Pela paz contra o paramilitarismo

Colombianos exigem diálogo

Centenas de milhares de colombianos manifestaram-se, quinta-feira, dia 6, contra o paramilitarismo e em memória das vítimas do terrorismo de Estado no país. O protesto estendeu-se a pelo menos outras 22 cidades na Europa, África, América do Norte e do Sul.

Povo exige justiça e paz


Na capital, Bogotá, a histórica Praça de Bolívar foi pequena para acolher todos os que integraram a marcha convocada pelo Movimento Nacional de Vítimas dos Crimes do Estado, pelo Pólo Democrático Alternativo (PDA), e por dezenas de outras organizações sociais, sindicais e populares colombianas que rejeitam a política criminosa do presidente Álvaro Uribe, revelou o Partido Comunista Colombiano em informações divulgadas no seu sítio na Internet.
Nas iniciativas que se multiplicaram por várias cidades da Colômbia, com destaque para Cartagena, Bucaramanga, Medellín, Manizales, Pereira, Barranquilha, San Onofre (onde foram encontradas várias valas comuns e emitidos os primeiros mandatos judiciais contra políticos envolvidos nos massacres) e Popayán, os manifestantes exigiram ainda que a justiça apure e puna sem rodeios os responsáveis das alegadamente extintas Autodefesas Unidas da Colômbia, organização paramilitar que, acusam, gozou do auxílio da direita no poder para matar, assassinar, reprimir e coagir o povo.
Em comunicado de mobilização para a marcha emitido no passado dia 25 de Fevereiro, o PDA reafirmou, uma vez mais, «a necessidade de alcançar acordos humanitários e uma solução política negociada para o conflito armado que assola o país». As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército Popular (FARC-EP), expressaram por diversas vezes a vontade em solucionar pelo diálogo o conflito com o governo, mas quer Uribe, quer a maioria dos seus antecessores na chefia do Estado, recusaram sempre a proposta, pese embora os gestos pacíficos da organização, como a libertação unilateral de prisioneiros de guerra.
Nos protestos ocorridos na Colômbia, os participantes recordaram ainda os 4 milhões de deslocados e o roubo de mais de 6 milhões de hectares de terra a camponeses pobres; os 15 mil desaparecidos às mãos do terrorismo de Estado desde 1982; os 3 mil mortos encontrados em valas comuns e os mais de 3500 massacres efectuados por paramilitares e tropas governamentais; os 1700 indígenas, 2500 sindicalistas, 650 activistas rurais e 5 mil membros da malograda União Patriótica alvo da raiva incontida da direita assassina.
Em Paris, Montreal, Québec, México, Caracas, Buenos Aires, Quito, Berlim, Washington, Barcelona, Bruxelas, Cairo, Estocolmo, Genebra, Londres, Lyon, Melbourne, Madrid, Montevideu, Nova Iorque, Otawa e Valência, também se realizaram concentrações pela paz e contra o terrorismo de Estado na Colômbia.


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