Luta não tem férias
Com o futuro da empresa ameaçado, e vendo património ser alienado, os trabalhadores da Fosforeira Portuguesa concentraram-se na segunda-feira frente às instalações, em Espinho.
A nova empresa seria criada com o dinheiro dos trabalhadores
A Comissão de Trabalhadores e o Sinorquifa/CGTP-IN promoveram esta concentração, que exigiu dos funcionários a interrupção das férias, devido às graves inquietações que continua a provocar um «processo obscuro e desastroso, negociado directamente em gabinetes recatados, por habilidosos», como referia o comunicado do Sindicato dos Químicos do Norte, a anunciar a acção.
À comunicação social, os representantes das três dezenas de trabalhadores da única empresa fabricante de fósforos da Península Ibérica, com 80 anos de existência, explicaram que em risco estão os postos de trabalho e as indemnizações que seriam devidas pela sua eventual extinção. Como grande parte do pessoal tem mais de 30 anos de casa, a CT e o sindicato estimam que o valor das indemnizações ultrapasse os 500 mil euros.
Ainda antes das férias, a administração actual, do grupo espanhol Fierro, revelou os contornos do negócio que pretende pôr em marcha. Os terrenos onde hoje a fábrica está instalada, na cidade de Espinho, estão valorizados pelo alargamento da zona urbana e o surgimento de novos empreendimentos imobiliários, pelo que a sua venda permitiria um bom encaixe financeiro (um dos terrenos, frente à fábrica, foi recentemente vendido). Para prosseguir a produção da Fosforeira, seria adquirido um novo terreno; mas, neste negócio, já os espanhóis afirmam não ter interesse, pelo que admitem alienar a empresa ao actual director comercial; para que este pudesse concretizar a compra do terreno, ser-lhe-iam entregues os fundos correspondentes às indemnizações dos trabalhadores. Os direitos destes, na visão dos arquitectos de tal negócio, até ficariam garantidos, alegadamente, pelo valor do novo terreno e das instalações que aí seriam construídas.
Os trabalhadores é que não aceitam estas sugestões. Por um lado, recusam que o director fique dono de uma nova empresa constituída a partir dos créditos do pessoal. Por outro lado, admitindo que os actuais donos passem a Fosforeira ao director, preferem que o grupo espanhol os despeça e lhes pague as indemnizações, tratando depois da readmissão com os responsáveis da nova empresa.
Estas posições foram manifestadas à administração pelos representantes dos trabalhadores, que terão obtido a garantia de que o processo (nomeadamente, a negociação com o director) ia ficar suspenso durante o mês de Agosto. Mas a verdade é que os trabalhadores tiveram informações em sentido contrário, o que levou à realização do protesto de dia 14.
Num plenário de trabalhadores, entretanto convocado para o início de Setembro, logo após o fim das férias, serão abordadas outras formas de denúncia e intervenção colectiva.
A situação na Fosforeira Portuguesa foi levantada na Assembleia Municipal de Espinho a 17 de Julho. Alexandre Alves da Silva, da CDU, que é trabalhador da empresa e coordenador da CT, apresentou uma recomendação, expondo as preocupações dos funcionários, a qual foi aprovada por unanimidade.
À comunicação social, os representantes das três dezenas de trabalhadores da única empresa fabricante de fósforos da Península Ibérica, com 80 anos de existência, explicaram que em risco estão os postos de trabalho e as indemnizações que seriam devidas pela sua eventual extinção. Como grande parte do pessoal tem mais de 30 anos de casa, a CT e o sindicato estimam que o valor das indemnizações ultrapasse os 500 mil euros.
Ainda antes das férias, a administração actual, do grupo espanhol Fierro, revelou os contornos do negócio que pretende pôr em marcha. Os terrenos onde hoje a fábrica está instalada, na cidade de Espinho, estão valorizados pelo alargamento da zona urbana e o surgimento de novos empreendimentos imobiliários, pelo que a sua venda permitiria um bom encaixe financeiro (um dos terrenos, frente à fábrica, foi recentemente vendido). Para prosseguir a produção da Fosforeira, seria adquirido um novo terreno; mas, neste negócio, já os espanhóis afirmam não ter interesse, pelo que admitem alienar a empresa ao actual director comercial; para que este pudesse concretizar a compra do terreno, ser-lhe-iam entregues os fundos correspondentes às indemnizações dos trabalhadores. Os direitos destes, na visão dos arquitectos de tal negócio, até ficariam garantidos, alegadamente, pelo valor do novo terreno e das instalações que aí seriam construídas.
Os trabalhadores é que não aceitam estas sugestões. Por um lado, recusam que o director fique dono de uma nova empresa constituída a partir dos créditos do pessoal. Por outro lado, admitindo que os actuais donos passem a Fosforeira ao director, preferem que o grupo espanhol os despeça e lhes pague as indemnizações, tratando depois da readmissão com os responsáveis da nova empresa.
Estas posições foram manifestadas à administração pelos representantes dos trabalhadores, que terão obtido a garantia de que o processo (nomeadamente, a negociação com o director) ia ficar suspenso durante o mês de Agosto. Mas a verdade é que os trabalhadores tiveram informações em sentido contrário, o que levou à realização do protesto de dia 14.
Num plenário de trabalhadores, entretanto convocado para o início de Setembro, logo após o fim das férias, serão abordadas outras formas de denúncia e intervenção colectiva.
A situação na Fosforeira Portuguesa foi levantada na Assembleia Municipal de Espinho a 17 de Julho. Alexandre Alves da Silva, da CDU, que é trabalhador da empresa e coordenador da CT, apresentou uma recomendação, expondo as preocupações dos funcionários, a qual foi aprovada por unanimidade.