Vamos ao trabalho camaradas!
Nem a chuva que caiu durante todo o dia de sábado demoveu muitos militantes e amigos do Partido de participarem na jornada inaugural de implantação da Festa do Avante!. Até Setembro, tudo tem que ficar pronto, por isso, mãos à obra.
Cerca de 150 camaradas estiveram na primeira jornada de trabalho
Ultrapassada a porta de serviços que dá acesso à Quinta da Atalaia, junto ao estaleiro e aos armazéns da Festa, o chiar das máquinas mistura-se com o som das viaturas de caixa aberta que circulam num vai e vêm entre os trabalhos que decorrem no terreno e o necessário transporte de material.
A azáfama é grande e as primeiras impressões não enganam. Apesar da intempérie ter feito temer uma menor afluência, este ano o número de voluntários na inauguração das jornadas de construção da nossa Festa superou o registo anterior: estiveram cerca de centena e meia de camaradas, confirmar-nos-ia posteriormente Pedro Lago, membro da direcção da Festa.
Camaradas jovens e menos jovens passam por nós com a alegria estampada no rosto exibindo chaves, martelos, ancinhos, enxadas, ferramentas e instrumentos diversos para cumprirem as tarefas que no momento se impõem.
Menos sujeitos às cargas de água que teimaram em aparecer com irritante frequência, dentro das oficinas, brigadas de camaradas tratam das madeiras, dos tubos que mais adiante se irão erguer numa malha intrincada, das viaturas que já recuperadas e decoradas de uma forma muito própria percorrerão quilómetros durante quase três meses de jornadas.
Até Setembro, largos milhares vão passar por estes espaços carregando toneladas de material de cá para lá, revendo metro a metro os toldos das estruturas ou cozendo novos panos e lonas para cumprir o plano idealizado. Todos vencerão o cansaço a golpes de generosidade militante e não falta o que fazer mesmo para os que não podem executar tarefas fisicamente desgastantes.
«Aqui trabalha-se com mais vontade»
Continuamos por entre a chuva miudinha e alcançamos o alto da alameda que desagua no Palco 25 de Abril. Lá em baixo dividem-se os grupos por organização e por tarefa a executar. De um lado e do outro do caminho, Coimbra, Santarém e Leiria já levantam tubo.
A limpeza do terreno, o corte de relva e a desmatação ocupam, ainda assim, boa parte dos participantes, afinal, nesta fase, é a prioridade de trabalho, a par da chamada «picotagem do terreno». Neste caso, o melindre é maior e obriga a medições certeiras para corresponder ao projectado. Nada que não se faça com perseverança e que não se ensine a quem não sabe com igual dose de paciência.
Mais à frente vamos encontrar as organizações de Lisboa e do Alentejo. Ambas seguem adiantadas nos trabalhos. Sem largar o empalme que junta dois segmentos de tubo, Hélder Vilanova diz-nos que é o segundo ano que vem às jornadas. A camaradagem, o espírito de entreajuda e o facto de trabalharem todos com o mesmo objectivo faz este operário da construção civil do Litoral Alentejano afirmar que «aqui trabalha-se com mais vontade».
Foi essa mesma vontade de contribuir sem nada exigir em troca que levou Sheila Ferreira, inscrita recentemente na JCP de Setúbal, a cumprir neste dia a sua primeira jornada de trabalho na Festa do Avante!. «Logo aos primeiros dez minutos fiquei com calos nas mãos», confessou-nos rindo, «mas apesar de cansativo é bom ver que todos fazem tudo para que a Festa tenha sucesso», resumiu.
No regresso para o almoço, encontramos um grupo de camaradas que limpava as ervas daninhas que entre uma Festa e outra tomaram de assalto um lanço de escadas. Puxamos conversa com Rafael Louro, técnico de administração tributária numa repartição de finanças, e saímos mais convictos de que, misturando profissões, gerações e vontades, «construir esta nossa Festa não é um ponto de chegada, é mais um ponto de passagem na luta de todos os dias», como fez questão de sublinhar.
Almoço-convívio junta culturas de luta
Uma Festa aberta ao mundo
Meia centena de pessoas juntaram-se, sábado, no almoço-convívio de arranque das jornadas de trabalho promovido pelo grupo de trabalho do PCP para o pavilhão dos imigrantes.
