Itália

Berlusconi ensaia farsa eleitoral

A cerca de seis meses das eleições legislativas, Silvio Berlusconi pretende alterar as leis eleitorais para assegurar a permanência no poder. Confrontado com a iminente derrota da sua coligação de direita, o primeiro-ministro italiano propôs, na passada semana, restabelecer o sistema proporcional vigente até 1993, com um patamar mínimo de quatro por cento dos votos expressos.
A ser adoptada, esta proposta colocaria automaticamente fora do parlamento muitos pequenos partidos do campo da esquerda, como os Verdes ou a Lista Di Pietro, os quais dificilmente atingirão a fasquia dos quatro por cento.
Com este truque, a expressão eleitoral da coligação de esquerda, liderada pelo antigo presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, seria diminuída em cerca de 10 por cento, aumentando as possibilidades de Berlusconi de continuar a governar o país, apesar da acentuada nas votações, dada como certa por todas as sondagens.
A iniciativa do Cavaliere suscitou uma onda de protestos nos partidos da oposição, que a qualificaram como uma burla e um roubo, chegando alguns a considerá-la como «um golpe de Estado institucional». Para Romano Prodi, o caso não é para menos: «A Itália vive um momento em que a democracia que está em jogo»
A reforma precisa de ser aprovada pela comissão dos assuntos constitucionais do parlamento e sujeita à votação final em sessão plenária. Os partidos da oposição já declaram que vão fazer tudo para obstruir o processo, admitindo boicotar a realização das sessões de trabalho.


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