Ensino Artístico Especializado

Um património a defender

O Ensino Artístico está a ser alvo de um feroz ataque do Governo. O objectivo é «retirar protagonismo» à escola pública e, por esta via, garantir aos privados «uma mina de lucros», acusa o Grupo Parlamentar do PCP.
Em declaração política proferida em nome da sua bancada, na passada semana, o deputado comunista Miguel Tiago trouxe de novo o assunto à agenda plenária para criticar o anunciado fim da frequência das escolas do Ensino Artístico Especializado por aqueles que não adiram ao ensino integrado.
Este anúncio do Governo é interpretado pela bancada comunista como uma «guerra» e uma «ofensa» do Governo aos alunos do chamado ensino supletivo, ou seja, a todos aqueles que hoje procuram o Ensino Especializado para além da sua actividade escolar no ensino genérico.
«Façam-se planos alternativos, cursos de média duração, mas não se acabe com a possibilidade de estudar música em ambiente especializado para aqueles que hoje são a esmagadora maioria dos alunos dos Conservatórios», exigiu Miguel Tiago.
Sublinhada pelo parlamentar do PCP foi ainda a necessidade de clarificar conceitos e não fazer como o Governo que, porventura de forma deliberada, parece não saber distinguir Ensino Especializado da Música daquilo que é oferecido nas Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), actividades essas incrementadas «sem a mínima noção dos recursos disponíveis nem a mínima ideia daquilo que deve ser o ensino das artes a nível do 1.º ciclo».
«É preciso dizer que levar a todos o Ensino das Artes não é, certamente, ampliar o embuste das AEC. Levar as artes a todos é ampliar, com currículos adaptados às necessidades, o acesso ao ensino de qualidade que hoje se pratica na diminuta rede pública do ensino artístico especializado», defendeu Miguel Tiago, para quem este desígnio de levar o ensino das artes a todos tem obrigatoriamente de passar, ainda, por «ampliar a rede pública que hoje, vergonhosamente, está limitada a seis escolas», bem como «acabar com o escândalo da exigência de pagamento de exorbitantes quantias no Ensino Privado aos que queiram continuar a usufruir do Ensino Especializado».
Reiterado pelo Grupo Parlamentar do PCP foi o seu empenho e determinação em lutar contra esta tentativa de privatização do Ensino Artístico, prosseguindo os «esforços na defesa do património cultural e educativos do actual regime de ensino artístico».


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