Responsabilidades políticas
A situação a que se chegou na Universidade Independente é corolário de políticas que privilegiam o ensino privado, em detrimento do público, e em cuja execução o PS tem responsabilidades.
O sector privado tem beneficiado do constrangimento imposto ao Ensino Superior público
A propósito do despacho provisório do Ministro da Ciência e do Ensino Superior sobre o encerramento compulsivo da Universidade Independente, o Grupo de Trabalho do PCP para o Ensino Superior emitiu anteontem uma nota de imprensa, salientando que a situação a que se chegou na Universidade Independente (UnI) «é corolário de políticas para o Ensino Superior que, na prática, privilegiam o ensino privado em detrimento do público».
«As ditas “reformas” que, desde o final dos anos 80, proporcionaram o rápido crescimento desta “oferta”, abriram caminho à desregulamentação, privatização e mercantilização deste nível de ensino, ao mesmo tempo que o Estado não tem assegurado cabalmente os seus deveres de fiscalização e de regulação a que está obrigado pela Constituição, antes tem garantido um apoio generoso à abertura e ao funcionamento destas instituições e empresas privadas», refere-se no comunicado, notando que «muitos estabelecimentos de Ensino Superior privado floresceram à sombra do Estado, financiados pelos impostos dos portugueses e pelo sacrifício de numerosas famílias que aí pagam elevadas propinas».
Lembra o PCP que «o Ensino Superior privado, que deveria funcionar como uma opção, tem sido potenciado pelo constrangimento, financeiro e não só, imposto ao Ensino Superior público», e «o resultado foi a proliferação de universidades e pólos, com uma miríade de cursos, que atribuem qualificações, frequentemente duvidosas e sem qualidade científica e técnica, a muitos jovens a quem foi negado o direito universal de acesso ao Ensino Superior no sistema público».
Para os comunistas, a situação a que chegou a UnI «só pode ter um fim: o seu encerramento e a interdição à empresa e respectivos titulares de criarem qualquer outra instituição privada de ensino». «Por outro lado, devem ser garantidos pelo Ministério da Ciência e Ensino Superior (MCES), sem sacrifícios acrescidos, todos os direitos aos estudantes, professores e demais trabalhadores que estudavam e trabalhavam na UnI», defende ainda o Grupo de Trabalho.
«Concordando com a decisão de encerramento da UnI, o PCP não pode deixar de sublinhar que o PS tem tido, em diversos momentos, responsabilidades governativas no ensino e nas opções políticas que propiciaram semelhantes situações ao longo do tempo», afirma-se na nota.
O PCP considera que «o Estado, através do MCES, deve realizar cabal e rigorosamente o seu papel fiscalizador e regulador de todas as instituições privadas de Ensino Superior que superintende, não só nos aspectos académicos, científico e pedagógico, mas também quanto à gestão da aplicação dos milhões de euros com que o erário público subvenciona o funcionamento dessas empresas privadas, nomeadamente assumindo responsabilidades com a Segurança Social». O Ensino Superior público «deve ter o primado na atenção e nas responsabilidades do Estado, uma vez que se trata de uma função de carácter estratégico para o desenvolvimento do País, e para assegurar uma formação superior qualificada a todos os jovens e trabalhadores que desejem aceder ao Ensino Superior e que tenham capacidades para o frequentar», conclui o comunicado.
«As ditas “reformas” que, desde o final dos anos 80, proporcionaram o rápido crescimento desta “oferta”, abriram caminho à desregulamentação, privatização e mercantilização deste nível de ensino, ao mesmo tempo que o Estado não tem assegurado cabalmente os seus deveres de fiscalização e de regulação a que está obrigado pela Constituição, antes tem garantido um apoio generoso à abertura e ao funcionamento destas instituições e empresas privadas», refere-se no comunicado, notando que «muitos estabelecimentos de Ensino Superior privado floresceram à sombra do Estado, financiados pelos impostos dos portugueses e pelo sacrifício de numerosas famílias que aí pagam elevadas propinas».
Lembra o PCP que «o Ensino Superior privado, que deveria funcionar como uma opção, tem sido potenciado pelo constrangimento, financeiro e não só, imposto ao Ensino Superior público», e «o resultado foi a proliferação de universidades e pólos, com uma miríade de cursos, que atribuem qualificações, frequentemente duvidosas e sem qualidade científica e técnica, a muitos jovens a quem foi negado o direito universal de acesso ao Ensino Superior no sistema público».
Para os comunistas, a situação a que chegou a UnI «só pode ter um fim: o seu encerramento e a interdição à empresa e respectivos titulares de criarem qualquer outra instituição privada de ensino». «Por outro lado, devem ser garantidos pelo Ministério da Ciência e Ensino Superior (MCES), sem sacrifícios acrescidos, todos os direitos aos estudantes, professores e demais trabalhadores que estudavam e trabalhavam na UnI», defende ainda o Grupo de Trabalho.
«Concordando com a decisão de encerramento da UnI, o PCP não pode deixar de sublinhar que o PS tem tido, em diversos momentos, responsabilidades governativas no ensino e nas opções políticas que propiciaram semelhantes situações ao longo do tempo», afirma-se na nota.
O PCP considera que «o Estado, através do MCES, deve realizar cabal e rigorosamente o seu papel fiscalizador e regulador de todas as instituições privadas de Ensino Superior que superintende, não só nos aspectos académicos, científico e pedagógico, mas também quanto à gestão da aplicação dos milhões de euros com que o erário público subvenciona o funcionamento dessas empresas privadas, nomeadamente assumindo responsabilidades com a Segurança Social». O Ensino Superior público «deve ter o primado na atenção e nas responsabilidades do Estado, uma vez que se trata de uma função de carácter estratégico para o desenvolvimento do País, e para assegurar uma formação superior qualificada a todos os jovens e trabalhadores que desejem aceder ao Ensino Superior e que tenham capacidades para o frequentar», conclui o comunicado.