UE sustenta Deby
A União Europeia adiou até ao final do mês o envio de uma força militar para o Chade. No terreno, os rebeldes reagrupam na fronteira com o Sudão.
Sarkozy vai reequipar as forças do presidente
Na base da decisão da UE está a alegada ausência de condições logísticas e de segurança na capital do país, N'Djamena, as quais impedem o desembarque dos 3700 soldados que a EUFOR pretende ali estacionar, sustentam especialistas militares.
Apesar da justificação oficiosa para o adiamento, a provável visita do presidente francês, Nicolas Sarkozy, ao Chade, prevista para os últimos dias de Fevereiro ou primeiros de Março, não deve ser alheia ao impasse no envio das tropas, cuja maioria, 2100 homens, fica a cargo das forças armadas gaulesas.
Sarkozy é, aliás, não só o maior entusiasta da solução militar como o mais declarado apoiante do presidente chadiano Idriss Deby, que muito embora insista em afirmar que controla todo o país, lançou, quinta-feira da semana passada, um apelo desesperado à UE para que acelere o envio do contingente armado.
Depois de ter garantido a aprovação, no Conselho de Segurança da ONU, de uma resolução que permite a Paris fornecer meios humanos e materiais para o reequipamento das forças leais ao governo do Chade, o chefe de Estado da França assegurou ainda junto de Bruxelas um pacote de «ajuda humanitária de emergência» no valor de dois milhões de euros, verba que vai ser gerida pela UE em parceria com ONG's conhecedoras da realidade.
Revoltosos reagrupam
Entretanto, enquanto o presidente líbio Mouammar Kadhafi se mantém em contacto com as partes em conflito, mandatado pela União Africana, no Chade as movimentações militares não cessam. Na capital, os homens do presidente procuram tomar as rédeas da situação e Deby decretou mesmo o recolher obrigatório. A medida não se limita a N'Djamena e estende-se a outras seis regiões, mas a sua aplicação prática parece restrita à cidade uma vez que as autoridades pouco mais dominam.
Já as forças revoltosas reagrupam na zona da tripla fronteira com o Sudão, a República Centro Africana e os Camarões. Informações oficiais confirmam que os rebeldes movem uma coluna de cerca de 200 veículos e milhares de homens, aos quais se devem juntar outros 1500 soldados, de acordo com dados apurados por agências internacionais citando uma fonte do grupo insubmisso.
Na região Sul do Chade e Oeste e Sul do Sudão a instabilidade e a violência são as notas dominantes. Para além do êxodo populacional no Chade rumo aos Camarões – a Agência das Nações Unidas para os Refugiados estima até 30 mil o total de migrantes -, notícias recentes dão conta de ataques de grupos armados ugandeses no Sudão e, por outro lado, de tropas e milícias fieis ao governo sudanês no Darfur, onde já estão 9 mil «capacetes azuis» e aos quais se pretende acrescer outros 11 mil, formando a maior missão da ONU.
Apesar da justificação oficiosa para o adiamento, a provável visita do presidente francês, Nicolas Sarkozy, ao Chade, prevista para os últimos dias de Fevereiro ou primeiros de Março, não deve ser alheia ao impasse no envio das tropas, cuja maioria, 2100 homens, fica a cargo das forças armadas gaulesas.
Sarkozy é, aliás, não só o maior entusiasta da solução militar como o mais declarado apoiante do presidente chadiano Idriss Deby, que muito embora insista em afirmar que controla todo o país, lançou, quinta-feira da semana passada, um apelo desesperado à UE para que acelere o envio do contingente armado.
Depois de ter garantido a aprovação, no Conselho de Segurança da ONU, de uma resolução que permite a Paris fornecer meios humanos e materiais para o reequipamento das forças leais ao governo do Chade, o chefe de Estado da França assegurou ainda junto de Bruxelas um pacote de «ajuda humanitária de emergência» no valor de dois milhões de euros, verba que vai ser gerida pela UE em parceria com ONG's conhecedoras da realidade.
Revoltosos reagrupam
Entretanto, enquanto o presidente líbio Mouammar Kadhafi se mantém em contacto com as partes em conflito, mandatado pela União Africana, no Chade as movimentações militares não cessam. Na capital, os homens do presidente procuram tomar as rédeas da situação e Deby decretou mesmo o recolher obrigatório. A medida não se limita a N'Djamena e estende-se a outras seis regiões, mas a sua aplicação prática parece restrita à cidade uma vez que as autoridades pouco mais dominam.
Já as forças revoltosas reagrupam na zona da tripla fronteira com o Sudão, a República Centro Africana e os Camarões. Informações oficiais confirmam que os rebeldes movem uma coluna de cerca de 200 veículos e milhares de homens, aos quais se devem juntar outros 1500 soldados, de acordo com dados apurados por agências internacionais citando uma fonte do grupo insubmisso.
Na região Sul do Chade e Oeste e Sul do Sudão a instabilidade e a violência são as notas dominantes. Para além do êxodo populacional no Chade rumo aos Camarões – a Agência das Nações Unidas para os Refugiados estima até 30 mil o total de migrantes -, notícias recentes dão conta de ataques de grupos armados ugandeses no Sudão e, por outro lado, de tropas e milícias fieis ao governo sudanês no Darfur, onde já estão 9 mil «capacetes azuis» e aos quais se pretende acrescer outros 11 mil, formando a maior missão da ONU.