Angola

País lembra luta de libertação

Milhares de angolanos compareceram, segunda-feira, 4, no acto central de comemoração dos 47 anos do início da Luta de Libertação Nacional, cujo arranque se deu na madrugada de 4 de Fevereiro de 1961 quando independentistas angolanos assaltaram a cadeia de São Paulo, a Casa de Reclusão e o Campo de Aviação, em Luanda, numa afronta à ocupação colonial portuguesa.
Presidida pelo primeiro-ministro Fernando da Piedade Dias dos Santos, que se fez acompanhar por uma forte comitiva governamental, a iniciativa realizada na vila de Andulo, província do Bié, foi, simultaneamente, uma reafirmação da consciência patriótica e da determinação em construir um país justo e desenvolvido.
«Ao celebramos este dia, recordamos os nossos heróis que com extrema bravura e determinação se insurgiram contra a repressão colonial, lutando por uma causa justa que culminou com o alcance da independência, em 1975», sublinhou Fernando da Piedade, que aproveitou ainda a ocasião para frisar que Angola conta com «os jovens para com a mesma determinação e espírito de sacrifício dos heróis de 4 de Fevereiro» se empenhem «na vida socio-económica do país, participando activamente da reconstrução da nação, dando o seu contributo de forma abnegada».

Eleições em Setembro

As eleições agendadas para os próximos dias 5 e 6 de Setembro foram outro dos temas abordados pelo executivo. Para Fernando da Piedade, estas «devem ser realizadas num clima de paz, harmonia e fraternidade entre todos os angolanos, sem recurso à violência verbal ou física, com a tolerância e respeito pelas opinião e ideias alheias», até porque, fez notar, «passo a passo temos vindo a demonstrar que as esperanças podem tornar-se certezas, convergindo os nossos esforços para a concretização dos desígnios comuns».
O primeiro-ministro aproveitou também a presença no Bié para inaugurar diversas infraestruturas, entre as quais o Palácio Municipal, o Centro de Artes e ofícios e o Instituto Médio Agrário. Na nova escola vão poder estudar cerca de 1400 alunos, um quarto destes em regime de internato. As áreas de formação privilegiadas são a produção e gestão agrícola e a conservação dos recursos florestais.

MPLA por um país justo

Assinalando o 4 de Fevereiro, o MPLA reafirmou o objectivo de construir em Angola uma sociedade baseada na justiça social e na democracia.
Em comunicado citado pela Agência de Notícias de Angola, o Movimento Popular de Libertação de Angola exorta o povo a participar activamente em todas as tarefas que visem desenvolver o país, elevar as condições de vida da população e consolidar o Estado de direito. «Os angolanos saberão vencer os grandes desafios da paz, da estabilidade e do desenvolvimento», afirma confiante o MPLA.
Em Lisboa, o secretariado do MPLA em Portugal promoveu um debate sobre a Luta Armada de Libertação Nacional na qual participou o militante e participante do 4 de Fevereiro Ezequiel de Almeida.


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