Pelos direitos dos desempregados
A União dos Sindicatos de Lisboa promove hoje uma marcha «Pelo direito ao emprego, contra o desemprego», com partidas de Vila Franca de Xira e Amadora, e que pára à hora de almoço, no Rossio.
O Governo quer reduzir os salários e promover a precariedade
Os participantes nesta acção deslocam-se à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, às 14.30 horas.
Ao apelar à participação na marcha, a USL/CGTP-IN acusa o Governo de, com as pretendidas alterações ao subsídio de desemprego, vir agravar as condições de vida dos desempregados. «Na prática, o Governo quer reduzir os salários, promover a precariedade do trabalho e aumentar os lucros dos patrões à custa de uma maior exploração dos desempregados e dos trabalhadores em geral», acusa a USL, que aponta as mais graves modificações que estão na governamental forja:
- obrigar os desempregados a aceitarem a primeira oferta de emprego, sob pena de perderem o subsídio;
- obrigar os desempregados a aceitarem um emprego com um salarial igual ao valor do actual subsídio de desemprego (65 por cento), acrescido de 20 por cento apenas para os primeiros seis meses;
- obrigar os desempregados a permanecerem em casa durante duas horas diárias, sob pena de perderem o direito à prestação;
- reduzir o subsídio de desemprego, de 12 para 6 meses, para os desempregados com idade inferior a 30 anos e com menos de dois anos de contribuições.
A USL questiona «onde estão os 150 mil postos de trabalho prometidos» por Sócrates na campanha eleitoral, denuncia o aumento do desemprego e das dificuldades em conseguir emprego, e sublinha que «o trabalho é um direito, não é um privilégio».
Políticas erradas
«Um brutal agravamento» da taxa de desemprego é como a CGTP-IN comenta os dados mais recentes, apontando como causa determinante «o prosseguimento de políticas erradas».
No inquérito do INE, o 3.º trimestre de 2005 apresenta um valor de 7,7 por cento, que significa mais 0,5 por cento que no trimestre anterior e mais 0,9 por cento que no trimestre homólogo do ano passado. O número de desempregados (quase 430 mil) representa mais 14,4 por cento, em termos homólogos, e mais 7,7 por cento face ao trimestre anterior (mais 30 600 pessoas).
São as mulheres as mais afectadas pelo desemprego, com uma taxa de 8,9 por cento e um número superior a 230 mil desempregadas.
Em termos etários, a faixa dos 15 aos 24 anos continua a ter o maior nível de desemprego (16,5 por cento), mas foi entre os 25 e os 34 anos que o desemprego mais cresceu (um aumento de 24 por cento, face ao trimestre homólogo de 2004), atingindo uma taxa de 9 por cento. Entre os trabalhadores com mais de 45 anos, o desemprego aumentou 19 por cento (na comparação dos trimestres homólogos de 2005 e 2004).
Em 19,6 por cento aumentaram os desempregados oriundos da indústria, construção, energia e água (um aumento de mais de 26 mil pessoas, no último ano), sectores onde se registou uma quebra do emprego.
Os dados de Outubro, revelados pelo IEFP, apontam para a continuação deste aumento, com mais 3,6 por cento, em termos homólogos, atingindo quase 485 mil desempregados.
«Face à gravidade da situação e às suas consequências económicas e sociais, ganha cada vez mais força a exigência, da CGTP-IN e dos trabalhadores, de uma nova política, que aposte no aparelho produtivo, na valorização do poder de compra dos trabalhadores, no aumento das qualificações, na investigação e desenvolvimento, no aumento do investimento público e em políticas sociais justas», comenta a Inter, na nota divulgada à comunicação social.
Faltam medidas
A Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens da CGTP-IN considera os dados do desemprego «profundamente negativos, pelo que eles representam na vida das mulheres trabalhadoras», que representam 53,4 por cento dos desempregados, no final do terceiro trimestre deste ano, segundo o INE.
Também os dados do IEFP «evidenciam a tendência de agravamento do desemprego feminino no início do 4.º trimestre», afirma-se na nota de imprensa que dá conta da análise da comissão. Para esta, «é urgente a tomada de medidas concretas sobre política de emprego, por parte do Governo PS, que invertam esta tendência prejudicial ao desenvolvimento sustentado, à autonomia económica das mulheres, ao seu contributo qualificado na economia do País e à sua participação empenhada no aperfeiçoamento da democracia e, consequentemente, ao exercício dos seus direitos cívicos».
