Uma irónica «construção europeia»
A Europa que conhecemos é hoje uma manta de retalhos de uma construção histórica, onde os interesses capitalistas se sobrepuseram ao interesse dos povos e à arrumação dos estados em função dos seus diferentes percursos pelos trilhos da vida colectiva e da dialéctica entre o ser humano e o meio em que está inserido.
A Revolução de Outubro e as conquistas alcançadas pelo povo russo, liderada pelo Partido Bolchevique, demonstraram aos trabalhadores de todo o mundo que era possível e necessário romper com o sistema capitalista, abrindo caminho a profundas transformações sócio-económicas e à emancipação dos povos face à opressão da burguesia. A pátria de Lénine percorreu um verdadeiro terramoto político que em muito ultrapassou as suas fronteiras, dando estímulo e suporte concreto à luta do proletariado de todo o mundo. A «ousadia» demonstrada por aquele povo levantou contra si as forças mais reaccionárias e revanchistas europeias e americanas, que viam no socialismo um inimigo sobre o qual seria necessário mobilizar todos os meios. Não foram poupados esforços para atingir os fins. Ficou conhecida a doutrina do presidente americano Wilson que, na ressaca da I Guerra Mundial, apresentou os seus «Catorze Pontos», jogando uma carta nacionalista contra o apelo internacionalista de Lénine, conduzindo à formação de pequenos países, numa espécie de barreira imunológica contra o «vírus vermelho». A arbitrariedade desta construção, a crise do sistema capitalista e o desenvolvimento do imperialismo alemão, conduzido pelo partido nazi de Hitler, e apoiado e financiado pelas grandes empresas americanas, desembocaram a Europa numa guerra em massa, a II Grande Guerra. O resultado é sobejamente conhecido mas, neste período de revisão da História, não é demais lembrar os 20 milhões de mortos da URSS e o contributo decisivo do Exército Vermelho para o desfecho vitorioso da guerra.
Os nacionalismos e a existência de Estados nacionais passaram a ser apontados pelos americanos, mas também pela França e Grã-Bretanha, como a causa principal das contradições, conflitos sociais, políticos e militares que haviam conduzido a Europa para a Guerra. Começava a desenhar-se o quadro de arrumação de forças para a criação de uma ordem supranacional como forma de superação da crise interna do capitalismo europeu. O quadro ideológico era definido por uma ideia peregrina de uma construção europeia alicerçada num ideal a que aspirariam há muitos milhares de anos os melhores e mais avançados espíritos europeus. Uma espécie de necessidade intrínseca.
As conquistas dos trabalhadores e dos povos dos países socialistas intimidavam o capitalismo das potências europeias e dos EUA. A existência de um quadro concreto de referência ideológica e o apoio da União Soviética fortalecia a luta dos trabalhadores dos países capitalistas, possibilitando também aqui alguns avanços significativos nas suas conquistas sociais de direitos, liberdades e garantias não possíveis até então.
Os círculos monopolistas americanos utilizaram a integração da Europa Ocidental - a qual financiaram - para a sua expansão económica nos países capitalistas europeus, e igualmente para camuflar a defesa avançada contra a União Soviética e a sua influência mundial no plano económico, social e político.
O fim da União Soviética trouxe uma redefinição do quadro de arrumação de forças no plano europeu e mundial. As potências europeias e os EUA viram soltar-se as mãos para cavalgar sobre o aprofundamento da integração capitalista que assumia agora contornos de acentuada exploração dos trabalhadores e dos povos no domínio interno e externo à Europa.
A integração europeia deve ser vista à luz de uma construção capitalista e da sua história mais recente, no âmbito de uma crise de sobreprodução, de necessidade de escoamento da produção, de mão-de-obra barata, da conquista de novos mercados através do acentuar de uma dominação política e militar que lhe dê suporte.
