Lutar por salários justos
A obtenção de acordos salariais que garantem melhorias significativas do poder de compra contrasta com sectores, nomeadamente o Estado, que tenta reduzir ainda mais o valor real dos salários.
A unidade nas lutas é determinante a obtenção de bons resultados
Nos Grupos EDP e REN, a Fiequimetal/CGTP-IN anunciou a obtenção de um acordo global para a tabela salarial, constante no Acordo Colectivo de Trabalho, superior ao obtido na negociação anterior.
A Comissão Negociadora Sindical da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgica, Química, Farmacêutica, Eléctrica, Energia e Minas revelou ter acordado um aumento na tabela salarial de 2,79 por cento, arredondado ao euro superior. O subsídio de alimentação, a anuidade e o subsídio de horário especial contínuo terão aumentos do mesmo valor, enquanto os valores máximos dos turnos e das folgas rotativas terão um acréscimo superior a 3,1 por cento.
A todos os trabalhadores será atribuído um prémio anual de 165 euros, como no ano passado, e mantém-se o complemento ao prémio de assiduidade. O prémio anual «será pago após a finalização do processo de avaliação de desempenho», informou a federação.
Ficou ainda garantida a atribuição de resultados/lucros aos trabalhadores, nos mesmos moldes do ano anterior, a ser pagos depois da reunião da assembleia-geral de accionistas.
Outro acordo bastante recomendável foi o obtido na Petrogal, onde «a unidade dos trabalhadores foi determinante para alcançar os objectivos proposta», considerou a Comissão Sindical Negociadora composta pela Fiequimetal, o Sinorquifa e o Sinquifa, estruturas da CGTP-IN, que anunciou, dia 12, ter chegado a um Acordo de Princípio que contempla aumentos salariais médios de 3,4 por cento, com um mínimo garantido de 55 euros. No subsídio de refeição, o acréscimo será de 5,2 por cento, passando a 9,43 euros. O subsídio de infantário sobe para 82,30 euros, mais 4,5 por cento. Será ainda atribuído, a cada trabalhador, um prémio de produtividade anual de 2 178 euros. Contando com as anuidades e pondo de parte o prémio anual, o aumento médio global é de 3,9 por cento. Com o prémio, o aumento resulta num crescimento de 11,7 por cento. O prémio anual é aplicado em todas as empresas do Grupo e será pago no fim deste mês. Para ratificar estes resultados estão agendados plenários para dia 17, nas refinarias de Sines e do Porto, e na sede do Grupo.
Há ainda acordos que reflectem conquistas tão ou mais importantes do que as matérias salariais. É o caso da Cofaco, conserveira com fábricas nas ilhas açorianas de São Miguel, Pico e Faial, onde as 600 trabalhadoras representadas pelo Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação dos Açores, SABCES/CGTP-IN, alcançaram um acordo. Depois de vários meses de negociações, uma greve de vários dias e manifestações, além do pequeno aumento de 15 cêntimos no subsídio de alimentação, que passa de 3,25 para 3,40 euros, há outras conquistas importantes em matérias que o sindicato destacou, na conferência de imprensa de dia 14. Enquanto, em 2004, 80 por cento das trabalhadoras eram contratadas, actualmente 90 por cento estão efectivas e acabaram os contratos sazonais. Além disso, a conserveira comprometeu-se em dar formação profissional.
Um contraste exemplar
Há, no entanto, empresas, incluindo públicas, nomeadamente no sector dos transportes, onde as negociações contrastam gravemente com os exemplos acima referidos, com as administrações a tentar reduzir ainda mais o poder de compra dos trabalhadores, acusou, dia 12, num comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, a propósito das negociações no Grupo CP, salientado que a administração está a seguir as orientações do Governo.
Como «noutras empresas de transportes», o Conselho de Gerência propôs uma «nova redução do poder de compra», através aumentos que não ultrapassam os 10 a 15 euros, para a generalidade dos trabalhadores «que, só este ano, viram agravadas as suas despesas em mais de 50 euros», salienta o SNTSF/CGTP-IN.