Ao apelar à participação na marcha, a USL/CGTP-IN acusa o Governo de, com as pretendidas alterações ao subsídio de desemprego, vir agravar as condições de vida dos desempregados. «Na prática, o Governo quer reduzir os salários, promover a precariedade do trabalho e aumentar os lucros dos patrões à custa de uma maior exploração dos desempregados e dos trabalhadores em geral», acusa a USL, que aponta as mais graves modificações que estão na governamental forja:
- obrigar os desempregados a aceitarem a primeira oferta de emprego, sob pena de perderem o subsídio;
- obrigar os desempregados a aceitarem um emprego com um salarial igual ao valor do actual subsídio de desemprego (65 por cento), acrescido de 20 por cento apenas para os primeiros seis meses;
- obrigar os desempregados a permanecerem em casa durante duas horas diárias, sob pena de perderem o direito à prestação;
- reduzir o subsídio de desemprego, de 12 para 6 meses, para os desempregados com idade inferior a 30 anos e com menos de dois anos de contribuições.
A USL questiona «onde estão os 150 mil postos de trabalho prometidos» por Sócrates na campanha eleitoral, denuncia o aumento do desemprego e das dificuldades em conseguir emprego, e sublinha que «o trabalho é um direito, não é um privilégio».
Políticas erradas
«Um brutal agravamento» da taxa de desemprego é como a CGTP-IN comenta os dados mais recentes, apontando como causa determinante «o prosseguimento de políticas erradas».
No inquérito do INE, o 3.º trimestre de 2005 apresenta um valor de 7,7 por cento, que significa mais 0,5 por cento que no trimestre anterior e mais 0,9 por cento que no trimestre homólogo do ano passado. O número de desempregados (quase 430 mil) representa mais 14,4 por cento, em termos homólogos, e mais 7,7 por cento face ao trimestre anterior (mais 30 600 pessoas).
São as mulheres as mais afectadas pelo desemprego, com uma taxa de 8,9 por cento e um número superior a 230 mil desempregadas.
Em termos etários, a faixa dos 15 aos 24 anos continua a ter o maior nível de desemprego (16,5 por cento), mas foi entre os 25 e os 34 anos que o desemprego mais cresceu (um aumento de 24 por cento, face ao trimestre homólogo de 2004), atingindo uma taxa de 9 por cento. Entre os trabalhadores com mais de 45 anos, o desemprego aumentou 19 por cento (na comparação dos trimestres homólogos de 2005 e 2004).
Em 19,6 por cento aumentaram os desempregados oriundos da indústria, construção, energia e água (um aumento de mais de 26 mil pessoas, no último ano), sectores onde se registou uma quebra do emprego.
Os dados de Outubro, revelados pelo IEFP, apontam para a continuação deste aumento, com mais 3,6 por cento, em termos homólogos, atingindo quase 485 mil desempregados.
«Face à gravidade da situação e às suas consequências económicas e sociais, ganha cada vez mais força a exigência, da CGTP-IN e dos trabalhadores, de uma nova política, que aposte no aparelho produtivo, na valorização do poder de compra dos trabalhadores, no aumento das qualificações, na investigação e desenvolvimento, no aumento do investimento público e em políticas sociais justas», comenta a Inter, na nota divulgada à comunicação social.
Faltam medidas
A Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens da CGTP-IN considera os dados do desemprego «profundamente negativos, pelo que eles representam na vida das mulheres trabalhadoras», que representam 53,4 por cento dos desempregados, no final do terceiro trimestre deste ano, segundo o INE.
Também os dados do IEFP «evidenciam a tendência de agravamento do desemprego feminino no início do 4.º trimestre», afirma-se na nota de imprensa que dá conta da análise da comissão. Para esta, «é urgente a tomada de medidas concretas sobre política de emprego, por parte do Governo PS, que invertam esta tendência prejudicial ao desenvolvimento sustentado, à autonomia económica das mulheres, ao seu contributo qualificado na economia do País e à sua participação empenhada no aperfeiçoamento da democracia e, consequentemente, ao exercício dos seus direitos cívicos».