Os desenvolvimentos do sistema capitalista exigem de todos nós comunistas uma atenção ao processo histórico e um combate sem tréguas nas suas derivas actuais, numa atitude coerente com o projecto transformador de que somos portadores e pelo qual lutamos no dia-a-dia.
A Revolução de Outubro e as conquistas alcançadas pelo povo russo, liderada pelo Partido Bolchevique, demonstraram aos trabalhadores de todo o mundo que era possível e necessário romper com o sistema capitalista, abrindo caminho a profundas transformações sócio-económicas e à emancipação dos povos face à opressão da burguesia. A pátria de Lénine percorreu um verdadeiro terramoto político que em muito ultrapassou as suas fronteiras, dando estímulo e suporte concreto à luta do proletariado de todo o mundo. A «ousadia» demonstrada por aquele povo levantou contra si as forças mais reaccionárias e revanchistas europeias e americanas, que viam no socialismo um inimigo sobre o qual seria necessário mobilizar todos os meios. Não foram poupados esforços para atingir os fins. Ficou conhecida a doutrina do presidente americano Wilson que, na ressaca da I Guerra Mundial, apresentou os seus «Catorze Pontos», jogando uma carta nacionalista contra o apelo internacionalista de Lénine, conduzindo à formação de pequenos países, numa espécie de barreira imunológica contra o «vírus vermelho». A arbitrariedade desta construção, a crise do sistema capitalista e o desenvolvimento do imperialismo alemão, conduzido pelo partido nazi de Hitler, e apoiado e financiado pelas grandes empresas americanas, desembocaram a Europa numa guerra em massa, a II Grande Guerra. O resultado é sobejamente conhecido mas, neste período de revisão da História, não é demais lembrar os 20 milhões de mortos da URSS e o contributo decisivo do Exército Vermelho para o desfecho vitorioso da guerra.
Os nacionalismos e a existência de Estados nacionais passaram a ser apontados pelos americanos, mas também pela França e Grã-Bretanha, como a causa principal das contradições, conflitos sociais, políticos e militares que haviam conduzido a Europa para a Guerra. Começava a desenhar-se o quadro de arrumação de forças para a criação de uma ordem supranacional como forma de superação da crise interna do capitalismo europeu. O quadro ideológico era definido por uma ideia peregrina de uma construção europeia alicerçada num ideal a que aspirariam há muitos milhares de anos os melhores e mais avançados espíritos europeus. Uma espécie de necessidade intrínseca.
As conquistas dos trabalhadores e dos povos dos países socialistas intimidavam o capitalismo das potências europeias e dos EUA. A existência de um quadro concreto de referência ideológica e o apoio da União Soviética fortalecia a luta dos trabalhadores dos países capitalistas, possibilitando também aqui alguns avanços significativos nas suas conquistas sociais de direitos, liberdades e garantias não possíveis até então.
Os círculos monopolistas americanos utilizaram a integração da Europa Ocidental - a qual financiaram - para a sua expansão económica nos países capitalistas europeus, e igualmente para camuflar a defesa avançada contra a União Soviética e a sua influência mundial no plano económico, social e político.
O fim da União Soviética trouxe uma redefinição do quadro de arrumação de forças no plano europeu e mundial. As potências europeias e os EUA viram soltar-se as mãos para cavalgar sobre o aprofundamento da integração capitalista que assumia agora contornos de acentuada exploração dos trabalhadores e dos povos no domínio interno e externo à Europa.
A integração europeia deve ser vista à luz de uma construção capitalista e da sua história mais recente, no âmbito de uma crise de sobreprodução, de necessidade de escoamento da produção, de mão-de-obra barata, da conquista de novos mercados através do acentuar de uma dominação política e militar que lhe dê suporte.
Os desenvolvimentos do sistema capitalista exigem de todos nós comunistas uma atenção ao processo histórico e um combate sem tréguas nas suas derivas actuais, numa atitude coerente com o projecto transformador de que somos portadores e pelo qual lutamos no dia-a-dia.