O processo de restruturação do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) é porventura o exemplo mais recente da forma como o Governo subalterniza a Assembleia da República. Apesar de instado desde há um ano e em várias ocasiões pelo PCP a prestar informações e esclarecimentos sobre esta matéria, o Ministro do Ambiente nunca saiu do silêncio. Um mutismo só quebrado não perante os deputados, a quem cabe no seu papel fiscalizador acompanhar e discutir a acção do Governo, mas sim em declarações em primeiro mão a alguns jornais.
«O Governo, mais uma vez, joga às escondidas com a Assembleia da República», acusou Miguel Tiago, não deixando passar em claro um comportamento que na sua perspectiva traduz «a face mais arrogante e prepotente» de um Governo que se «furta à discussão e que se nega ao confronto democrático».