Cubanos celebram «revolta nacional»
Mais de 100 mil pessoas participaram nas comemorações oficiais do aniversário do assalto ao quartel de Moncada. Na iniciativa, Raúl Castro destacou a força do povo na construção da revolução cubana.
Cuba disposta a dialogar com os EUA «em condições de igualdade», disse Raúl Castro
A província de Camagüey acolheu, dia 26, quinta-feira, as comemorações oficiais do 54.º aniversário do assalto aos quartéis de Moncada e Carlos Manuel de Céspedes, actos que marcaram o início da sublevação popular em Cuba contra a ditadura de Fulgêncio Batista, das multinacionais e dos proprietários do sector agrícola, e dos exploradores turísticos e dos casinos na ilha vizinha dos EUA.
Assim era Cuba antes da tomada do poder pelo movimento revolucionário 26 de Julho, em 1 de Janeiro de 1959. Antes do triunfo popular sobre o capitalismo mais selvagem, porém, o desembarque armado a partir do mítico Granma, em 1953, navio que transportando um punhado de revolucionários ousou atentar contra o poder semeando a esperança que haveria de germinar cinco anos e meio depois.
Diferente, muito diferente é a Cuba dos nossos dias, país que apesar do implacável bloqueio norte-americano, não só resiste ao imperialismo dando o exemplo aos restantes povos do mundo como avança no que aos índices de desenvolvimento humano diz respeito, segundo dados revelados pelas próprias Nações Unidas.
Uma história de «sacrifícios e dificuldades», uma luta «tantas vezes reiniciada logo após cada revés», lembrou Raúl Castro Ruz, vice-presidente dos conselhos de Estado e de Ministros da República de Cuba, no discurso oficial das comemorações do 26 de Julho.
Perante uma multidão entusiasta que não arredou pé da Praça da Revolução, bem no centro de Camagüey – localidade na zona oriental de Cuba escolhida este ano para receber o evento em consequência dos bons resultados obtidos em termos de desenvolvimento económico e social – Raúl Castro sublinhou ainda que «nesse processo forjou-se e cresceu a moral e a consciência do povo», principal razão pela qual, apesar da ausência de Fidel, apesar da «profunda dor que nos assalta, nenhuma tarefa ficou por realizar».
Dispostos ao diálogo
Durante a sua intervenção, o dirigente cubano não esqueceu o criminoso embargo e as práticas terroristas de Washington contra Cuba movidas pelas sucessivas administrações norte-americanas. «3478 vítimas mortais de actos terroristas organizados directamente, apoiados ou permitidos pelas autoridades dos EUA. Perante os caídos em cumprimento da Pátria, o nosso povo ratificou sucessivamente o compromisso com os seus heróis e mártires», disse.
Somos um «exemplo demasiado perigoso num continente dividido e explorado», acrescentou Raúl Castro, mas, não obstante considerar «errática e perigosa» a política externa da administração Bush para com a ilha, manifestou a disposição dos cubanos para o diálogo, «em condições de igualdade», precisou, com os futuros ocupantes da Casa Branca.
«Se as novas autoridades norte-americanas abandonarem por fim a prepotência, se decidirem conversar de modo civilizado, sejam muito bem-vindos; caso contrário, estamos dispostos a enfrentar a sua política de hostilidade por outros 50 anos se for necessário», concluiu o Chefe de Estado em exercício.
Guerrilheiros mortos em combate
Homenagem a Frank País
Cinco dias depois das celebrações em torno do 26 de Julho, Raúl Castro deslocou-se a Santiago de Cuba para novo acto de homenagem, desta feita para lembrar os guerrilheiros caídos em combate pela revolução e contra a ditadura.
Destaque muito especial para o jovem Frank País, assassinado pelos militares fiéis a Fulgêncio Batista, em 1957, quando tinha apenas 22 anos.
Frank País foi, tal como Celia Sánchez ou Antonio Maceo, igualmente assassinados pelos lacaios do regime tirano, um exemplo de trabalho abnegado em prol da causa da transformação da sociedade, expressou Raúl Castro.
Até à data da sua morte, fez dia 30 meio século, País foi responsável por inúmeras acções subversivas, pelo apetrechamento logístico da guerrilha e pelo recrutamento de inúmeros revolucionários dispostos a pegar em armas para vencer a miséria e a humilhação permanentes.
