JCP alerta

Alteração do subsidio de desemprego discrimina jovens

As alterações à atribuição do subsídio de desemprego são profundamente penalizadoras e discriminatórias para os jovens trabalhadores, afirma a JCP, desmontando os argumentos do Governo.

«Esta iniciativa será ineficaz no combate ao desemprego estrutural»

A Comissão Política da JCP considera que a proposta de alteração do subsidio de desemprego, apresentada pelo Governo em meados de Abril, visa reduzir o apoio aos desempregados, através da diminuição das despesas com subsídio de desemprego, «no quadro da sua obsessão economicista para a redução do défice orçamental».
O Governo pretende introduzir como nova condição a extensão da carreira contributiva do desempregado, da qual ficaria também dependente a duração a que o desempregado teria direito a receber o subsidio de desemprego. Para a JCP, «o Governo passa a considerar a extensão da carreira contributiva do desempregado como condição para o cálculo do período a que ele teria direito ao subsídio. Esta condição seria utilizada para reduzir aquele período. Mais grave, este cálculo tem como base não a data em que o trabalhador começou a descontar para a Segurança Social, mas sim “desde a última situação de desemprego”».
Também a alteração à definição de «emprego conveniente» que o desempregado será obrigado a aceitar, sob pena de perder o subsidio que recebe, passar-se-ia segundo critérios economicistas não prevendo entre outros, os custos de deslocação do trabalhador.
«Esta iniciativa governamental, assim como tantas outras, será ineficaz no combate ao grave problema do desemprego estrutural que o nosso País enfrenta, contribuindo apenas para aumentar a pobreza em Portugal», considera a JCP, em comunicado.

Causas ficam ocultas

Os jovens comunistas defendem que «a culpabilização dos desempregados pelas elevadas taxas de desemprego insere-se na estratégia do Governo de lavar as mãos da sua responsabilidade face a este problema, sustentando a argumentação de que para obrigar à procura de emprego seria necessário reduzir o período de tempo a que se tem direito ao subsidio de desemprego».
«Esta argumentação oculta as causas reais do desemprego: a destruição do aparelho produtivo nacional, a perda de competitividade da economia nacional e a profunda estagnação económica, fruto de uma politica neoliberal centrada na obsessão do défice e do domínio dos grandes grupos económicos nacionais e estrangeiros», sublinham.
A Comissão Política afirma que as medidas do Governo, já aplicadas noutros países, não apresentam quaisquer efeitos na redução do desemprego, «contribuindo inclusivamente, para uma exclusão definitiva do mercado de trabalho para muitos desempregados».
A JCP alerta que estas alterações à atribuição do subsídio de desemprego são profundamente penalizadoras e discriminatórias para os jovens trabalhadores. «A sua condição precária – muitos jovens não têm contratos de trabalho ou descontos para a segurança social – não é solucionada, mas antes agravada por estas medidas. O Governo recorre, mais uma vez, à demagógica campanha de “tornar mais rigorosa a sua atribuição, combatendo as fraudes” para atacar os que menos têm e menos podem, agravando a degradação das condições de vida de dezenas de milhares de jovens.»
De acordo com dados do INE, no último trimestre de 2005, o número de desempregados atingiu 579400 portugueses, e apenas 162500, ou seja, 28 por cento é que recebiam subsidio de desemprego.


Mais artigos de: Juventude

Processo de Bolonha afasta jovens do ensino

«O Processo de Bolonha e a sua implementação significam apenas o aprofundamento da ofensiva ao ensino superior público e democrático em Portugal, elevando a sua elitização», afirma a Direcção Central do Ensino Superior da JCP.

O mundo em discussão em Atenas

Os problemas dos jovens e as prioridades na luta das organizações progressistas estiveram em discussão durante três dias, até ontem, no Conselho Geral da Federação Mundial da Juventude Democrática.

JCP debate problemas do interior

Pela primeira vez, a Organização Regional de Vila Real da JCP reuniu-se num Encontro Regional, no sábado. A iniciativa insere-se na preparação do 8.º Congresso da JCP e surge na sequência do reforço orgânico verificado nesta região de Trás-os-Montes, nomeadamente através das várias dezenas de recrutamentos efectuados.Os...

Secundário protesta em Barcelos

Mais de 150 alunos da Escola Secundária de Barcelos manifestaram-se na manhã de sexta-feira à porta do estabelecimento, num protesto convocado pela Associação de Estudantes contra «a cavalgante elitização do ensino secundário e a progressiva deterioração das condições de aprendizagem oferecidas pelo sistema público».Os...

Painel da JCP destruído

Um placard da JCP foi destruído na Portela há duas semanas por desconhecidos. O painel denunciava a impossibilidade de a Câmara Municipal de Loures construir uma piscina na freguesia até ao Verão, como prometeu em campanha eleitoral, pois ainda não iniciou a obra.«A afixação deste painel terá provocado incómodo a algumas...

<em>Hip hop</em> na Maia

O som do hip hop animou a noite de sábado, num concerto organizado pela JCP na Escola Secundária da Maia. ACTS, Código Anónimo e Barrako 27 foram as bandas convidadas. Cerca de centena e meia de jovens participaram nesta festa de divulgação do 8.º Congresso da JCP.

Música e debate em Setúbal

O Clube Recreativo da Pavalhã, em Setúbal, recebeu mais uma festa organizada pela JCP, na noite de sábado, com três bandas convidadas. A divulgação do congresso dos jovens comunistas foi o principal objectivo da iniciativa, a que assistiram 200 pessoas. Na véspera, também em Setúbal, decorreu um debate sobre a situação...

Jovens comunistas colombianos perseguidos

Recentemente alguns órgãos de comunicação colombianos insinuaram existir uma nova estratégia por parte das FARC-EP para se infiltrarem nas universidades, através de alguns dos seus membros sob a designação de militantes da Juventude Comunista da Colômbia (JUCO). Estas afirmações «acarretam graves perigos para os...