Democracia emparedada
A ocupação do Iraque pelos EUA assume a cada dia novas formas, numa tentativa desesperada de ultrapassar o evidente fracasso da política belicista da administração Bush, tragicamente comprovado por um quotidiano de morte e destruição. A mais recente «estratégia» que as forças norte-americanas adoptaram para pôr termo ao que dizem ser «o ciclo de violência sectária» em Bagdad, tem como peça central a construção de um muro de quatro metros de altura e cinco quilómetros de comprimento, com o qual pretendem isolar um enclave sunita existente nos bairros xiitas da capital iraquiana.
A construção do muro em torno do bairro de Adhamiya começou a 10 de Abril, mas segundo afirmou à CNN o dirigente do conselho local, Dawood al-Azami, o projecto não foi aprovado pelas autoridades do bairro.
A decisão de criar este tipo de «prisão colectiva» não é nova, mas nem por isso deixa de ser menos bárbara. A exemplo do que faz Israel nos territórios palestinianos ocupados, também no Iraque se multiplicam os postos de controlo, as barreiras de cimento e arame farpado, os cortes de estrada. Nada disso impediu, num país como no outro, que os ocupados combatessem os ocupantes. Tal como o seu fiel aliado israelita, que constrói um muro do apartheid na Cisjordânia ocupada, também o Exército norte-americano avança agora para o isolamento total de um enclave histórico, remetendo para a categoria de «animais enjaulados» os residentes de um bairro onde, antes da sua chegada, a população vivia sem problemas de maior com os vizinhos de distintas etnias.
Para além da humilhação que semelhantes medidas infligem aos visados, tratados na sua própria terra como criminosos, estas medidas visam inculcar na opinião pública a ideia de que o problema no Iraque é um confronto étnico e não a luta contra uma força de ocupação que não apoiam nem aceitam e que recorreu deliberadamente a todo o tipo de falsidades para «legitimar» uma guerra que lhes destruiu o país e provocou um genocídio.
Incapazes de reconhecerem o atoleiro em que se meteram – fazê-lo seria admitir as verdadeiras causas que levaram os EUA a atacar e ocupar o Iraque – a Casa Branca e o Pentágono optam por deitar mais óleo na fervura sem cuidar das consequências. Estranha forma esta de «democracia» que para «democratizar» um país precisa de lhe meter o povo na prisão e de lhe engordar as morgues. Como já anteriormente se disse numa outra administração Bush, o actual presidente norte-americano é bem capaz de achar que é «um preço justo».
A construção do muro em torno do bairro de Adhamiya começou a 10 de Abril, mas segundo afirmou à CNN o dirigente do conselho local, Dawood al-Azami, o projecto não foi aprovado pelas autoridades do bairro.
A decisão de criar este tipo de «prisão colectiva» não é nova, mas nem por isso deixa de ser menos bárbara. A exemplo do que faz Israel nos territórios palestinianos ocupados, também no Iraque se multiplicam os postos de controlo, as barreiras de cimento e arame farpado, os cortes de estrada. Nada disso impediu, num país como no outro, que os ocupados combatessem os ocupantes. Tal como o seu fiel aliado israelita, que constrói um muro do apartheid na Cisjordânia ocupada, também o Exército norte-americano avança agora para o isolamento total de um enclave histórico, remetendo para a categoria de «animais enjaulados» os residentes de um bairro onde, antes da sua chegada, a população vivia sem problemas de maior com os vizinhos de distintas etnias.
Para além da humilhação que semelhantes medidas infligem aos visados, tratados na sua própria terra como criminosos, estas medidas visam inculcar na opinião pública a ideia de que o problema no Iraque é um confronto étnico e não a luta contra uma força de ocupação que não apoiam nem aceitam e que recorreu deliberadamente a todo o tipo de falsidades para «legitimar» uma guerra que lhes destruiu o país e provocou um genocídio.
Incapazes de reconhecerem o atoleiro em que se meteram – fazê-lo seria admitir as verdadeiras causas que levaram os EUA a atacar e ocupar o Iraque – a Casa Branca e o Pentágono optam por deitar mais óleo na fervura sem cuidar das consequências. Estranha forma esta de «democracia» que para «democratizar» um país precisa de lhe meter o povo na prisão e de lhe engordar as morgues. Como já anteriormente se disse numa outra administração Bush, o actual presidente norte-americano é bem capaz de achar que é «um preço justo».