À chegada ao espaço já repleto de camaradas e amigos do Partido, os sons africanos convidavam a entrar no ritmo. Um grupo animado trocava impressões sobre a situação política salpicando a conversa com experiências da greve geral. Outros, em cacho, punham em dia a leitura da imprensa fazendo apreciações sobre as matérias publicadas e comparando-as com as notícias do órgão central do PCP.
O burburinho em volta da mesa corrida ameaçava distrair-nos da laboriosa preparação do repasto, mas o corrupio de pratos cheios de apetitosos petiscos prendeu-nos o olhar e reacendeu sentidos. Ficamos a pensar no doce de coco, no bolo de ananás e na serradura que uma camarada transporta numa gincana entre os corpos. «Não adiantem a sobremesa», avisa.
Ao fundo, três camaradas trocavam permanentemente de lugar à roda dum tacho de dimensões generosas. É a cachupa rica que está quase no ponto, garantem-nos com um sorriso aberto. «Todos para a mesa», ouve-se. Enquanto não chega o prato principal, entretém-se o apetite com pastéis de milho, amendoins, cerveja, e a palavra flúi com sotaques que se misturam fraternalmente.
Levar o Partido junto dos imigrantes
Antes de descer novamente ao terreno e do brinde final com Grog de Cabo-Verde, tempo ainda para ouvir a intervenção de encerramento do convívio.
Saudando todos os presentes, Rosa Rabiais, da Comissão Política do PCP, lembrou que esta iniciativa marca a jornada inaugural de construção da Festa, não deixando, porém, de antecipar uma nesga do que serão os três dias no pavilhão da Imigração.
Igualmente importante, disse, é «sensibilizar mais camaradas e amigos para o trabalho do Partido junto dos imigrantes», colocada que está a «necessidade de organizar e recrutar os trabalhadores para a luta colectiva», até porque, acrescentou, «se há neste País exploração e precariedade intensas; se há uma grande ofensiva contra os direitos laborais, os imigrantes são duplamente explorados tendo em conta a discriminação, o racismo e a xenofobia que sobre eles se abate, fenómenos contra os quais o Partido luta procurando a dignificação e a inserção global dos imigrantes na sociedade».
«Demos um contributo muito importante do ponto de vista legislativo. Basta recordar a Lei da Nacionalidade e a chamada Lei da Imigração, as quais, não sendo o que nós queríamos, consideramos passos importantes para que se faça o reconhecimento de direitos fundamentais», disse Rosa Rabiais.
Noutro plano de trabalho, a dirigente comunista sublinhou que é fundamental intervir e participar com mais força no movimento associativo e nas estruturas representativas dos imigrantes, única forma de combater a «influência de gente que está próxima e pactua com o Governo numa política contrária aos interesses da generalidade dos trabalhadores e dos imigrantes em particular».
Contra tais estruturas, urge «mobilizar, ir mais fundo levando os comunistas para junto dos imigrantes, até tendo em conta a natureza de classe do PCP, o Partido da classe operária e de todos os trabalhadores», sendo certo e sabido que, «na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, o PCP continuará a bater-se pelas mais justas propostas», trabalho abnegado que terá no pavilhão da Imigração na Festa do Avante! ampla divulgação através das exposições políticas, concluiu.
AvanteJovem em Futsal
A decorrer paralelamente à primeira jornada de trabalho da Festa, no pavilhão da Escola Alfredo Reis da Silveira, no Seixal, miúdos com idades entre os 8 e os 11 anos participaram no torneio de escolinhas em futsal, o AvanteJovem.
A iniciativa dinamizada pela Comissão Nacional de Desporto da Festa do Avante! em parceria com o Clube Recreativo e Desportivo do Fogueteiro, teve como objectivos principais a promoção da Festa e a sensibilização de pequenos e graúdos para a prática desportiva.
Envolvendo mais de duas centenas de crianças nas diversas eliminatórias, o torneio aliou as vertentes desportiva e política, na medida em que ao mesmo tempo que cria condições para a fruição da actividade física, expressa de forma clara o apoio do Partido à capacidade de realização e vitalidade do movimento associativo e das colectividades, sublinharam Paulo Júnior e Vítor Fonseca, da Comissão de Desporto da Festa.
A presença dos pais durante o AvanteJovem fez com que a Festa chegasse a mais gente, disseram ainda os responsáveis. Afinal, esta pode ser uma forma de desmistificar preconceitos sobre os comunistas, aproximando as pessoas para a luta quotidiana do PCP, acrescentaram.
