Pelos serviços públicos
Mais de 30 mil pessoas manifestaram-se no sábado, dia 19, em Paris, contra as privatizações e o encerramento de serviços públicos que afectam em particular as zonas rurais e os subúrbios das grandes cidades francesas.
A defesa dos serviços públicos domina as lutas laborais em França
À cabeça do desfile, promovido pela Federação de Colectivos de Defesa dos Serviços Públicos, uma faixa resumia a principal reivindicação dos manifestantes vindos de várias regiões do país: «Serviços Públicos de qualidade em todo o lado e para todos».
Esta federação, criada na sequência de uma concentração promovida por eleitos locais, em 5 de Março, na localidade francesa de Guéret (Creuse), considerou a iniciativa como «um sucesso». O seu presidente, Bernard Defaix, salientou «a convergência entre os sindicatos, associações de cidadãos, forças políticas e eleitos» como «essencial para que os serviços públicos se desenvolvam».
No desfile, entre a Praça de Itália e a Assembleia Nacional, integraram-se numerosas associações, organizações sindicais e partidos políticos. Para a secretária-geral do PCF, Marie-George Buffet, presente na acção ao lado de dirigentes de outras forças políticas, «o combate é exactamente o mesmo nas zonas rurais e nos subúrbios. Quando se extinguem os serviços públicos, as pessoas sentem que não têm os mesmos direitos. É um elemento extremamente importante para a coesão social».
Para além da acção na capital, tiveram lugar manifestações noutras localidades do país, como Toulouse, Bordéus, Grenoble ou Valence, nas quais participaram, segundo os organizadores, cerca de 10 mil pessoas.
Um tema central da luta
A luta contra as privatizações e pela manutenção da gestão pública de serviços essenciais tem estado no centro de vários conflitos laborais que continuam a marcar o clima social em França.
Nos meses de Setembro e Outubro, uma prolongada e dura greve de 24 dias, levada a cabo contra a privatização da Sociedade de Navegação Córsega–Mediterrâneo (SNCM), alastrou ao porto de Marselha, o maior de França, cujos trabalhadores se solidarizaram com a luta na SNCM.
Quase em simultâneo, no dia 4 de Outubro, os trabalhadores dos transportes públicos de Marselha (RTM) iniciaram uma greve contra a concessão da futura rede de eléctricos da cidade. Afrontando as pressões dos poderes locais e regionais e demonstrando uma invulgar determinação, a maioria dos trabalhadores da RTM decidiu, na passada segunda-feira, dia 21, ao 42.º dia de greve, prosseguir o combate pelo serviço público. A greve manteve-se esta semana, afectando gravemente o funcionamento do serviço, apesar da desistência de duas estruturas sindicais (FO e CFDT) que representam um quinto dos trabalhadores.
Também na segunda-feira passada, os trabalhadores dos caminhos-de-ferro (SNCF) iniciaram uma greve por tempo indeterminado que registou elevada adesão. Convocada por quatro sindicatos (CGT, SUD-Rail, FO e Fgaaac), a paralisação reduziu a um terço a circulação de comboios na terça-feira, dia 22.
Entre as 15 reivindicações apresentadas no pré-aviso de greve, apenas uma (a 14ª) exige a revalorização dos salários e das pensões de reforma. As restantes reclamam a suspensão dos processos de restruturação, desmembramento e reorganização dos serviços, os quais, no entender dos sindicatos, visam preparar a empresa pública para a privatização total ou parcial.
Esta federação, criada na sequência de uma concentração promovida por eleitos locais, em 5 de Março, na localidade francesa de Guéret (Creuse), considerou a iniciativa como «um sucesso». O seu presidente, Bernard Defaix, salientou «a convergência entre os sindicatos, associações de cidadãos, forças políticas e eleitos» como «essencial para que os serviços públicos se desenvolvam».
No desfile, entre a Praça de Itália e a Assembleia Nacional, integraram-se numerosas associações, organizações sindicais e partidos políticos. Para a secretária-geral do PCF, Marie-George Buffet, presente na acção ao lado de dirigentes de outras forças políticas, «o combate é exactamente o mesmo nas zonas rurais e nos subúrbios. Quando se extinguem os serviços públicos, as pessoas sentem que não têm os mesmos direitos. É um elemento extremamente importante para a coesão social».
Para além da acção na capital, tiveram lugar manifestações noutras localidades do país, como Toulouse, Bordéus, Grenoble ou Valence, nas quais participaram, segundo os organizadores, cerca de 10 mil pessoas.
Um tema central da luta
A luta contra as privatizações e pela manutenção da gestão pública de serviços essenciais tem estado no centro de vários conflitos laborais que continuam a marcar o clima social em França.
Nos meses de Setembro e Outubro, uma prolongada e dura greve de 24 dias, levada a cabo contra a privatização da Sociedade de Navegação Córsega–Mediterrâneo (SNCM), alastrou ao porto de Marselha, o maior de França, cujos trabalhadores se solidarizaram com a luta na SNCM.
Quase em simultâneo, no dia 4 de Outubro, os trabalhadores dos transportes públicos de Marselha (RTM) iniciaram uma greve contra a concessão da futura rede de eléctricos da cidade. Afrontando as pressões dos poderes locais e regionais e demonstrando uma invulgar determinação, a maioria dos trabalhadores da RTM decidiu, na passada segunda-feira, dia 21, ao 42.º dia de greve, prosseguir o combate pelo serviço público. A greve manteve-se esta semana, afectando gravemente o funcionamento do serviço, apesar da desistência de duas estruturas sindicais (FO e CFDT) que representam um quinto dos trabalhadores.
Também na segunda-feira passada, os trabalhadores dos caminhos-de-ferro (SNCF) iniciaram uma greve por tempo indeterminado que registou elevada adesão. Convocada por quatro sindicatos (CGT, SUD-Rail, FO e Fgaaac), a paralisação reduziu a um terço a circulação de comboios na terça-feira, dia 22.
Entre as 15 reivindicações apresentadas no pré-aviso de greve, apenas uma (a 14ª) exige a revalorização dos salários e das pensões de reforma. As restantes reclamam a suspensão dos processos de restruturação, desmembramento e reorganização dos serviços, os quais, no entender dos sindicatos, visam preparar a empresa pública para a privatização total ou parcial.