Unidos pela soberania nacional
As organizações camponesas mexicanas chamam a uma grande mobilização nacional contra o Tratado de Livre Comércio com os EUA e o Canadá, que entrou em vigor no início deste ano.
Milhões de agricultores mexicanos em risco de ficarem na miséria
Tendo em vista a acção de protesto agendada para o próximo dia 31 de Janeiro, as organizações representativas dos agricultores apelam à unidade das forças políticas, sociais e sindicais do México. O objectivo, dizem, é mostrar o amplo repúdio popular ao Tratado de Livre Comércio da América do Norte (TLCAN) e à política neoliberal levada a cabo pelo governo de Filipe Calderón em nome dos interesses das multinacionais.
Em declarações citadas pela Prensa Latina, o presidente da Central Camponesa Cardenalista, Max Correa, defendeu que a plataforma conjunta, da qual fazem parte a Confederação Nacional Camponesa (CNC), o Conselho Nacional de Organizações Agrícolas e Pesqueiras, e a Frente Ampla Popular, deve concentrar as suas forças na exigência de renegociação do documento assinado com os vizinhos do Norte, isto porque o seu conteúdo é arrasador para os produtores nacionais e a soberania alimentar do México.
Correa considerou ainda que são as próprias autoridades de Washington quem distorce as regras acordadas entre as partes, ao subsidiarem em média com 26 mil dólares por ano os agricultores norte-americanos, ao passo que os homólogos mexicanos pouco mais que recebem que 700 dólares.
Controlo do mercado
Na mesma linha, o responsável pela Confederação Nacional Camponesa, Cruz López Aguilar, lembrou que o objectivo dos EUA com o TLCAN é o controlo sobre o mercado de cereais e oleaginosas.
O dirigente acrescentou que a abertura das fronteiras aos produtos norte-americanos e canadianos não vai criar emprego no México nem melhorar a vida dos trabalhadores.
Pelo contrário, acrescentou Aguilar, o que os números mais recentes indicam é que as primeiras consequências dos acordos económicos e comerciais com os EUA foram a perda de dois milhões de empregos no campo e a migração para as cidades de 650 mil pessoas por ano, das quais se estima que mais de metade tente, posteriormente, atravessar a fronteira norte-americana de forma ilegal sujeitando-se a condições próximas da escravatura.
Petróleo também na mira
A juntar a voz às acusações das organizações camponesas, a Comissão Coordenadora de Defesa do Petróleo (CCDP) mexicana veio denunciar o que considera práticas ruinosas e lesivas dos sucessivos governos em matéria de política energética. Para a CCDP, o objectivo é a privatização do sector através da destruição da capacidade produtiva da empresa estatal mexicana.
A PEMEX, dizem, para além de entregar à exploração estrangeira os campos petrolíferos existentes no país, em clara violação da Constituição, lembram ainda, limita-se a esgotar as reservas destes não apostando em novos investimentos, como estruturas de captação em zonas que se reconhece serem rentáveis ou refinarias.
Neste quadro, sublinha a organização, o México exporta crude, mas importa matéria refinada no total de 40 por cento da gasolina consumida. No gás, a cifra ascende a 25 por cento do total das necessidades da economia mexicana.
Grave, também, é a ausência de transparência nos negócios da PEMEX com as gigantes anglo-holandesa Shell, a norte-americana Chevron, a canadiana Nexen e a norueguesa Statoil, afirma a CCDP. Nos contratos de exploração existe mesmo uma clausula que estipula uma multa pesada em caso de divulgação pública dos termos assinados, concluem.
Em declarações citadas pela Prensa Latina, o presidente da Central Camponesa Cardenalista, Max Correa, defendeu que a plataforma conjunta, da qual fazem parte a Confederação Nacional Camponesa (CNC), o Conselho Nacional de Organizações Agrícolas e Pesqueiras, e a Frente Ampla Popular, deve concentrar as suas forças na exigência de renegociação do documento assinado com os vizinhos do Norte, isto porque o seu conteúdo é arrasador para os produtores nacionais e a soberania alimentar do México.
Correa considerou ainda que são as próprias autoridades de Washington quem distorce as regras acordadas entre as partes, ao subsidiarem em média com 26 mil dólares por ano os agricultores norte-americanos, ao passo que os homólogos mexicanos pouco mais que recebem que 700 dólares.
Controlo do mercado
Na mesma linha, o responsável pela Confederação Nacional Camponesa, Cruz López Aguilar, lembrou que o objectivo dos EUA com o TLCAN é o controlo sobre o mercado de cereais e oleaginosas.
O dirigente acrescentou que a abertura das fronteiras aos produtos norte-americanos e canadianos não vai criar emprego no México nem melhorar a vida dos trabalhadores.
Pelo contrário, acrescentou Aguilar, o que os números mais recentes indicam é que as primeiras consequências dos acordos económicos e comerciais com os EUA foram a perda de dois milhões de empregos no campo e a migração para as cidades de 650 mil pessoas por ano, das quais se estima que mais de metade tente, posteriormente, atravessar a fronteira norte-americana de forma ilegal sujeitando-se a condições próximas da escravatura.
Petróleo também na mira
A juntar a voz às acusações das organizações camponesas, a Comissão Coordenadora de Defesa do Petróleo (CCDP) mexicana veio denunciar o que considera práticas ruinosas e lesivas dos sucessivos governos em matéria de política energética. Para a CCDP, o objectivo é a privatização do sector através da destruição da capacidade produtiva da empresa estatal mexicana.
A PEMEX, dizem, para além de entregar à exploração estrangeira os campos petrolíferos existentes no país, em clara violação da Constituição, lembram ainda, limita-se a esgotar as reservas destes não apostando em novos investimentos, como estruturas de captação em zonas que se reconhece serem rentáveis ou refinarias.
Neste quadro, sublinha a organização, o México exporta crude, mas importa matéria refinada no total de 40 por cento da gasolina consumida. No gás, a cifra ascende a 25 por cento do total das necessidades da economia mexicana.
Grave, também, é a ausência de transparência nos negócios da PEMEX com as gigantes anglo-holandesa Shell, a norte-americana Chevron, a canadiana Nexen e a norueguesa Statoil, afirma a CCDP. Nos contratos de exploração existe mesmo uma clausula que estipula uma multa pesada em caso de divulgação pública dos termos assinados, concluem.