Sem par, ainda, o cortejo que acompanhou País à sua última morada, recordou Castro. À época, milhares de cubanos de Santiago de Cuba e das aldeias vizinhas acompanharam o funeral, uma massa humana de tal dimensão que até as forças repressivas se acoitaram nos quartéis temendo a revolta do povo, aduziu.
Assim era Cuba antes da tomada do poder pelo movimento revolucionário 26 de Julho, em 1 de Janeiro de 1959. Antes do triunfo popular sobre o capitalismo mais selvagem, porém, o desembarque armado a partir do mítico Granma, em 1953, navio que transportando um punhado de revolucionários ousou atentar contra o poder semeando a esperança que haveria de germinar cinco anos e meio depois.
Diferente, muito diferente é a Cuba dos nossos dias, país que apesar do implacável bloqueio norte-americano, não só resiste ao imperialismo dando o exemplo aos restantes povos do mundo como avança no que aos índices de desenvolvimento humano diz respeito, segundo dados revelados pelas próprias Nações Unidas.
Uma história de «sacrifícios e dificuldades», uma luta «tantas vezes reiniciada logo após cada revés», lembrou Raúl Castro Ruz, vice-presidente dos conselhos de Estado e de Ministros da República de Cuba, no discurso oficial das comemorações do 26 de Julho.
Perante uma multidão entusiasta que não arredou pé da Praça da Revolução, bem no centro de Camagüey – localidade na zona oriental de Cuba escolhida este ano para receber o evento em consequência dos bons resultados obtidos em termos de desenvolvimento económico e social – Raúl Castro sublinhou ainda que «nesse processo forjou-se e cresceu a moral e a consciência do povo», principal razão pela qual, apesar da ausência de Fidel, apesar da «profunda dor que nos assalta, nenhuma tarefa ficou por realizar».
Dispostos ao diálogo
Durante a sua intervenção, o dirigente cubano não esqueceu o criminoso embargo e as práticas terroristas de Washington contra Cuba movidas pelas sucessivas administrações norte-americanas. «3478 vítimas mortais de actos terroristas organizados directamente, apoiados ou permitidos pelas autoridades dos EUA. Perante os caídos em cumprimento da Pátria, o nosso povo ratificou sucessivamente o compromisso com os seus heróis e mártires», disse.
Somos um «exemplo demasiado perigoso num continente dividido e explorado», acrescentou Raúl Castro, mas, não obstante considerar «errática e perigosa» a política externa da administração Bush para com a ilha, manifestou a disposição dos cubanos para o diálogo, «em condições de igualdade», precisou, com os futuros ocupantes da Casa Branca.
«Se as novas autoridades norte-americanas abandonarem por fim a prepotência, se decidirem conversar de modo civilizado, sejam muito bem-vindos; caso contrário, estamos dispostos a enfrentar a sua política de hostilidade por outros 50 anos se for necessário», concluiu o Chefe de Estado em exercício.
Guerrilheiros mortos em combate
Homenagem a Frank País
Cinco dias depois das celebrações em torno do 26 de Julho, Raúl Castro deslocou-se a Santiago de Cuba para novo acto de homenagem, desta feita para lembrar os guerrilheiros caídos em combate pela revolução e contra a ditadura.
Destaque muito especial para o jovem Frank País, assassinado pelos militares fiéis a Fulgêncio Batista, em 1957, quando tinha apenas 22 anos.
Frank País foi, tal como Celia Sánchez ou Antonio Maceo, igualmente assassinados pelos lacaios do regime tirano, um exemplo de trabalho abnegado em prol da causa da transformação da sociedade, expressou Raúl Castro.
Até à data da sua morte, fez dia 30 meio século, País foi responsável por inúmeras acções subversivas, pelo apetrechamento logístico da guerrilha e pelo recrutamento de inúmeros revolucionários dispostos a pegar em armas para vencer a miséria e a humilhação permanentes.
Sem par, ainda, o cortejo que acompanhou País à sua última morada, recordou Castro. À época, milhares de cubanos de Santiago de Cuba e das aldeias vizinhas acompanharam o funeral, uma massa humana de tal dimensão que até as forças repressivas se acoitaram nos quartéis temendo a revolta do povo, aduziu.