérvio enviou um pedido de ajuda humanitária, principalmente medicamentos, instrumentos médicos, produtos alimentares e de higiene, tendo sido considerado importante responder a esse pedido».
Lembrando que «a situação humanitária nos enclaves sérvios do Kosovo se tornou mais tensa nas últimas duas semanas», o chefe da diplomacia russa frisou que esta é a resposta do Kremlin à decisão dos Estados Unidos de fornecer armas às autoridades albanesas do território.
A Rússia manifesta-se preocupada com a decisão dos EUA, considerando que o envio de armas para a região pode transformá-la num «caldeirão em ebulição» e representar «uma série ameaça para a Europa».
Entretanto, na passada semana, o parlamento russo propôs à Sérvia que adira à Comunidade de Estados Independentes e à Organização do Tratado de Segurança Colectiva (CSTO), em alternativa à eventual adesão à União Europeia e à NATO, contestada pelos sérvios após o apoio dado a secessão do Kosovo.
Com a limpeza étnica levada a cabo nos últimos nove anos contra os sérvios, apenas cerca de 120 mil permanecem na região, num total de cerca de dois milhões de habitantes.
Nove anos depois o resultado está à vista e foi consubstanciado nas palavras do primeiro-ministro sérvio, Vojislav Kostunica, quando esta segunda-feira afirmou que «agora está mais claro do que nunca que a brutal destruição da Sérvia teve um só objectivo: o de converter a província do Kosovo no primeiro Estado da NATO no mundo».
Em Pristina, capital do recém-proclamado «estado do Kosovo», o ex-terrorista e actual primeiro-ministro Hashim Thaci confirmou, involuntáriamente, as palavras de Kostunica, ao pedir à Força Internacional para o Kosovo (KFOR), liderada pela NATO, para manter as suas tropas no território. A meteórica ascensão de Thaci de dirigente das milícias separatistas do UCK a político aplaudido por Washington está justificada.
A independência unilateral do Kosovo, reconhecida até ao momento por 33 países, entre os quais se incluem os Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido e Japão, continua no entanto a suscitar a oposição de países como a China, Rússia, Índia, Brasil e Espanha, que invocam o facto de a proclamação não ter respeitado o direito internacional e receiam que o «exemplo» venham a proliferar, incluindo nos respectivos países.
Rússia presta ajuda humanitária
A data foi igualmente lembrada em Moscovo, com o governo russo a decidir enviar ajuda humanitária à população dos enclaves sérvios do Kosovo. Segundo o o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, citado pela Lusa, «o governo sérvio enviou um pedido de ajuda humanitária, principalmente medicamentos, instrumentos médicos, produtos alimentares e de higiene, tendo sido considerado importante responder a esse pedido».
Lembrando que «a situação humanitária nos enclaves sérvios do Kosovo se tornou mais tensa nas últimas duas semanas», o chefe da diplomacia russa frisou que esta é a resposta do Kremlin à decisão dos Estados Unidos de fornecer armas às autoridades albanesas do território.
A Rússia manifesta-se preocupada com a decisão dos EUA, considerando que o envio de armas para a região pode transformá-la num «caldeirão em ebulição» e representar «uma série ameaça para a Europa».
Entretanto, na passada semana, o parlamento russo propôs à Sérvia que adira à Comunidade de Estados Independentes e à Organização do Tratado de Segurança Colectiva (CSTO), em alternativa à eventual adesão à União Europeia e à NATO, contestada pelos sérvios após o apoio dado a secessão do Kosovo.
Com a limpeza étnica levada a cabo nos últimos nove anos contra os sérvios, apenas cerca de 120 mil permanecem na região, num total de cerca de dois milhões de habitantes.