Redução de gás russo afecta Europa
A petrolífera russa Gazprom acusou a Ucrânia de desviar num só dia 118 milhões de metros cúbicos de gás destinado à Europa. A empresa diminuiu o fornecimento, mas na terça-feira normalizou-o.
O gás natural usado em Portugal vem da Nigéria e da Argélia
A petrolífera estatal russa Gazprom começou no domingo a reduzir a pressão no fornecimento de gás à Ucrânia, depois de o governo de Kiev ter recusado a última proposta russa, que previa a manutenção dos preços actuais apenas durante os primeiros três meses de 2006. A Gazprom anunciou a intenção de mais do que quadruplicar o preço do combustível fornecido à Ucrânia, passando dos actuais 50 dólares para 230 dólares por cada mil metros cúbicos. Os ucranianos afirmam que aceitam o princípio do pagamento do gás a preços de mercado, mas querem que a subida seja gradual e acusam a Rússia de ter rompido repentinamente as negociações.
Vários países europeus – como a Áustria, Croácia, Eslováquia, França, Hungria, Polónia e Roménia – sentem já os efeitos do corte devido à passagem pela Ucrânia do gasoduto que fornece gás à Europa ocidental. Na segunda-feira, a Hungria afirmou que a pressão do gás natural proveniente da Ucrânia baixou de 25 para 40 por cento, enquanto a Roménia avançou que o volume diminuiu 25 por cento e a Croácia 18 por cento. Portugal não será afectado, pois a totalidade do abastecimento de gás natural é assegurada pela Nigéria (60 por cento) e pela Argélia (40 por cento).
Na segunda-feira, o Presidente ucraniano, Viktor Iuchtchenko, reuniu-se com os embaixadores dos países da União Europeia, dos Estados Unidos e do Japão, mostrando-se disposto a defender a sua posição «por todos os meios, em particular através do envolvimento de peritos e de uma arbitragem internacional».
Em comunicado citado pela Lusa, Iuchtchenko assegurou que o seu país «respeita todos os seus compromissos internacionais, incluindo os que se prendem com o trânsito do gás russo com destino à Europa» e apelou para uma retoma das negociações com Moscovo e para que seja decretada uma moratória a qualquer corte do fornecimento de gás.
Europeus preocupados
Uma porta-voz da Comissão Europeia manifestou, no domingo, a sua preocupação com o possível impacto desta medida no fornecimento de gás à Europa. Estava previsto para ontem, quarta-feira, uma reunião extraordinária de peritos organizada pela Comissão.
A Alemanha, a França e a Itália apelaram já à UE para que ajude a mediar o diferendo. «A UE tem o dever de tomar iniciativas diplomáticas relativamente às graves consequências energéticas da deterioração da relação entre os dois países [Rússia e Ucrânia], que podem afectar todos os países membros», declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Gianfranco Fini, numa carta enviada hoje à presidência austríaca da UE e ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
A França pediu a Moscovo e a Kiev que «retomem o mais rapidamente possível as conversações». «Acompanhamos com atenção este assunto e apelamos à Rússia e à Ucrânia para que retomem o mais rapidamente possível as discussões para chegarem a um acordo aceitável para todos», declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Jean-Baptiste Mattéi.
Também o governo alemão apelou aos dois países para que cumpram as suas obrigações no abastecimento e transporte de gás à Europa Ocidental e «encorajou» os dois países a encontrarem uma «sensata solução comum». «As duas partes aceitaram compromissos e esperamos agora que eles os assumam», afirmou o porta-voz adjunto do governo, Thomas Steg, em conferência de imprensa em Berlim, na segunda-feira.
Berlim diz que «não visa nem visará um dia desempenhar o papel de mediador», mas que esse papel poderia ser coroado de êxito se pelo menos uma das partes «desejasse uma intervenção do exterior», o que não é o caso.
