Cresce a indignação
A «Caravana da Indignação» de dia 11, em Lisboa, terminou com uma vigília no Terreiro do Paço onde, no dia seguinte, um plenário reuniu mais de 1200 trabalhadores.
Através do regime de mobilidade especial muitos serão despedidos
Com mais de 70 automóveis, a caravana automóvel, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP/CGTP-IN) passou diante da residência oficial do primeiro-ministro e da Assembleia da República com um forte buzinão de protesto contra as políticas do Governo para o sector público terminou com uma vigília frente ao Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço.
A iniciativa inseriu-se nas acções «Contra a ofensiva do Governo aos direitos laborais» que decorrem até 30 de Maio. Estas acções poderão continuar, caso o executivo PS mantenha a mesma política, como já garantiu a Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública.
A FNSFP denunciou o congelamento das carreiras, a destruição de serviços públicos, a mobilidade especial e a forma como estão a ser definidos os trabalhadores excedentários.
Durante a vigília, Ana Avoila, dirigente da FNSFP e da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, denunciou o encerramento de serviços essenciais e a sua entrega ao sector privado. A dirigente afirmou que os sindicatos continuam atentos à colocação de trabalhadores, designadamente do Ministério da Agricultura, na lista de disponíveis e denunciou que a Lei da Mobilidade está a ser aplicada sem critérios.
Mobilidade para despedir
Ana Avoila anunciou, no dia 13, que entre 1 de Abril e aquela data, o Sindicato da Função Pública do Sul e Açores registou 100 novos sócios e, desde segunda-feira, 230 trabalhadores do Ministério da Agricultura tinham solicitado apoio jurídico.
A FNSFP fez saber à Lusa que não tem tido mãos a medir para dar resposta às solicitações dos trabalhadores que foram notificados para passarem ao regime de mobilidade especial. O ministro da Agricultura prevê a passagem ao quadro de excedentários de 3250 funcionários.
Para 27 de Abril, está marcada um plenário de trabalhadores daquele Ministério, frente à residência oficial do primeiro-ministro.
Em Faro, empunhando faixas e bandeiras negras de luto, manifestaram-se, dia 2, os funcionários da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, frente à delegação regional, contra o envio de cerca de 100 dos 290 trabalhadores para a mobilidade especial, pondo-os numa situação «de despedimento colectivo disfarçado», acusaram.
O Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Centro (STFPC/CGTP-IN), durante um plenário de trabalhadores das ex-direcções regionais de Agricultura da Beira Litoral e da Beira Interior, no dia 16, apelou, em Coimbra, à mobilização contra a reestruturação que pretende passar à mobilidade especial, 214 trabalhadores da Direcção Regional da Administração Pública do Centro.
Sem serviços públicos não há direitos sociais
No plenário de dia 12, que reuniu mais de 1200 trabalhadores, o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN), Francisco Braz, acusou o Governo de «maltratar» os funcionários do Estado, «recusando-lhes o direito à progressão nas carreiras e negando-se a ouvir e a negociar com os sindicatos».
Para o STAL, que convocou o plenário conjuntamente com o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML/CGTP-IN) «há regras, obrigações e direitos que não podem ser tratados como se não existissem», nomeadamente o direito de negociação, lembrou Francisco Braz, salientando que o Governo se nega a ouvir as organizações representativas dos trabalhadores e «mente sobre a realidade da Administração Pública e da Administração Local».
Os participantes denunciaram os congelamentos das carreiras e condenaram o regime de mobilidade especial. Os sindicatos dizem-se «indisponíveis» para que esses trabalhadores sejam forçados a passar para o sector privado, garantiu Francisco Braz.
O plenário aprovou cinco resoluções - entregues nos ministérios do Ambiente, Administração Interna e das Finanças e na Secretaria de Estado da Administração Local - onde condenam a «reforma» da Administração Pública que mais não é, senão a destruição de serviços, o despedimento de milhares de trabalhadores e a destruição de direitos consagrados à custa de décadas de lutas.
A situação vivida pelas associações humanitárias de bombeiros voluntários, a defesa da água pública, a necessidade da regionalização e o reforço do poder local foram situações abordadas no plenário.
