No final, numa intervenção no Largo do Chafariz de Dentro, em Alfama, Ruben de Carvalho lembrou as razões que as populações destas freguesias têm para rejeitar a política de direita (seja a do PSD/CDS-PP na Câmara, seja a do PS no Governo) e as razões, ainda mais fortes, para confiarem na CDU, cujo trabalho autárquico conhecem bem, pois assume a presidência das freguesias do Castelo, Santiago e Santo Estevão.
O cabeça de lista da CDU criticou ainda o projecto do Porto de Lisboa para construir uma zona comercial associada ao terminal para cruzeiros no Tejo frente a Alfama, alertando que será «uma muralha» que destruirá a vista do rio.
«A Câmara não pode alhear-se de nenhum projecto que diga respeito à cidade. A Câmara tem que levantar o problema junto da administração central», defendeu o candidato comunista, alertando que o projecto do Porto de Lisboa prevê «construção em altura de dois ou três pisos».
«Fazer um terminal para cruzeiros, até aí tudo bem. Mas preparam-se para fazer ali um centro comercial, ao longo de um quilómetro do cais e com dois ou três pisos de altura, ou seja, uma muralha que destruirá toda a visão de Alfama para o rio», criticou o cabeça-de-lista da CDU.

«Negócios e especulações»

Sobre o projecto do Porto de Lisboa, o candidato da CDU considerou ainda que «até do ponto de vista económico» a ideia de um centro comercial no cais será prejudicial à cidade, prevendo que os turistas prefiram ali fazer as suas compras, e não saiam para a baixa da cidade.
A reabilitação urbana foi o outro tema levantado por Ruben de Carvalho na «arruada». O candidato criticou a maioria PSD nos últimos seis anos na câmara por ter «transformado a recuperação de prédios antigos» em «negócios e especulação».
Por seu lado, Jerónimo de Sousa acentuou que as eleições intercalares em Lisboa têm também «uma componente nacional», apelando a «todos quantos se sentem atingidos pelas políticas injustas do Governo» para «votar na CDU» como forma de protesto.