Nesse dia, a Associação Alemã dos Consumidores de Energia adiantou que o fornecimento de gás natural aos consumidores alemães está garantido e a Alemanha não deverá ser afectada pelos cortes. «Também não contamos com uma subida de preços do gás, nem é previsível que a Rússia deixe de respeitar os acordos em vigor», disse o presidente da associação.
A Rússia lidera o mercado mundial do gás natural, sendo responsável por mais de 20 por cento da produção total (cerca de 600 mil milhões de metros cúbicos por ano), 80 por cento dos quais extraídos pela Gazprom.
Vários países europeus – como a Áustria, Croácia, Eslováquia, França, Hungria, Polónia e Roménia – sentem já os efeitos do corte devido à passagem pela Ucrânia do gasoduto que fornece gás à Europa ocidental. Na segunda-feira, a Hungria afirmou que a pressão do gás natural proveniente da Ucrânia baixou de 25 para 40 por cento, enquanto a Roménia avançou que o volume diminuiu 25 por cento e a Croácia 18 por cento. Portugal não será afectado, pois a totalidade do abastecimento de gás natural é assegurada pela Nigéria (60 por cento) e pela Argélia (40 por cento).
Na segunda-feira, o Presidente ucraniano, Viktor Iuchtchenko, reuniu-se com os embaixadores dos países da União Europeia, dos Estados Unidos e do Japão, mostrando-se disposto a defender a sua posição «por todos os meios, em particular através do envolvimento de peritos e de uma arbitragem internacional».
Em comunicado citado pela Lusa, Iuchtchenko assegurou que o seu país «respeita todos os seus compromissos internacionais, incluindo os que se prendem com o trânsito do gás russo com destino à Europa» e apelou para uma retoma das negociações com Moscovo e para que seja decretada uma moratória a qualquer corte do fornecimento de gás.
Europeus preocupados
Uma porta-voz da Comissão Europeia manifestou, no domingo, a sua preocupação com o possível impacto desta medida no fornecimento de gás à Europa. Estava previsto para ontem, quarta-feira, uma reunião extraordinária de peritos organizada pela Comissão.
A Alemanha, a França e a Itália apelaram já à UE para que ajude a mediar o diferendo. «A UE tem o dever de tomar iniciativas diplomáticas relativamente às graves consequências energéticas da deterioração da relação entre os dois países [Rússia e Ucrânia], que podem afectar todos os países membros», declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Gianfranco Fini, numa carta enviada hoje à presidência austríaca da UE e ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
A França pediu a Moscovo e a Kiev que «retomem o mais rapidamente possível as conversações». «Acompanhamos com atenção este assunto e apelamos à Rússia e à Ucrânia para que retomem o mais rapidamente possível as discussões para chegarem a um acordo aceitável para todos», declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Jean-Baptiste Mattéi.
Também o governo alemão apelou aos dois países para que cumpram as suas obrigações no abastecimento e transporte de gás à Europa Ocidental e «encorajou» os dois países a encontrarem uma «sensata solução comum». «As duas partes aceitaram compromissos e esperamos agora que eles os assumam», afirmou o porta-voz adjunto do governo, Thomas Steg, em conferência de imprensa em Berlim, na segunda-feira.
Berlim diz que «não visa nem visará um dia desempenhar o papel de mediador», mas que esse papel poderia ser coroado de êxito se pelo menos uma das partes «desejasse uma intervenção do exterior», o que não é o caso.
Nesse dia, a Associação Alemã dos Consumidores de Energia adiantou que o fornecimento de gás natural aos consumidores alemães está garantido e a Alemanha não deverá ser afectada pelos cortes. «Também não contamos com uma subida de preços do gás, nem é previsível que a Rússia deixe de respeitar os acordos em vigor», disse o presidente da associação.
A Rússia lidera o mercado mundial do gás natural, sendo responsável por mais de 20 por cento da produção total (cerca de 600 mil milhões de metros cúbicos por ano), 80 por cento dos quais extraídos pela Gazprom.