Política económica brasileira em cheque

O vice-presidente brasileiro, José Alencar, falando um seminário do Partido Social Brasileiro (PSB), na passada sexta-feira, criticou duramente a política económica do governo de Lula, afirmando que as promessas da campanha eleitoral de 2002 ainda não chegaram ao poder.
«O nosso discurso não assumiu o poder. Ainda há tempo, mas não é tempo de
irresponsabilidades na economia. O orçamento (do Estado) é altamente deficitário em
razão dos juros despropositados», afirmou Alencar, citado pela Lusa. Alencar referia-se ao facto de a taxa de juros estar nos 18,5 por cento ao ano, uma das mais altas do mundo.
Idêntica critica fez o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), Guido Mantega, do Partido dos Trabalhadores (PT), segundo o qual a taxa de juros elevada foi um dos principais causadores da forte desvalorização do dólar face ao real, que está a afectar as exportações brasileiras.
No mesmo sentido se pronunciou o ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, que classificou os juros da economia brasileira de «indecentes» e responsáveis por inibirem o desenvolvimento, a criação de empregos, a distribuição do rendimento e a inclusão social. Para Carlos Lessa, a política monetária actual do Brasil é «um pesadelo».
As críticas à política económica do governo ocorrem num momento em que o ministro da Fazenda brasileiro, Antonio Palocci, está a ser alvo de denúncias de corrupção.
A intervenção do presidente Lula, que a semana passada veio a público em defesa de Palocci, considerando-o «imprescindível para o país», parece insuficiente para calar as vozes descontentes no seio da própria base de apoio do governo.


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