«Já sabíamos que este programa de alargamento e generalização das actividades de enriquecimento curricular, baseando-se nas famosas e conhecidas parcerias com entidades promotoras (autarquias, associações de pais, IPSS), acabaria sempre por traduzir-se em milhares de professores qualificados mal remunerados e sem nenhuns direitos (entenda-se pagos a recibo verde). O que não sabíamos era que, a acrescentar a este pesadelo, se iria juntar o flagelo dos salários em atraso», acusa a CDU.
À semelhança do que aconteceu no ano passado, a maioria dos docentes das AEC (actividades de enriquecimento curricular) têm recebido o seu vencimento com meses de atraso. «Este ano, apesar de estarmos quase em final do período, e em honrosas excepções (caso das AEC promovidas pela Habitovar), a maioria dos docentes das AEC ainda não receberam qualquer salário», denunciam os eleitos comunistas, alertando para para o facto de a Ovarforma, propriedade da Câmara Municipal, não fazer pagamentos «para lá de Janeiro».
Perante este quadro de banalização dos baixos salários, «ainda por cima pagos tarde e a más horas», a CDU enviou um requerimento à Assembleia Municipal de Ovar onde são pedidas informações concretas acerca deste caso, designadamente sobre «os pagamentos em atraso» e «as condições em que foram assinados os contratos programa entre a Ovarforma (entidade promotora) e o Ministério da Educação (em termos de pagamentos, montantes, prazos)».
Considerando o montante do financiamento por aluno e por ano de 250 euros (desde que inclua inglês, musica e desporto), a CDU questionou ainda a autarquia sobre os critérios que estiveram na base do cálculo das remunerações dos docentes. «Será que a Câmara pretende sanear a Ovarforma à custa dos professores das AEC?», interrogam-se os eleitos do PCP.