Implementação confirma

Processo de Bolonha afasta jovens do ensino

«O Processo de Bolonha e a sua implementação significam apenas o aprofundamento da ofensiva ao ensino superior público e democrático em Portugal, elevando a sua elitização», afirma a Direcção Central do Ensino Superior da JCP.
As consequências da implementação do Processo de Bolonha são «indisfarçáveis e confirmam a sua natureza elitizadora. O segundo ciclo (chamado de “mestrado”, mas que é praticamente o mesmo que uma licenciatura actual) terá, já para o ano, propinas altíssimas na esmagadora maioria dos cursos», diz a JCP. Exemplo disso são as propinas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (1800 euros) e da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (2700 euros).
O numerus clausus agravar as dificuldades de acesso dos estudantes ao segundo ciclo de estudos, como já foi anunciado para Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra ou para Psicologia Social e das Organizações, no ISCTE, em Lisboa.
Para os jovens comunistas, o facto de grande maioria das escolas do ensino politécnico não poderem leccionar o segundo ciclo é igualmente inaceitável, «agravando a já injustificável discriminação entre universitário e politécnico». Esta medida coloca em causa a viabilidade de algumas escolas, sobretudo no interior do País que, confrontadas com o recém-anunciado fim do financiamento aos cursos com menos de 20 matriculados, correm o risco de em 2 ou 3 anos encerrar, ou serem “reconvertidas para outros fins”. «Tal facto, coloca em causa o equilíbrio da rede pública de ensino superior e o desenvolvimento sustentável do próprio País», alertam.
A JCP chama ainda atenção para as consequências das inúmeras reestruturações de cursos, pois muita vezes «significam graves atropelos aos direitos e aspirações dos estudantes, mesmo a perda de semestres ou anos de estudo em alguns casos».

Nada é inevitável

A Direcção Central do Ensino Superior da JCP comenta ainda o último estudo da OCDE sobre a educação portuguesa – que indicava a necessidade de aumentar as propinas – lembrando que o ensino e o acesso aos mais elevados graus de ensino é um direito universal, a que deve ser indiferente a condição social de quem a ele procura aceder, tal como consagram a Constituição Portuguesa e a Carta Universal dos Direitos Humanos.
«A existência de propinas (e qualquer aumento) é totalmente inconciliável com a efectivação deste direito, fonte de progresso não só para o indivíduo, mas sobretudo para as sociedades em que o acesso ao ensino superior é justo e democrático e, portanto, gratuito e para todos, tal como a situação de exclusão do ensino e atraso do País revelam», considera.
«O tipo de argumentos usados pela OCDE (que chegam a ser contraditórios com dados apresentados no mesmo estudo) deixam bem clara a lógica que preside ao trabalho desta organização pretensamente imparcial, mas que apenas serve para legitimar as orientações neo-liberais, como se estas fossem fruto de uma qualquer inevitabilidade», sublinha a JCP.


Mais artigos de: Juventude

O mundo em discussão em Atenas

Os problemas dos jovens e as prioridades na luta das organizações progressistas estiveram em discussão durante três dias, até ontem, no Conselho Geral da Federação Mundial da Juventude Democrática.

JCP debate problemas do interior

Pela primeira vez, a Organização Regional de Vila Real da JCP reuniu-se num Encontro Regional, no sábado. A iniciativa insere-se na preparação do 8.º Congresso da JCP e surge na sequência do reforço orgânico verificado nesta região de Trás-os-Montes, nomeadamente através das várias dezenas de recrutamentos efectuados.Os...

Secundário protesta em Barcelos

Mais de 150 alunos da Escola Secundária de Barcelos manifestaram-se na manhã de sexta-feira à porta do estabelecimento, num protesto convocado pela Associação de Estudantes contra «a cavalgante elitização do ensino secundário e a progressiva deterioração das condições de aprendizagem oferecidas pelo sistema público».Os...

Painel da JCP destruído

Um placard da JCP foi destruído na Portela há duas semanas por desconhecidos. O painel denunciava a impossibilidade de a Câmara Municipal de Loures construir uma piscina na freguesia até ao Verão, como prometeu em campanha eleitoral, pois ainda não iniciou a obra.«A afixação deste painel terá provocado incómodo a algumas...

<em>Hip hop</em> na Maia

O som do hip hop animou a noite de sábado, num concerto organizado pela JCP na Escola Secundária da Maia. ACTS, Código Anónimo e Barrako 27 foram as bandas convidadas. Cerca de centena e meia de jovens participaram nesta festa de divulgação do 8.º Congresso da JCP.

Música e debate em Setúbal

O Clube Recreativo da Pavalhã, em Setúbal, recebeu mais uma festa organizada pela JCP, na noite de sábado, com três bandas convidadas. A divulgação do congresso dos jovens comunistas foi o principal objectivo da iniciativa, a que assistiram 200 pessoas. Na véspera, também em Setúbal, decorreu um debate sobre a situação...

Jovens comunistas colombianos perseguidos

Recentemente alguns órgãos de comunicação colombianos insinuaram existir uma nova estratégia por parte das FARC-EP para se infiltrarem nas universidades, através de alguns dos seus membros sob a designação de militantes da Juventude Comunista da Colômbia (JUCO). Estas afirmações «acarretam graves perigos para os...