Cimeira em Havana
O presidente Fidel Castro preside à delegação de Cuba à XIV Cimeira do Movimento de Países Não Alinhados que decorre de 11 a 16 de Setembro em Havana.
«Movimento dos Não Alinhados não perdeu a sua razão de ser»
A informação foi dada pelo ministro Felipe Pérez Roque, citado pela Prensa Latina, ao inaugurar no domingo o novo centro de imprensa posto à disposição dos média para a cobertura do evento.
«O chefe da delegação cubana é o presidente Fidel Castro, que está acreditado como tal no Comité Organizador», disse Pérez Roque, acrescentando que o número dois da delegação cubana é Raúl Castro, primeiro vice-presidente do país, que desde 31 de Julho, e de acordo com a legislação cubana, assegura provisoriamente as funções de chefe do governo, do Estado, do Partido Comunista e das Forças Armadas.
Ainda de acordo com o chefe da diplomacia cubana, Fidel Castro deverá receber alguns dos dignatários estrangeiros que participam na Cimeira.
Embora sem garantir que Fidel estará fisicamente presente no encontro de chefes de Estado e de governo que terá lugar a 15 e 16 de Setembro, já que se encontra em recuperação pós operatória, Pérez Roque assegurou que o presidente cubano tem vindo a acompanhar a preparação da Cimeira, que se pretende seja um impulso na luta dos países do Sul pelo respeito do direito internacional e pela sua própria revitalização.
Uma força decisiva
O Movimento dos Não Alinhados (NOAL), que na reunião de Havana passará de 116 para 118 membros com a adesão do Haiti e de San Cristóbal e Nevis, advoga o direito dos povos à paz, à soberania, e à resolução pacífica dos problemas entre os estados, bem como o direito de cada país a escolher o seu próprio sistema económico e político, a desenvolver a sua cultura, e um comércio justo que tenha em conta as assimetrias económicas.
De acordo com o dignatário cubano, a cimeira de Havana deve ainda ser um marco na luta para que se dê um «tratamento preferencial aos países mais pobres, que não nos ameacem com guerras preventivas», objectivos ainda por alcançar e que exigem a unidade do NOAL.
«Poderemos ser uma força decisiva no mundo, se nos unirmos, se nos organizarmos», disse Pérez Roque, lembrando que o movimento representa quase dois terços dos membros da Assembleia Geral da ONU.
O conclave de Havana conta com a participação de delegações de 115 países, mais de metade das quais encabeçadas por chefes de Estado ou de governo, e mais de uma dezena por vice-presidentes ou vice-primeiro-ministros, para além de 11 dos 15 países observadores (com direito a intervir mas sem direito de voto) e mais de 30 convidados (sem direito a intervir nem a votar).
Luta contra a pobreza
No âmbito dos trabalhos preparatórios da Cimeira, representantes de 24 países da região reúnem desde 4 de Setembro em Havana com delegados de todo o mundo, debatendo os novos conceitos de integração e de democracia em curso na América Latina, com vista à cooperação em sectores chave como o energético, a saúde e a educação. O grupo é constituído por um núcleo inicial formado em Belgrado, na antiga Jugoslávia, em 1961, que integra a Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, República Dominicana, Equuador, Peru, Antígua e Barbuda, República Dominicana, Panamá e Venezuela, a que posteriormente se juntaram Bahamas, Barbados, Belize, Granada, Guatemala, Guiana, Honduras, Jamaica, Nicarágua, San Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Suriname, e Trinidad e Tobago.
Cuba, que assumirá por três anos a presidência do NOAL, propõe-se contribuir para a resolução de alguns problemas dos países subdesenvolvidos, e coordenar esforços no plano político para levar a cabo acções concertadas.
Ao contrário do que algumas teses procuraram fazer crer, o Movimento dos Não Alinhados não perdeu a sua razão de ser com o fim da chamada «Guerra Fria» (1947-1990). De acordo com estatísticas oficiais, há actualmente mais de 1200 milhões de pobres, 2400 milhões de pessoas sem saneamento básico, 1600 milhões sem acesso a energia eléctrica e 771 milhões de analfabetos, 39 milhões dos quais na América Latina. O combate a esta trágica realidade não necessita de justificação, sobretudo quando se sabe que é na América Latina que hoje se trava a principal batalha contra a globalização neoliberal e avançam com sucesso os projectos de integração impulsionados por Cuba e pela Venezuela.
