Ao identificar-se com os interesses dos mais poderosos, a direita nunca seria capaz de fazer cumprir a Constituição da República, afirmou em Chaves Jerónimo de Sousa, lembrando que a Lei fundamental toma a opção inversa. Para o candidato comunista, Cavaco Silva tem responsabilidades na crise que o País atravessa actualmente.
Jerónimo de Sousa considera que um dos mais interessantes episódios desta pré-campanha eleitoral é ver Cavaco Silva «disposto a salvar a pátria», como se nada tivesse a ver com a situação actual. «Diz-se disposto a ajudar o País a encontrar os caminhos do desenvolvimento, quando o podia ter feito numa ocasião quando Portugal estava a ser invadido por um milhão de contos por dia», realçou. Para o candidato comunista, a verdade é que desbaratou esse dinheiro. E lembrou que quando o agora candidato da direita «sentiu os calos apertados abandonou o barco deixando ao seu partido a responsabilidade da derrota».
Afirmando que o próximo Presidente da República vai «assumir particular responsabilidade», Jerónimo de Sousa lembrou que este não é uma mera «figura decorativa». O Presidente da República «tem poderes que a nossa Constituição lhe consagra», lembrou, reafirmando que se for cumprida a Lei fundamental os problemas do País serão resolvidos.
Sobre as declarações de dirigentes do PS apelando à desistência de todos os candidatos à esquerda de Cavaco Silva (ver texto), Jerónimo de Sousa foi peremptório: «Pedem-nos para desistir. Mas nós não podemos desistir porque não desistimos de Portugal nem de defender os interesses dos portugueses.»
Em seguida, Jerónimo de Sousa rumou a Bragança.