Governos europeus sabiam e calaram
Os países europeus tinham conhecimento há pelo menos «dois anos ou três anos» da existência de prisões secretas e das actividades dos Estados Unidos no velho continente relacionadas com presumíveis terroristas.
Quem o afirma é o deputado suíço Dick Martin, relator de uma comissão do Conselho da Europa que desenvolve uma investigação sobre o assunto. Em declarações a uma televisão suíça, na sexta-feira, 13, qualificou a passividade das autoridades europeus de «chocante», sublinhando que «os países sabiam em detalhe tudo o que se estava a passar».
«Alguns países colaboraram activamente, outros toleravam aquelas actividades enquanto outros olharam simplesmente para o lado», afirmou o relator lembrando que o escândalo sobre as torturas da CIA rebentou precisamente nos Estados Unidos, na sequência da intervenção de um senador republicano.
Só então tais práticas começaram a ser postas em causa, o que permitiu a aprovação no Congresso, por larga maioria, de um diploma apresentado pelo senador John McCain, antigo militar na guerra do Vietnam.
A «emenda», finalmente assinada pelo presidente George W. Bush, no passado dia 31 de Dezembro, proíbe expressamente tortura de prisioneiros em países estrangeiros por parte de agentes norte-americanos.
Numa conferência de imprensa realizada no Cantão de Berna, Dick Martin condenou vivamente os meios utilizados desde 11 de Setembro de 2001 pela administração Bush na alegada luta contra o terrorismo, considerando-os «inaceitáveis» já que são contrários aos direitos do homem e às convenções de Genebra.
Martin, que deverá apresentar o seu relatório preliminar até ao fim deste mês, salientou que o inquérito sobre as actividades da CIA, iniciado em Dezembro passado, será «longo e difícil». Mas adiantou que muitos factos inicialmente revelados pela imprensa norte-americana e por algumas ONGs estão já comprovados, como é o caso do egípcio Abou Omar, raptado em 2003 por agentes da CIA em Milão. O indivíduo suspeito de terrorismo foi transportado para a Alemanha num avião que sobrevoou a Suíça, sendo depois transferido para o Egipto onde foi submetido a tortura.
PE vai investigar
Na passada semana, dia 12, a conferência de presidentes do Parlamento Europeu decidiu constituir uma comissão de inquérito temporária sobre o transporte e detenção ilegal de prisioneiros pela CIA em países europeus.
Esta comissão, que deveria ser aprovada em plenário ontem, quarta-feira, será constituída por 46 deputados e terá um mandato de um ano, prevendo-se que divulgue o primeiro relatório quatro meses após o início do inquérito.
Quem o afirma é o deputado suíço Dick Martin, relator de uma comissão do Conselho da Europa que desenvolve uma investigação sobre o assunto. Em declarações a uma televisão suíça, na sexta-feira, 13, qualificou a passividade das autoridades europeus de «chocante», sublinhando que «os países sabiam em detalhe tudo o que se estava a passar».
«Alguns países colaboraram activamente, outros toleravam aquelas actividades enquanto outros olharam simplesmente para o lado», afirmou o relator lembrando que o escândalo sobre as torturas da CIA rebentou precisamente nos Estados Unidos, na sequência da intervenção de um senador republicano.
Só então tais práticas começaram a ser postas em causa, o que permitiu a aprovação no Congresso, por larga maioria, de um diploma apresentado pelo senador John McCain, antigo militar na guerra do Vietnam.
A «emenda», finalmente assinada pelo presidente George W. Bush, no passado dia 31 de Dezembro, proíbe expressamente tortura de prisioneiros em países estrangeiros por parte de agentes norte-americanos.
Numa conferência de imprensa realizada no Cantão de Berna, Dick Martin condenou vivamente os meios utilizados desde 11 de Setembro de 2001 pela administração Bush na alegada luta contra o terrorismo, considerando-os «inaceitáveis» já que são contrários aos direitos do homem e às convenções de Genebra.
Martin, que deverá apresentar o seu relatório preliminar até ao fim deste mês, salientou que o inquérito sobre as actividades da CIA, iniciado em Dezembro passado, será «longo e difícil». Mas adiantou que muitos factos inicialmente revelados pela imprensa norte-americana e por algumas ONGs estão já comprovados, como é o caso do egípcio Abou Omar, raptado em 2003 por agentes da CIA em Milão. O indivíduo suspeito de terrorismo foi transportado para a Alemanha num avião que sobrevoou a Suíça, sendo depois transferido para o Egipto onde foi submetido a tortura.
PE vai investigar
Na passada semana, dia 12, a conferência de presidentes do Parlamento Europeu decidiu constituir uma comissão de inquérito temporária sobre o transporte e detenção ilegal de prisioneiros pela CIA em países europeus.
Esta comissão, que deveria ser aprovada em plenário ontem, quarta-feira, será constituída por 46 deputados e terá um mandato de um ano, prevendo-se que divulgue o primeiro relatório quatro meses após o início do inquérito.