Só com a luta e a participação de cada vez mais trabalhadores e da população será possível travar as políticas de direita do Governo, concluiu o encontro.
À população foi distribuído um documento onde se alerta que «sem serviços públicos não há direitos sociais».
A iniciativa inseriu-se nas acções «Contra a ofensiva do Governo aos direitos laborais» que decorrem até 30 de Maio. Estas acções poderão continuar, caso o executivo PS mantenha a mesma política, como já garantiu a Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública.
A FNSFP denunciou o congelamento das carreiras, a destruição de serviços públicos, a mobilidade especial e a forma como estão a ser definidos os trabalhadores excedentários.
Durante a vigília, Ana Avoila, dirigente da FNSFP e da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, denunciou o encerramento de serviços essenciais e a sua entrega ao sector privado. A dirigente afirmou que os sindicatos continuam atentos à colocação de trabalhadores, designadamente do Ministério da Agricultura, na lista de disponíveis e denunciou que a Lei da Mobilidade está a ser aplicada sem critérios.
Mobilidade para despedir
Ana Avoila anunciou, no dia 13, que entre 1 de Abril e aquela data, o Sindicato da Função Pública do Sul e Açores registou 100 novos sócios e, desde segunda-feira, 230 trabalhadores do Ministério da Agricultura tinham solicitado apoio jurídico.
A FNSFP fez saber à Lusa que não tem tido mãos a medir para dar resposta às solicitações dos trabalhadores que foram notificados para passarem ao regime de mobilidade especial. O ministro da Agricultura prevê a passagem ao quadro de excedentários de 3250 funcionários.
Para 27 de Abril, está marcada um plenário de trabalhadores daquele Ministério, frente à residência oficial do primeiro-ministro.
Em Faro, empunhando faixas e bandeiras negras de luto, manifestaram-se, dia 2, os funcionários da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, frente à delegação regional, contra o envio de cerca de 100 dos 290 trabalhadores para a mobilidade especial, pondo-os numa situação «de despedimento colectivo disfarçado», acusaram.
O Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Centro (STFPC/CGTP-IN), durante um plenário de trabalhadores das ex-direcções regionais de Agricultura da Beira Litoral e da Beira Interior, no dia 16, apelou, em Coimbra, à mobilização contra a reestruturação que pretende passar à mobilidade especial, 214 trabalhadores da Direcção Regional da Administração Pública do Centro.
Sem serviços públicos não há direitos sociais
No plenário de dia 12, que reuniu mais de 1200 trabalhadores, o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN), Francisco Braz, acusou o Governo de «maltratar» os funcionários do Estado, «recusando-lhes o direito à progressão nas carreiras e negando-se a ouvir e a negociar com os sindicatos».
Para o STAL, que convocou o plenário conjuntamente com o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML/CGTP-IN) «há regras, obrigações e direitos que não podem ser tratados como se não existissem», nomeadamente o direito de negociação, lembrou Francisco Braz, salientando que o Governo se nega a ouvir as organizações representativas dos trabalhadores e «mente sobre a realidade da Administração Pública e da Administração Local».
Os participantes denunciaram os congelamentos das carreiras e condenaram o regime de mobilidade especial. Os sindicatos dizem-se «indisponíveis» para que esses trabalhadores sejam forçados a passar para o sector privado, garantiu Francisco Braz.
O plenário aprovou cinco resoluções - entregues nos ministérios do Ambiente, Administração Interna e das Finanças e na Secretaria de Estado da Administração Local - onde condenam a «reforma» da Administração Pública que mais não é, senão a destruição de serviços, o despedimento de milhares de trabalhadores e a destruição de direitos consagrados à custa de décadas de lutas.
A situação vivida pelas associações humanitárias de bombeiros voluntários, a defesa da água pública, a necessidade da regionalização e o reforço do poder local foram situações abordadas no plenário.
Só com a luta e a participação de cada vez mais trabalhadores e da população será possível travar as políticas de direita do Governo, concluiu o encontro.
À população foi distribuído um documento onde se alerta que «sem serviços públicos não há direitos sociais».