Mais de 200 mil nepaleses juntaram-se nas ruas de Katmandu para apoiarem o processo de democratização e rejeitarem o regresso da monarquia que subjugou os cerca de 26 milhões de habitantes do país.
Na capital, os manifestantes exigiram o estabelecimento de um regime republicano e manifestaram-se a favor das propostas do Partido Comunista do Nepal e dos guerrilheiros que combateram o rei Gyanendra nos últimos anos.
Depois do novo governo do Nepal ter assumido o controlo das forças repressivas, ter criado impostos sobre a propriedade do soberano, e ter eliminado o poder de sucessão e veto do monarca, a maioria dos participantes no protesto reiterou a necessidade da realização de uma assembleia constituinte como única forma de expulsar o absolutismo e a burguesia que beneficiou com a ditadura.
Dias antes, durante um encontro de quadros do PC do Nepal, o secretário-geral do partido, Madhav Kumar, afirmou que «a assembleia constituinte decidirá sobre o futuro da monarquia», mas deixou o alerta: «caso o rei tente voltar à acção, o povo abolirá a monarquia imediatamente».
Kumar saudou ainda a guerrilha e instou os camaradas a cumprirem o código de conduta estabelecido recentemente com o executivo.