Uma máscara?
Será o plano Tecnológico do governo PS uma máscara para ganharem tempo? Quanto mais tempo passa, mais se vai vendo do governo Sócrates sobre esta questão, mais com a sensação se fica que aqui há gato. Na verdade o que estará por trás desta imensa montagem mediático-política? De que máscara se trata este plano tecnológico que viu, logo à partida, desaparecerem, em sequência, os seus dois primeiros responsáveis de topo ao nível do aparelho de Estado? Vamos ainda ter que estar atentos durante mais algum tempo até conseguir descobrir o segredo desta xadrezística jogada múltipla.
Mas continuemos a espiolhar a questão. Consultando documentos que descrevam o Plano Tecnológico fica-se com uma grande sensação de incompetência em relação a quem os preparou, de pasmo perante aquele amontoado incoerente de coisas que por lá jazem, várias delas pertencendo a trabalho corrente do Estado, portanto, consultando, dizia, tais documentos, fica-se mesmo abismado com tal mostra de irrelevância.
Uma das novidades principais será o enxerto do inglês no primeiro ciclo. Mas, ou me engano muito, ou tal acção, até pela forma como está a ser implementada, não terá mais que um efeito muito superficial. Veremos o que tais custos adicionais do Estado trarão à capacidade tecnológica da nossa juventude. E escrevo com esta brandura, espantando-me a mim próprio, porque até gostaria mesmo era de poder assistir ao nosso desenvolvimento!
Para além da vinda de Bill Gates cá ao burgo e de tudo o que já foi dito acerca da montagem dessa operação mediática, com passagem até por um encontro com o novo PR para concluírem da «novidade» sobre a imprescindibilidade que a C&T e, em particular, as novas tecnologias, ou seja, os computadores, o Windows, etc, têm para o desenvolvimento do país neste novo mundo global - estas competências todas a repetirem aquilo que nós os desiluminados e ignorantes já há tanto tempo sabemos -, desta operação mediática a outra se passou para o pasmo do país: uma visita de estudo - ? - de uma equipa governativa à longínqua e fria Finlândia. Longínqua e fria Finlândia, com cerca de metade da população portuguesa - pois é, meu, e grandes problemas de demografia há tantos anos, que agora tanto preocupam os portugueses - mas uma sociedade altamente desenvolvida, inserida na economia global, com uma protecção social de alto nível, com um Estado «pesado» em termos de Educação, de Saúde, de Segurança Social, diriam os nossos liberais bem pensantes, enfim com um forte Poder Local. E tudo isto sem petróleo. Visita de alto risco, mas quem não arrisca não petisca.
Da visita de estudo, a questão que mais foi feita ressaltar para o público foi a de uma escola-modelo - que tinha uma média de cerca de dez alunos por professor - onde a flexibilidade e a polivalência dos professores, permitia a presença deles sempre que necessário apoio dos alunos com dificuldades - pareceu-me. Já quando o PR cessante esteve há pouco na Finlândia o que mais o terá impressionado foi a grande carga horária dos professores nas escolas. E - para além do que me parece em ambos os casos existir ou de ignorância, ou de demagogia baseada em superficialidades, na comparação de situações incomparáveis, para situações de visitas sucedendo-se tão próximas no tempo - não deixa de fazer desconfiar a casualidade do que têm de comum ambas as conclusões. Ou seja, fica a preocupação de domesticar os professores portugueses, fica a utilização de todos os argumentos possíveis na continuidade de ataque a esses que serão os piores da sociedade portuguesa, os professores que não querem ser sacerdotes dedicados da Sociedade.
De caminho, o PM deparou com vários quadros especializados portugueses que desenvolvem software na Nokia - falarão por lá inglês e/ ou finlandês? O PM se calhar orgulhoso e pronto a elogiá-los como mais uma mostra da qualidade da nossa gente. Mas gente que, desempregada por cá, teve que encontrar melhor destino lá longe. Cá não os querem, porque a sua formação não condiz com as necessidades da Economia. Ah, Ah, Ah!
Aliás, no mesmo tempo da visita de estudo, correu por cá a notícia que os empresários não têm nenhuma esperança que o Plano Tecnológico dê algum resultado palpável. Pudera, regozijam-se. Quem quer abandonar o suicídio do «modelo» dos baixos salários?