«O chefe da delegação cubana é o presidente Fidel Castro, que está acreditado como tal no Comité Organizador», disse Pérez Roque, acrescentando que o número dois da delegação cubana é Raúl Castro, primeiro vice-presidente do país, que desde 31 de Julho, e de acordo com a legislação cubana, assegura provisoriamente as funções de chefe do governo, do Estado, do Partido Comunista e das Forças Armadas.
Ainda de acordo com o chefe da diplomacia cubana, Fidel Castro deverá receber alguns dos dignatários estrangeiros que participam na Cimeira.
Embora sem garantir que Fidel estará fisicamente presente no encontro de chefes de Estado e de governo que terá lugar a 15 e 16 de Setembro, já que se encontra em recuperação pós operatória, Pérez Roque assegurou que o presidente cubano tem vindo a acompanhar a preparação da Cimeira, que se pretende seja um impulso na luta dos países do Sul pelo respeito do direito internacional e pela sua própria revitalização.
Uma força decisiva
O Movimento dos Não Alinhados (NOAL), que na reunião de Havana passará de 116 para 118 membros com a adesão do Haiti e de San Cristóbal e Nevis, advoga o direito dos povos à paz, à soberania, e à resolução pacífica dos problemas entre os estados, bem como o direito de cada país a escolher o seu próprio sistema económico e político, a desenvolver a sua cultura, e um comércio justo que tenha em conta as assimetrias económicas.
De acordo com o dignatário cubano, a cimeira de Havana deve ainda ser um marco na luta para que se dê um «tratamento preferencial aos países mais pobres, que não nos ameacem com guerras preventivas», objectivos ainda por alcançar e que exigem a unidade do NOAL.
«Poderemos ser uma força decisiva no mundo, se nos unirmos, se nos organizarmos», disse Pérez Roque, lembrando que o movimento representa quase dois terços dos membros da Assembleia Geral da ONU.
O conclave de Havana conta com a participação de delegações de 115 países, mais de metade das quais encabeçadas por chefes de Estado ou de governo, e mais de uma dezena por vice-presidentes ou vice-primeiro-ministros, para além de 11 dos 15 países observadores (com direito a intervir mas sem direito de voto) e mais de 30 convidados (sem direito a intervir nem a votar).
Luta contra a pobreza
No âmbito dos trabalhos preparatórios da Cimeira, representantes de 24 países da região reúnem desde 4 de Setembro em Havana com delegados de todo o mundo, debatendo os novos conceitos de integração e de democracia em curso na América Latina, com vista à cooperação em sectores chave como o energético, a saúde e a educação. O grupo é constituído por um núcleo inicial formado em Belgrado, na antiga Jugoslávia, em 1961, que integra a Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, República Dominicana, Equuador, Peru, Antígua e Barbuda, República Dominicana, Panamá e Venezuela, a que posteriormente se juntaram Bahamas, Barbados, Belize, Granada, Guatemala, Guiana, Honduras, Jamaica, Nicarágua, San Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Suriname, e Trinidad e Tobago.
Cuba, que assumirá por três anos a presidência do NOAL, propõe-se contribuir para a resolução de alguns problemas dos países subdesenvolvidos, e coordenar esforços no plano político para levar a cabo acções concertadas.
Ao contrário do que algumas teses procuraram fazer crer, o Movimento dos Não Alinhados não perdeu a sua razão de ser com o fim da chamada «Guerra Fria» (1947-1990). De acordo com estatísticas oficiais, há actualmente mais de 1200 milhões de pobres, 2400 milhões de pessoas sem saneamento básico, 1600 milhões sem acesso a energia eléctrica e 771 milhões de analfabetos, 39 milhões dos quais na América Latina. O combate a esta trágica realidade não necessita de justificação, sobretudo quando se sabe que é na América Latina que hoje se trava a principal batalha contra a globalização neoliberal e avançam com sucesso os projectos de integração impulsionados por Cuba e pela Venezuela.