Berlusconi enjeita guerra do Iraque
O primeiro-ministro italiano, um dos aliados mais fiéis a George W. Bush no Iraque, voltou a surpreender tudo e todos ao declarar, numa entrevista televisiva, que tentou «por várias vezes» dissuadir o presidente norte-americano de intervir militarmente.
Na entrevista, cujos extractos foram divulgados no sábado, dia 29, pelas agências italianas ANSA e Apcom, Sílvio Berlusconi afirma que nunca foi adepto da guerra e que esta poderia ter sido evitada.
A transmissão integral do programa, gravado pela televisão privada La7, estava prevista para a noite da passada segunda-feira, dia em que o governante italiano se ia avistar com Bush em Washington.
Provando que não se preocupa com contradições, Berlusconi declarou taxativamente: «Nunca estive convencido de que a guerra era o melhor meio de democratizar um país e de o ajudar a livra-se de uma ditadura, por mais sangrenta que seja». «Tentei várias vezes convencer o presidente americano para não desencadear a guerra. (...) Tentei encontrar outras vias e outras soluções, incluindo através de uma iniciativa conjunta com [o presidente líbio] Kadhafi. Mas não conseguimos e a operação militar concretizou-se». (...) «Reafirmo que deveríamos ter evitado uma acção militar», conclui Il Cavaliere, fazendo tábua rasa de declarações anteriores em que se distinguia como um fervoroso apoiante da política dos EUA.
Nas vésperas da invasão, em Março de 2003, o primeiro-ministro italiano afirmou perante o parlamento do seu país que o uso da força contra o regime de Saddam Hussein era legítimo, defendendo que a Itália não podia abandonar a América no seu «combate contra o terrorismo». É essa sua posição que determina o envio de um importante contingente militar constituído por três mil soldados.
Contudo, as relações com o amigo americano complicaram-se ao mesmo tempo que a oposição interna aumentava face às «ocorrências» no Iraque. O copo transbordou com a morte do agente dos serviços italianos, Nicola Calipari, atingido por balas disparadas por soldados americanos, em Março último, durante a operação de libertação da jornalista Giulliana Sgrena. Só então a Itália anunciou o início da retirada progressiva das suas tropas. Contudo, o contingente italiano no Iraque ainda conta com 2900 militares e o próprio Berlusconi, na passada segunda-feira, esclareceu que «hoje não há outra opção do que permanecer ali até ao final do trabalho».
Na entrevista, cujos extractos foram divulgados no sábado, dia 29, pelas agências italianas ANSA e Apcom, Sílvio Berlusconi afirma que nunca foi adepto da guerra e que esta poderia ter sido evitada.
A transmissão integral do programa, gravado pela televisão privada La7, estava prevista para a noite da passada segunda-feira, dia em que o governante italiano se ia avistar com Bush em Washington.
Provando que não se preocupa com contradições, Berlusconi declarou taxativamente: «Nunca estive convencido de que a guerra era o melhor meio de democratizar um país e de o ajudar a livra-se de uma ditadura, por mais sangrenta que seja». «Tentei várias vezes convencer o presidente americano para não desencadear a guerra. (...) Tentei encontrar outras vias e outras soluções, incluindo através de uma iniciativa conjunta com [o presidente líbio] Kadhafi. Mas não conseguimos e a operação militar concretizou-se». (...) «Reafirmo que deveríamos ter evitado uma acção militar», conclui Il Cavaliere, fazendo tábua rasa de declarações anteriores em que se distinguia como um fervoroso apoiante da política dos EUA.
Nas vésperas da invasão, em Março de 2003, o primeiro-ministro italiano afirmou perante o parlamento do seu país que o uso da força contra o regime de Saddam Hussein era legítimo, defendendo que a Itália não podia abandonar a América no seu «combate contra o terrorismo». É essa sua posição que determina o envio de um importante contingente militar constituído por três mil soldados.
Contudo, as relações com o amigo americano complicaram-se ao mesmo tempo que a oposição interna aumentava face às «ocorrências» no Iraque. O copo transbordou com a morte do agente dos serviços italianos, Nicola Calipari, atingido por balas disparadas por soldados americanos, em Março último, durante a operação de libertação da jornalista Giulliana Sgrena. Só então a Itália anunciou o início da retirada progressiva das suas tropas. Contudo, o contingente italiano no Iraque ainda conta com 2900 militares e o próprio Berlusconi, na passada segunda-feira, esclareceu que «hoje não há outra opção do que permanecer ali até ao final do trabalho».