A ausência de acordo levou o sindicato, as comissões de trabalhadores e um conjunto de outras organizações sindicais a convocarem uma Manifestação Nacional para 1 de Abril [ver páginas 24 e 25] para exigir aumentos de 50 euros para todos, mais 5 por cento que se aplicariam nas restantes matérias pecuniárias.
A Comissão Negociadora Sindical da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgica, Química, Farmacêutica, Eléctrica, Energia e Minas revelou ter acordado um aumento na tabela salarial de 2,79 por cento, arredondado ao euro superior. O subsídio de alimentação, a anuidade e o subsídio de horário especial contínuo terão aumentos do mesmo valor, enquanto os valores máximos dos turnos e das folgas rotativas terão um acréscimo superior a 3,1 por cento.
A todos os trabalhadores será atribuído um prémio anual de 165 euros, como no ano passado, e mantém-se o complemento ao prémio de assiduidade. O prémio anual «será pago após a finalização do processo de avaliação de desempenho», informou a federação.
Ficou ainda garantida a atribuição de resultados/lucros aos trabalhadores, nos mesmos moldes do ano anterior, a ser pagos depois da reunião da assembleia-geral de accionistas.
Outro acordo bastante recomendável foi o obtido na Petrogal, onde «a unidade dos trabalhadores foi determinante para alcançar os objectivos proposta», considerou a Comissão Sindical Negociadora composta pela Fiequimetal, o Sinorquifa e o Sinquifa, estruturas da CGTP-IN, que anunciou, dia 12, ter chegado a um Acordo de Princípio que contempla aumentos salariais médios de 3,4 por cento, com um mínimo garantido de 55 euros. No subsídio de refeição, o acréscimo será de 5,2 por cento, passando a 9,43 euros. O subsídio de infantário sobe para 82,30 euros, mais 4,5 por cento. Será ainda atribuído, a cada trabalhador, um prémio de produtividade anual de 2 178 euros. Contando com as anuidades e pondo de parte o prémio anual, o aumento médio global é de 3,9 por cento. Com o prémio, o aumento resulta num crescimento de 11,7 por cento. O prémio anual é aplicado em todas as empresas do Grupo e será pago no fim deste mês. Para ratificar estes resultados estão agendados plenários para dia 17, nas refinarias de Sines e do Porto, e na sede do Grupo.
Há ainda acordos que reflectem conquistas tão ou mais importantes do que as matérias salariais. É o caso da Cofaco, conserveira com fábricas nas ilhas açorianas de São Miguel, Pico e Faial, onde as 600 trabalhadoras representadas pelo Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação dos Açores, SABCES/CGTP-IN, alcançaram um acordo. Depois de vários meses de negociações, uma greve de vários dias e manifestações, além do pequeno aumento de 15 cêntimos no subsídio de alimentação, que passa de 3,25 para 3,40 euros, há outras conquistas importantes em matérias que o sindicato destacou, na conferência de imprensa de dia 14. Enquanto, em 2004, 80 por cento das trabalhadoras eram contratadas, actualmente 90 por cento estão efectivas e acabaram os contratos sazonais. Além disso, a conserveira comprometeu-se em dar formação profissional.
Um contraste exemplar
Há, no entanto, empresas, incluindo públicas, nomeadamente no sector dos transportes, onde as negociações contrastam gravemente com os exemplos acima referidos, com as administrações a tentar reduzir ainda mais o poder de compra dos trabalhadores, acusou, dia 12, num comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, a propósito das negociações no Grupo CP, salientado que a administração está a seguir as orientações do Governo.
Como «noutras empresas de transportes», o Conselho de Gerência propôs uma «nova redução do poder de compra», através aumentos que não ultrapassam os 10 a 15 euros, para a generalidade dos trabalhadores «que, só este ano, viram agravadas as suas despesas em mais de 50 euros», salienta o SNTSF/CGTP-IN.
A ausência de acordo levou o sindicato, as comissões de trabalhadores e um conjunto de outras organizações sindicais a convocarem uma Manifestação Nacional para 1 de Abril [ver páginas 24 e 25] para exigir aumentos de 50 euros para todos, mais 5 por cento que se aplicariam nas restantes matérias pecuniárias.