Massacres sucedem-se no Iraque
A comissão de inquérito concluiu que os EUA são responsáveis pelo massacre de 24 civis em Haditha. No terreno, sucedem-se as denúncias de extermínios de iraquianos.
«Os “rapazes” agiram de acordo com as regras estabelecidas»
Numa primeira versão dos factos, os responsáveis militares dos EUA desmentiram os testemunhos populares e as informações recolhidas por repórteres que indicavam que, em Novembro passado, em Haditha, tinha sido cometido mais um crime de guerra. Os norte-americanos defendiam que as vítimas haviam resultado da explosão de um veículo armadilhado pela resistência, mas a força dos factos e a sua denúncia não permitiu a manutenção de mais uma mentira. As conclusões agora apuradas pelo grupo de investigadores são claras e acusam sem rodeios os militares de terem assassinado 24 civis como forma de «retaliação».
Mas o rol de atrocidades vindas a público desde a semana passada não pára de crescer. Imagens divulgadas pela cadeia de televisão BBC mostram que, em Março, o cenário voltou-se a repetir, desta feita em Ishaqi.
Na cidade, foram encontrados os corpos de 11 pessoas, entre as quais quatro mulheres e cinco crianças, no interior de uma casa destruída por um ataque norte-americano.
Apesar dos protestos do governo colaboracionista, Washington já fez saber que os soldados envolvidos no incidente foram ilibados de qualquer culpa. O general William Caldwell afirmou que os «rapazes» agiram de acordo com as regras estabelecidas e, como tal, tratou-se apenas de uma operação de busca a «um membro da al-Qaeda».
Entretanto, Bagdad, Samarra, Falujah e Bassorá voltam a ser notícia por idênticos motivos.
Na capital, foram encontrados os cadáveres de 12 estudantes universitários e de outras sete pessoas. Fontes oficiais «inclinam-se» para a tese do «confronto étnico», mas as notícias sobre a constituição de esquadrões da morte a soldo dos grupos do poder e das forças ocupantes lançam novas suspeitas sobre o que realmente terá ocorrido.
No Norte, em Samarra e Falujah, não restam dúvidas. Pelo menos uma dezena de pessoas morreu quando dois veículos foram atacados pelo exército norte-americano. Com um míssil, no primeiro caso, e com rajadas de metralhadora, no segundo.
Bassorá, sitiada pelas autoridades desde quinta-feira passada, é o cenário do último episódio de um filme de crimes que só agora começam a ganhar visibilidade.
Segundo o próprio ministério do Interior do Iraque, no domingo, forças policiais e do exército mataram 16 trabalhadores numa mesquita de Bassorá, confronto que surgiu depois da explosão de uma bomba no centro da segunda maior cidade do país, da qual resultaram 27 mortos e 60 feridos. Os incidentes confirmam as mais recentes informações avançadas pela resistência, que assegura que os conflitos com as forças ocupantes ganham força em todo o território.
Governo paralisado, EUA preparam campanha
No actual clima de guerra aberta e de massacres constantes, os poucos que acreditavam que o governo de Bagdad detinha autoridade para além do perímetro de segurança em torno dos principais edifícios estatais, começam a consumir as ilusões. Nas primeiras horas de segunda-feira, mais de centena e meia de pessoas perdeu a vida no Iraque.
Investido pelo parlamento em Março passado com o objectivo de formar um executivo de «unidade nacional», al-Maliki ainda não conseguiu reunir consenso sobre os nomes dos ministros da Defesa e do Interior. Domingo, o plenário suspendeu a discussão sobre os titulares das pastas, fazendo prever que os trabalhos de apuramento de opiniões entre as facções representadas vão continuar, mas agora nos corredores do poder.
Antes do fracasso de mais uma concertação de posições no interior do governo, al-Maliki teve ainda tempo para anunciar a preparação de uma operação «conjunta» com as forças norte-americanas na província de al-Anbar, bastião da resistência e alvo de sucessivas campanhas repressivas do exército dos EUA, todas votadas ao fracasso nos capítulos da conquista de posições e da punição da guerrilha, mas recheadas de massacres envolvendo civis.
Mas o rol de atrocidades vindas a público desde a semana passada não pára de crescer. Imagens divulgadas pela cadeia de televisão BBC mostram que, em Março, o cenário voltou-se a repetir, desta feita em Ishaqi.
Na cidade, foram encontrados os corpos de 11 pessoas, entre as quais quatro mulheres e cinco crianças, no interior de uma casa destruída por um ataque norte-americano.
Apesar dos protestos do governo colaboracionista, Washington já fez saber que os soldados envolvidos no incidente foram ilibados de qualquer culpa. O general William Caldwell afirmou que os «rapazes» agiram de acordo com as regras estabelecidas e, como tal, tratou-se apenas de uma operação de busca a «um membro da al-Qaeda».
Entretanto, Bagdad, Samarra, Falujah e Bassorá voltam a ser notícia por idênticos motivos.
Na capital, foram encontrados os cadáveres de 12 estudantes universitários e de outras sete pessoas. Fontes oficiais «inclinam-se» para a tese do «confronto étnico», mas as notícias sobre a constituição de esquadrões da morte a soldo dos grupos do poder e das forças ocupantes lançam novas suspeitas sobre o que realmente terá ocorrido.
No Norte, em Samarra e Falujah, não restam dúvidas. Pelo menos uma dezena de pessoas morreu quando dois veículos foram atacados pelo exército norte-americano. Com um míssil, no primeiro caso, e com rajadas de metralhadora, no segundo.
Bassorá, sitiada pelas autoridades desde quinta-feira passada, é o cenário do último episódio de um filme de crimes que só agora começam a ganhar visibilidade.
Segundo o próprio ministério do Interior do Iraque, no domingo, forças policiais e do exército mataram 16 trabalhadores numa mesquita de Bassorá, confronto que surgiu depois da explosão de uma bomba no centro da segunda maior cidade do país, da qual resultaram 27 mortos e 60 feridos. Os incidentes confirmam as mais recentes informações avançadas pela resistência, que assegura que os conflitos com as forças ocupantes ganham força em todo o território.
Governo paralisado, EUA preparam campanha
No actual clima de guerra aberta e de massacres constantes, os poucos que acreditavam que o governo de Bagdad detinha autoridade para além do perímetro de segurança em torno dos principais edifícios estatais, começam a consumir as ilusões. Nas primeiras horas de segunda-feira, mais de centena e meia de pessoas perdeu a vida no Iraque.
Investido pelo parlamento em Março passado com o objectivo de formar um executivo de «unidade nacional», al-Maliki ainda não conseguiu reunir consenso sobre os nomes dos ministros da Defesa e do Interior. Domingo, o plenário suspendeu a discussão sobre os titulares das pastas, fazendo prever que os trabalhos de apuramento de opiniões entre as facções representadas vão continuar, mas agora nos corredores do poder.
Antes do fracasso de mais uma concertação de posições no interior do governo, al-Maliki teve ainda tempo para anunciar a preparação de uma operação «conjunta» com as forças norte-americanas na província de al-Anbar, bastião da resistência e alvo de sucessivas campanhas repressivas do exército dos EUA, todas votadas ao fracasso nos capítulos da conquista de posições e da punição da guerrilha, mas recheadas de massacres envolvendo civis.