Na recente agressão contra o Líbano

Israel usou fósforo branco

Israel admitiu, pela primeira vez, ter usado bombas de fósforo branco durante os ataques ao Líbano. Paralelamente, Olmert decidiu incluir a extrema-direita no governo do país.

”Massacre desprezível”, classificou Abbas

Fonte do governo de Telavive citada pela Lusa confirmou, domingo, o que há muito vinha sendo denunciado pelas autoridades libanesas, pelo Hezbollah e por diversas organizações políticas e humanitárias a operarem nos martirizados territórios do Médio Oriente: o exército israelita disparou granadas de artilharia contendo fósforo branco durante os combates com a resistência libanesa.
Segundo Yaakov Edri, ministro da Presidencia israelita que falava em nome do ministro da Defesa, o «trabalhista» Amir Peretz, aquele tipo de arma foi usada apenas contra alvos militares e em campo de batalha, mas se se considerar que amplas zonas habitacionais de metrópoles como Tiro, Sidón ou Beirute foram no decurso da guerra igualmente classificadas como «alvos militares» pelas forças armadas de Israel, podemos estar perante mais uma violação da Convenção de Genebra por parte do Estado judaico.

Extrema-direita ganha espaço

Aos factos admitidos no início da semana acresce a informação oficial da conclusão de um acordo entre o executivo liderado por Ehud Olmert e o partido Israel Beitenu, formação política de extrema-direita que preconiza, entre outras medidas radicais, a expulsão do país dos cerca de 1,3 milhões de árabes israelitas ali residentes.
O texto final das negociações prevê a integração destes no governo de coligação formada entre o Kadima e o Partido Trabalhista e garante a Avigdor Lieberman, presidente do Israel Beitenu, o lugar de vice-primeiro-ministro. Lieberman vai ainda ser responsável pela tutela dos Assuntos Estratégicos, pasta ministerial propositadamente talhada à sua medida. A proposta foi entregue ao Knesset, o parlamento de Israel, podendo ser votada e entrar imediatamente em vigor.

«Massacre desprezível» em Gaza

Entretanto, na Faixa de Gaza, o exército israelita perpetrou mais um massacre contra civis, alguns dos quais membros dos Comités de Resistência Popular. Desta feita os alvos foram palestinianos da localidade de Beit Hanun que rendiam homenagem a um militante assassinado por Telavive num ataque anterior. Dados divulgados por agências internacionais indicam que pelo menos sete pessoas presentes nas cerimónias fúnebres terão perdido a vida e cerca de duas dezenas se encontram feridas, mas relatos ouvidos pelas mesmas agências afirmam que o número de vítimas mortais pode chegar à dezena.
O presidente da Autoridade Nacional Palestiniana qualificou a iniciativa israelita de «massacre desprezível», ao passo que o chefe do governo, Ismail Haniyeh, reafirmou, na sequência dos ataques das últimas semanas visando populações palestinianas, que «não curvaremos a coluna vertebral» e que «não cederemos nenhum dos nossos direitos, nem o direito dos refugiados palestinianos em regressarem».
Perante 20 mil participantes num comício realizado num estádio em Gaza, Haniyeh apelou ainda à unidade do povo palestiniano, referência clara de condenação aos incidentes violentos entre activistas da Fatah e do Hamas. «Evitem o sangue, não utilizem armas contra os vossos irmãos», disse o primeiro-ministro.


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