Eleições em Itália

Dueto ao centro

Veltroni e Berlusconi apostam ambos na bipolização do eleitorado transalpino que irá às urnas em 13 e 14 de Abril para escolher a nova maioria que sucederá à coligação de centro-esquerda que governou a Itália nos últimos 21 meses.

A possibilidade de uma «grande aliança» não é descartada

À direita como à esquerda, as duas maiores formações da cena política italiana anunciaram que, desta vez, prescindirão de coligações pré-eleitorais e irão disputar sozinhas a batalha eleitoral que se avizinha.
Esta táctica primeiramente escolhida por Walter Veltroni, o líder do recém-criado Partido Democrático (centro-esquerda), não tardou a ser seguida pelo seu adversário do centro-direita, Sílvio Berlusconi. Também este tenta a todo o custo dissolver os seus antigos aliados na lista única do Povo e Liberdade (PDL), o novo partido do magnata que precedeu o malogrado Romano Prodi na governação do país.
As primeiras sondagens atribuem vitória fácil ao cavaliere, cujo partido (PDL) poderia ascender a 37 ou 40 por cento enquanto o Partido Democrático rondaria os 29 ou 30 por cento.
À esquerda do PD, registam-se igualmente esforços no sentido de concentrar votos numa única lista já designada «Esquerda Arco-Íris», a qual será constituída pelo Partido da Refundação Comunista, pelo Partido dos Comunistas Italianos e pelos Verdes. Fausto Bertinotti, dado como eventual líder desta «Cosa rossa» já reconheceu que «a esquerda radical deve agora passar por uma fase de oposição criativa e influente». (Le Monde (12.02).
De fora dos principais agrupamentos poderão ficar alguns pequenos partidos como o da Itália dos Valores (IDV) do antigo juiz anti-mafia, António di Pietro, ou o Partido Radical de Emmma Bonino, caso não aceitem submeter-se ao programa do PD. Também à direita, a União dos Democratas do Centro (UDC), ligado à Igreja, poderá não aceitar integrar-se na lista de Berlusconi.
Contudo, é de prever uma forte redução do número de formações com representação no próximo parlamento italiano. E se o eleitorado confirmar os prognósticos das sondagens, os dois maiores partidos do centro (esquerda e direita) poderão concentrar entre 60 a 70 dos votos. Perante este cenário, a cúpula do partido de Berlusconi já sonha com uma grande coligação à alemã com o PD. «Isso dependerá da intensidade da nossa provável vitória e da qualidade da provável derrota deles», comentou Giulio Tremonti, antigo ministro da Economia e dirigente da Forza Itália.


Mais artigos de: Europa

Greve geral contra escalada repressiva

Em protesto contra a vaga de prisões, repressões e proibições, a esquerda independentista basca apela à participação na greve geral, convocada para hoje, quinta-feira, em todo o País Basco.

Protesto contra encerramento da <em>Nokia</em>

Milhares de alemães desfilaram no domingo, 10, em Bochum, contra a deslocalização fábrica da Nokia para cidade de Jucu, na Roménia. Durante a noite, os manifestantes empunhando archotes organizaram um gigantesco cordão humano, em sinal protesto contra decisão dos responsáveis do gigante finlandês das telecomunicações.O...

Eurodeputados solidários com Cuba

Uma delegação do Grupo Confederal da Esquerda Unitária/Esquerda Verde Nórdica visitou Cuba, entre os dias 4 e 9, onde manifestou solidariedade com o povo e o governo cubanos.A representação foi chefiada pelo seu presidente, Francis Wurtz, membro do Partido Comunista Francês, e integrou mais nove deputados, entre os...

Suíça proíbe casamentos com ilegais

O parlamento suíço avançou com uma polémica proposta que visa proibir o casamento de cidadãos suíços com estrangeiros sem documentos ou requerentes de asilo.A iniciativa partiu de um deputado do partido UDC-SVP, de extrema-direita, que logrou obter o apoio do Partido Radical e dos democratas-cristãos. Aprovada em...

Um tratado contra os trabalhadores

Após 22 anos de participação de Portugal na integração capitalista europeia - que é a UE -, cresce o número de trabalhadores portugueses que ganham consciência quanto ao real significado e ao carácter marcadamente de classe desta «integração».Se apelarmos à experiência de vida dos trabalhadores portugueses nos últimos 22...