Para os dias 8 e 9 de Setembro, em plena Festa do Avante!, estão marcadas as meias finais e a final deste torneio. A julgar pela participação na fase das eliminatórias, as bancadas do ringue da Quinta da Atalaia vão seguramente esgotar, e quem lá for vai também aproveitar para espreitar o maior evento político e cultural do País, concluem confiantes Paulo Júnior e Vítor Fonseca.
A azáfama é grande e as primeiras impressões não enganam. Apesar da intempérie ter feito temer uma menor afluência, este ano o número de voluntários na inauguração das jornadas de construção da nossa Festa superou o registo anterior: estiveram cerca de centena e meia de camaradas, confirmar-nos-ia posteriormente Pedro Lago, membro da direcção da Festa.
Camaradas jovens e menos jovens passam por nós com a alegria estampada no rosto exibindo chaves, martelos, ancinhos, enxadas, ferramentas e instrumentos diversos para cumprirem as tarefas que no momento se impõem.
Menos sujeitos às cargas de água que teimaram em aparecer com irritante frequência, dentro das oficinas, brigadas de camaradas tratam das madeiras, dos tubos que mais adiante se irão erguer numa malha intrincada, das viaturas que já recuperadas e decoradas de uma forma muito própria percorrerão quilómetros durante quase três meses de jornadas.
Até Setembro, largos milhares vão passar por estes espaços carregando toneladas de material de cá para lá, revendo metro a metro os toldos das estruturas ou cozendo novos panos e lonas para cumprir o plano idealizado. Todos vencerão o cansaço a golpes de generosidade militante e não falta o que fazer mesmo para os que não podem executar tarefas fisicamente desgastantes.
«Aqui trabalha-se com mais vontade»
Continuamos por entre a chuva miudinha e alcançamos o alto da alameda que desagua no Palco 25 de Abril. Lá em baixo dividem-se os grupos por organização e por tarefa a executar. De um lado e do outro do caminho, Coimbra, Santarém e Leiria já levantam tubo.
A limpeza do terreno, o corte de relva e a desmatação ocupam, ainda assim, boa parte dos participantes, afinal, nesta fase, é a prioridade de trabalho, a par da chamada «picotagem do terreno». Neste caso, o melindre é maior e obriga a medições certeiras para corresponder ao projectado. Nada que não se faça com perseverança e que não se ensine a quem não sabe com igual dose de paciência.
Mais à frente vamos encontrar as organizações de Lisboa e do Alentejo. Ambas seguem adiantadas nos trabalhos. Sem largar o empalme que junta dois segmentos de tubo, Hélder Vilanova diz-nos que é o segundo ano que vem às jornadas. A camaradagem, o espírito de entreajuda e o facto de trabalharem todos com o mesmo objectivo faz este operário da construção civil do Litoral Alentejano afirmar que «aqui trabalha-se com mais vontade».
Foi essa mesma vontade de contribuir sem nada exigir em troca que levou Sheila Ferreira, inscrita recentemente na JCP de Setúbal, a cumprir neste dia a sua primeira jornada de trabalho na Festa do Avante!. «Logo aos primeiros dez minutos fiquei com calos nas mãos», confessou-nos rindo, «mas apesar de cansativo é bom ver que todos fazem tudo para que a Festa tenha sucesso», resumiu.
No regresso para o almoço, encontramos um grupo de camaradas que limpava as ervas daninhas que entre uma Festa e outra tomaram de assalto um lanço de escadas. Puxamos conversa com Rafael Louro, técnico de administração tributária numa repartição de finanças, e saímos mais convictos de que, misturando profissões, gerações e vontades, «construir esta nossa Festa não é um ponto de chegada, é mais um ponto de passagem na luta de todos os dias», como fez questão de sublinhar.
Almoço-convívio junta culturas de luta
Uma Festa aberta ao mundo
Meia centena de pessoas juntaram-se, sábado, no almoço-convívio de arranque das jornadas de trabalho promovido pelo grupo de trabalho do PCP para o pavilhão dos imigrantes.
À chegada ao espaço já repleto de camaradas e amigos do Partido, os sons africanos convidavam a entrar no ritmo. Um grupo animado trocava impressões sobre a situação política salpicando a conversa com experiências da greve geral. Outros, em cacho, punham em dia a leitura da imprensa fazendo apreciações sobre as matérias publicadas e comparando-as com as notícias do órgão central do PCP.
