Bush acusado de mentir
Um antigo agente dos serviços secretos e um ex-funcionário da protecção civil dos EUA acusam Bush de aldrabar o povo relativamente às informações sobre o Katrina e o Iraque.
«Bush foi avisado a tempo das possíveis consequências do Katrina»
Quanto à invasão do Iraque e as alegadas armas de destruição em massa – que afinal, pelo que foi apurado e posteriormente admitido pela própria administração norte-americana, nunca existiram – a acusação não é nova, mas o depoimento de Paul Pillar, publicado na edição de sexta-feira da semana passada do Washington Post, recupera a polémica colocando acendo tónico nas mentiras proferidas pelos porta-vozes da Casa Branca e repetidas pelo próprio presidente.
Segundo o ex-responsável da CIA pelas operações no Médio Oriente e na Ásia, cargo que exerceu entre 2000 e 2005, a imprecisão das informações fornecidas a Bush sobre a existência de armas não convencionais no Iraque não estiveram na base do início da guerra, isto apesar de, no fundamental, muito continuar por desvendar quanto ao conteúdo e à oportunidade de produção dos referidos dados.
Pillar adiantou ainda que, simultaneamente, a Agência advertiu para o caos em que poderia mergulhar o Iraque caso os EUA invadissem o país, mas o texto de nada serviu porque «os serviços secretos eram publicamente afastados para justificar decisões já tomadas», considerou.
Bush avisado a tempo
Paralelamente às declarações de Pillar e aos escândalos envolvendo milhares de escutas ilegais ordenadas pelo presidente norte-americano, Bush também foi apontado como mentiroso no que toca à prevenção e gestão dos danos provocados pelo furacão Katrina.
No mesmo dia que o Post dava voz ao ex-agente da CIA sobre a guerra do Iraque, o New York Times desmontava a versão oficial sobre o Katrina e as supostas falhas cometidas pela Agência Federal de Socorros de Emergência (FEMA, na sigla inglesa).
De acordo com o diário, que cita um e-mail enviado ao departamento de segurança interna, a Casa Branca sabia, desde a noite de 29 de Agosto, que os diques de Nova Orleães haviam cedido à intempérie e que a força das águas ameaçava destruir completamente a cidade, revelando um cenário mais perigoso do que o inicialmente estimado.
Bush, a gozar férias no seu rancho no Texas, só admitiu a dimensão do problema quase 24 horas depois, justificando-se com a falta de qualidade das informações fornecidas pela FEMA.
Na tarde de sexta-feira, perante a comissão do Senado encarregue de esclarecer a questão, o ex-director da instituição, Michael Brown, confirmou as informações do New York Times e deixou claro que Bush foi avisado a tempo das possíveis consequências do Katrina.
Na altura, Brown foi alvo de um rol de críticas quanto ao comportamento da FEMA em face da catástrofe natural. Questionado pelos senadores, o ex-funcionário foi lacónico ao sublinhar a existência de vários relatórios sobre a real dimensão do furacão e esclareceu que se Bush insiste em afirmar que não foi alertado a tempo, isso é «simplesmente uma mentira», disse.
Segundo o ex-responsável da CIA pelas operações no Médio Oriente e na Ásia, cargo que exerceu entre 2000 e 2005, a imprecisão das informações fornecidas a Bush sobre a existência de armas não convencionais no Iraque não estiveram na base do início da guerra, isto apesar de, no fundamental, muito continuar por desvendar quanto ao conteúdo e à oportunidade de produção dos referidos dados.
Pillar adiantou ainda que, simultaneamente, a Agência advertiu para o caos em que poderia mergulhar o Iraque caso os EUA invadissem o país, mas o texto de nada serviu porque «os serviços secretos eram publicamente afastados para justificar decisões já tomadas», considerou.
Bush avisado a tempo
Paralelamente às declarações de Pillar e aos escândalos envolvendo milhares de escutas ilegais ordenadas pelo presidente norte-americano, Bush também foi apontado como mentiroso no que toca à prevenção e gestão dos danos provocados pelo furacão Katrina.
No mesmo dia que o Post dava voz ao ex-agente da CIA sobre a guerra do Iraque, o New York Times desmontava a versão oficial sobre o Katrina e as supostas falhas cometidas pela Agência Federal de Socorros de Emergência (FEMA, na sigla inglesa).
De acordo com o diário, que cita um e-mail enviado ao departamento de segurança interna, a Casa Branca sabia, desde a noite de 29 de Agosto, que os diques de Nova Orleães haviam cedido à intempérie e que a força das águas ameaçava destruir completamente a cidade, revelando um cenário mais perigoso do que o inicialmente estimado.
Bush, a gozar férias no seu rancho no Texas, só admitiu a dimensão do problema quase 24 horas depois, justificando-se com a falta de qualidade das informações fornecidas pela FEMA.
Na tarde de sexta-feira, perante a comissão do Senado encarregue de esclarecer a questão, o ex-director da instituição, Michael Brown, confirmou as informações do New York Times e deixou claro que Bush foi avisado a tempo das possíveis consequências do Katrina.
Na altura, Brown foi alvo de um rol de críticas quanto ao comportamento da FEMA em face da catástrofe natural. Questionado pelos senadores, o ex-funcionário foi lacónico ao sublinhar a existência de vários relatórios sobre a real dimensão do furacão e esclareceu que se Bush insiste em afirmar que não foi alertado a tempo, isso é «simplesmente uma mentira», disse.