Orquestra Metropolitana de Lisboa

Governo tem de honrar compromissos

Urge que o Governo clarifique a sua posição quanto à Orquestra Metropolitana de Lisboa e ao seu futuro. «Tenciona honrar todos os compromissos financeiros assumidos?», é a pergunta que faz o PCP.

Depois de um período conturbado, a instituição recuperou a estabilidade

Em causa está o incumprimento por parte do Executivo da sua promessa de conceder verbas na ordem dos 600 mil euros, destinadas quer ao financiamento de actividades fundamentais, quer a despesas correntes indeclináveis (como salários), quer ainda à amortização programada de dívidas antigas que estão na origem da grave situação financeira actual.
Esta última é uma situação herdade que, recorde-se, remonta ao período bastante conturbado pelo qual a instituição passou há uns anos atrás, que pôs em sério risco, inclusive, a sua credibilidade e até a sua continuidade.
Essa foi uma fase muito complicada que, no entanto, o esforço e o trabalho dos que integram a instituição conseguiu superar nos últimos anos, recuperando a estabilidade do seu funcionamento e retomando as suas actividades essenciais.
É esse trabalho positivo construído ao longo dos últimos anos que de novo pode estar em xeque, caso não seja garantido pelo Governo o cumprimento das suas obrigações. Dificuldades que levaram, inclusivamente, à resignação da actual direcção da Associação, justificando, por isso, as diligências encetadas junto do Governo pelo presidente da bancada comunista.
«Que avaliação faz da actividade da Orquestra Metropolitana de Lisboa quer no ensino da música quer na produção musical ?», pergunta Bernardino Soares no requerimento que dirigiu ao Executivo, através do Ministério da Cultura.
Depois de inquirir sobre as razões que levaram o Governo a não cumprir os compromissos financeiros por si assumidos com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, o presidente da formação comunista pergunta ainda se aquele tem consciência das consequências de tal incumprimento e, por fim, se tenciona, e quando, honrar os seus compromissos para o ano de 2007 e anos futuros.

Formar e divulgar

A Orquestra Metropolitana de Lisboa desenvolve o essencial da sua intervenção no plano do ensino e promoção da música. Em termos pedagógicos, assistiu-se nos últimos anos a um aprofundamento das actividades de formação musical, graças a um forte empenhamento do corpo docente e a uma cuidada planificação, com resultados visíveis nas actividades e actuações da Orquestra Académica Metropolitana, da Orquestra Metropolitana de Lisboa Júnior ou dos Pequenos Violinos da Metropolitana. A qualidade deste trabalho tem sido reconhecida através da atribuição de múltiplos prémios em concursos nacionais e internacionais e na contratação pelas melhores orquestras portuguesas de vários alunos da Orquestra Metropolitana de Lisboa.
A realização de 80 concertos por temporada, envolvendo solistas e maestros de craveira e renome internacional, por outro lado, dá bem uma ideia do papel e acção da instituição na esfera da promoção e divulgação musical. Seguindo uma política de descentralização dos espectáculos, a sua aposta tem sido igualmente dirigida para a criação de novos públicos, bem evidente na média de 480 espectadores por concerto e no total de 40 mil espectadores por temporada.

Projecto inovador

Para além da Orquestra Metropolitana de Lisboa, três outras instituições integram e desenvolvem de forma articulada o projecto de ensino e promoção musical no nosso País. São elas a Orquestra Académica Metropolitana, a Academia Nacional Superior de Orquestra e o Conservatório Metropolitano de Lisboa. As quatro instituições, no seu conjunto, dão corpo à Associação Música, Educação e Cultura – AMEC.
As várias entidades tuteladas pela AMEC envolvem hoje cerca de 180 trabalhadores, entre músicos profissionais, professores e funcionários, para além de 420 alunos do ensino básico, secundário e superior.
A AMEC é uma entidade de carácter semi-público, constituída e financiada de forma largamente maioritária por entidades públicas. Entre os seus fundadores encontram-se os Ministérios da Educação e da Cultura e diversas autarquias da Área Metropolitana de Lisboa.


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