O burburinho em volta da mesa corrida ameaçava distrair-nos da laboriosa preparação do repasto, mas o corrupio de pratos cheios de apetitosos petiscos prendeu-nos o olhar e reacendeu sentidos. Ficamos a pensar no doce de coco, no bolo de ananás e na serradura que uma camarada transporta numa gincana entre os corpos. «Não adiantem a sobremesa», avisa.
Ao fundo, três camaradas trocavam permanentemente de lugar à roda dum tacho de dimensões generosas. É a cachupa rica que está quase no ponto, garantem-nos com um sorriso aberto. «Todos para a mesa», ouve-se. Enquanto não chega o prato principal, entretém-se o apetite com pastéis de milho, amendoins, cerveja, e a palavra flúi com sotaques que se misturam fraternalmente.
Levar o Partido junto dos imigrantes
Antes de descer novamente ao terreno e do brinde final com Grog de Cabo-Verde, tempo ainda para ouvir a intervenção de encerramento do convívio.
Saudando todos os presentes, Rosa Rabiais, da Comissão Política do PCP, lembrou que esta iniciativa marca a jornada inaugural de construção da Festa, não deixando, porém, de antecipar uma nesga do que serão os três dias no pavilhão da Imigração.
Igualmente importante, disse, é «sensibilizar mais camaradas e amigos para o trabalho do Partido junto dos imigrantes», colocada que está a «necessidade de organizar e recrutar os trabalhadores para a luta colectiva», até porque, acrescentou, «se há neste País exploração e precariedade intensas; se há uma grande ofensiva contra os direitos laborais, os imigrantes são duplamente explorados tendo em conta a discriminação, o racismo e a xenofobia que sobre eles se abate, fenómenos contra os quais o Partido luta procurando a dignificação e a inserção global dos imigrantes na sociedade».
«Demos um contributo muito importante do ponto de vista legislativo. Basta recordar a Lei da Nacionalidade e a chamada Lei da Imigração, as quais, não sendo o que nós queríamos, consideramos passos importantes para que se faça o reconhecimento de direitos fundamentais», disse Rosa Rabiais.
Noutro plano de trabalho, a dirigente comunista sublinhou que é fundamental intervir e participar com mais força no movimento associativo e nas estruturas representativas dos imigrantes, única forma de combater a «influência de gente que está próxima e pactua com o Governo numa política contrária aos interesses da generalidade dos trabalhadores e dos imigrantes em particular».
Contra tais estruturas, urge «mobilizar, ir mais fundo levando os comunistas para junto dos imigrantes, até tendo em conta a natureza de classe do PCP, o Partido da classe operária e de todos os trabalhadores», sendo certo e sabido que, «na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, o PCP continuará a bater-se pelas mais justas propostas», trabalho abnegado que terá no pavilhão da Imigração na Festa do Avante! ampla divulgação através das exposições políticas, concluiu.
AvanteJovem em Futsal
A decorrer paralelamente à primeira jornada de trabalho da Festa, no pavilhão da Escola Alfredo Reis da Silveira, no Seixal, miúdos com idades entre os 8 e os 11 anos participaram no torneio de escolinhas em futsal, o AvanteJovem.
A iniciativa dinamizada pela Comissão Nacional de Desporto da Festa do Avante! em parceria com o Clube Recreativo e Desportivo do Fogueteiro, teve como objectivos principais a promoção da Festa e a sensibilização de pequenos e graúdos para a prática desportiva.
Envolvendo mais de duas centenas de crianças nas diversas eliminatórias, o torneio aliou as vertentes desportiva e política, na medida em que ao mesmo tempo que cria condições para a fruição da actividade física, expressa de forma clara o apoio do Partido à capacidade de realização e vitalidade do movimento associativo e das colectividades, sublinharam Paulo Júnior e Vítor Fonseca, da Comissão de Desporto da Festa.
A presença dos pais durante o AvanteJovem fez com que a Festa chegasse a mais gente, disseram ainda os responsáveis. Afinal, esta pode ser uma forma de desmistificar preconceitos sobre os comunistas, aproximando as pessoas para a luta quotidiana do PCP, acrescentaram.
Para os dias 8 e 9 de Setembro, em plena Festa do Avante!, estão marcadas as meias finais e a final deste torneio. A julgar pela participação na fase das eliminatórias, as bancadas do ringue da Quinta da Atalaia vão seguramente esgotar, e quem lá for vai também aproveitar para espreitar o maior evento político e cultural do País, concluem confiantes Paulo Júnior e Vítor Fonseca.