Não me tiram da cabeça que o Plano Tecnológico é um encobrimento, fingindo que se faz o que não se tem a tenção de fazer. Senão para onde iria a forte base de apoio ao Governo que o empresariado constitui?
Mas continuemos a espiolhar a questão. Consultando documentos que descrevam o Plano Tecnológico fica-se com uma grande sensação de incompetência em relação a quem os preparou, de pasmo perante aquele amontoado incoerente de coisas que por lá jazem, várias delas pertencendo a trabalho corrente do Estado, portanto, consultando, dizia, tais documentos, fica-se mesmo abismado com tal mostra de irrelevância.
Uma das novidades principais será o enxerto do inglês no primeiro ciclo. Mas, ou me engano muito, ou tal acção, até pela forma como está a ser implementada, não terá mais que um efeito muito superficial. Veremos o que tais custos adicionais do Estado trarão à capacidade tecnológica da nossa juventude. E escrevo com esta brandura, espantando-me a mim próprio, porque até gostaria mesmo era de poder assistir ao nosso desenvolvimento!
Para além da vinda de Bill Gates cá ao burgo e de tudo o que já foi dito acerca da montagem dessa operação mediática, com passagem até por um encontro com o novo PR para concluírem da «novidade» sobre a imprescindibilidade que a C&T e, em particular, as novas tecnologias, ou seja, os computadores, o Windows, etc, têm para o desenvolvimento do país neste novo mundo global - estas competências todas a repetirem aquilo que nós os desiluminados e ignorantes já há tanto tempo sabemos -, desta operação mediática a outra se passou para o pasmo do país: uma visita de estudo - ? - de uma equipa governativa à longínqua e fria Finlândia. Longínqua e fria Finlândia, com cerca de metade da população portuguesa - pois é, meu, e grandes problemas de demografia há tantos anos, que agora tanto preocupam os portugueses - mas uma sociedade altamente desenvolvida, inserida na economia global, com uma protecção social de alto nível, com um Estado «pesado» em termos de Educação, de Saúde, de Segurança Social, diriam os nossos liberais bem pensantes, enfim com um forte Poder Local. E tudo isto sem petróleo. Visita de alto risco, mas quem não arrisca não petisca.
Da visita de estudo, a questão que mais foi feita ressaltar para o público foi a de uma escola-modelo - que tinha uma média de cerca de dez alunos por professor - onde a flexibilidade e a polivalência dos professores, permitia a presença deles sempre que necessário apoio dos alunos com dificuldades - pareceu-me. Já quando o PR cessante esteve há pouco na Finlândia o que mais o terá impressionado foi a grande carga horária dos professores nas escolas. E - para além do que me parece em ambos os casos existir ou de ignorância, ou de demagogia baseada em superficialidades, na comparação de situações incomparáveis, para situações de visitas sucedendo-se tão próximas no tempo - não deixa de fazer desconfiar a casualidade do que têm de comum ambas as conclusões. Ou seja, fica a preocupação de domesticar os professores portugueses, fica a utilização de todos os argumentos possíveis na continuidade de ataque a esses que serão os piores da sociedade portuguesa, os professores que não querem ser sacerdotes dedicados da Sociedade.
De caminho, o PM deparou com vários quadros especializados portugueses que desenvolvem software na Nokia - falarão por lá inglês e/ ou finlandês? O PM se calhar orgulhoso e pronto a elogiá-los como mais uma mostra da qualidade da nossa gente. Mas gente que, desempregada por cá, teve que encontrar melhor destino lá longe. Cá não os querem, porque a sua formação não condiz com as necessidades da Economia. Ah, Ah, Ah!
Aliás, no mesmo tempo da visita de estudo, correu por cá a notícia que os empresários não têm nenhuma esperança que o Plano Tecnológico dê algum resultado palpável. Pudera, regozijam-se. Quem quer abandonar o suicídio do «modelo» dos baixos salários?
Não me tiram da cabeça que o Plano Tecnológico é um encobrimento, fingindo que se faz o que não se tem a tenção de fazer. Senão para onde iria a forte base de apoio ao Governo que o empresariado constitui?