Mas de 700 militantes protestantes, leais à coroa britânica, atacaram, no domingo, as forças de segurança com armas automáticas, lançando granadas, bombas artesanais e cocktails molotov, em Alberbridge Road, na parte ocidental da cidade de Belfast.
Trinta e dois polícias e dois civis ficaram feridos, e numerosos veículos foram assaltados e incendiados nesta zona, bem como no centro e no norte da cidade.
Os tumultos foram iniciados no sábado, dia 10, quando algumas centenas de protestantes se manifestaram contra a proibição pelas autoridades da passagem de uma marcha da Ordem Orange pela zona de Whiterock Road, no oeste católico de Belfast.
No domingo, o chefe da polícia norte-irlandesa, Hugh Orde, acusou os protestantes da Ordem Orange de serem os responsáveis pelos distúrbios registados na tarde de sábado e madrugada de domingo, que considerou como os mais violentos desde o início do ano de 2000. Pela primeira vez, desde longa data, polícias e soldados britânicos responderam com balas verdadeiras aos ataques dos grupos protestantes armados.
Contudo, embora com menor intensidade, os actos de violência continuaram na madrugada de terça-feira pela terceira noite consecutiva. Numerosas viaturas foram assaltadas e incendiadas e os feridos elevaram-se para meia centena.
Todos os anos, aquela organização político-religiosa realiza mais de duas mil marchas na Irlanda do Norte. Os protestantes celebram assim as vitórias do Rei Guilherme de Orange, protestante, contra o Rei Jaime, católico, em 1690. Contudo, os desfiles que passam por bairros católicos acabam frequentemente em confrontos violentos.