Resposta firme na <em>Autoeuropa</em>

«A luta dos trabalhadores obrigou a administração da Autoeuropa a sentar-se à mesa das negociações», salienta-se no boletim informativo da célula do PCP na empresa.
No dia 7 os trabalhadores reuniram em plenário, de manhã e de tarde, e em ambos os turnos a participação foi das mais elevadas de sempre, abrangendo no total cerca de 3 mil funcionários.
Foi aprovada uma moção a repudiar as pressões exercidas pela administração e a mandatar a Comissão de Trabalhadores para prosseguir as negociações. Estas tinham sido rompidas pela administração, que apresentou uma «última proposta» e, de seguida, desencadeou uma grande operação de chantagem, através da comunicação social e com o envolvimento de membros do Governo e até do chefe do PSD.
Mesmo sob esta forte pressão – que agitava a possibilidade de encerramento da fábrica da Volkswagen em Portugal –, os trabalhadores deslocaram-se do refeitório, onde decorreram as duas sessões do plenário, até ao edifício da administração, onde se concentraram, tanto de manhã, como de tarde.
«Esta foi a primeira grande acção dos trabalhadores realizada na Autoeuropa», salientou ao Avante! o camarada Vicente Merendas, da direcção regional de Setúbal do PCP, valorizando o facto de as negociações terem sido retomadas e de a administração ter alterado as suas posições. Estas novas propostas deverão ser analisadas pelos trabalhadores, em plenários a realizar ainda esta semana.

Inaceitável

Para os trabalhadores comunistas, como se lê no boletim O Faísca, a proposta que a administração apresentou como última era «inaceitável», já que uma actualização salarial de 2,5 por cento representaria «uma perda importante de poder de compra, se considerarmos que tivemos dois anos de congelamento salarial» e «agrava-se ainda mais com a redução significativa do valor das horas extra».
A célula afirma que «não estamos dispostos a aceitar que as nossas condições de vida se degradem ainda mais» e recomenda «que a administração, a partir de agora, não nos trate mais por colaboradores», pois «queremos ser tratados por trabalhadores dignos que somos». «Não encaixa dizerem que a empresa é nossa, quando os lucros são para eles e, para nós, simples migalhas», nem «dizerem que estamos todos no mesmo barco, quando navegam de paquete e nós em simples canoa», protestam os comunistas, declarando que «estamos com aqueles que defendem o futuro da empresa, mas que entendem que esse futuro está intimamente ligado aos futuro dos trabalhadores e, por conseguinte, à melhoria das suas condições de vida e de trabalho».


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