Pobres como nunca
De acordo com um relatório das Nações Unidas, apresentado quinta-feira da semana passada, em Nova Iorque, o fosso entre ricos e pobres aumentou na última década.
África mantém-se no topo da miséria
O documentou, intitulado «A Situação Social Mundial 2005», confirma a incapacidade do capitalismo em resolver os principais flagelos da humanidade assumindo que, apesar do crescimento económico verificado em algumas regiões do globo, a mundialização dos mercados continuou a empurrar milhares de seres humanos para as franjas da miséria criando novas e cada vez mais profundas desigualdades.
O estudo reporta a áreas como a economia formal e informal, a qualificação dos trabalhadores, o acesso à saúde, à educação, ao emprego, a estabilidade laboral e a oportunidade de participação política, económica e social, entre outras, tecendo termos de comparação entre nações e entre estratos populacionais de cada país.
A conclusão é clara: «a desigualdade registada a nível mundial é maior do que há dez anos», afirmou Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas, na conferência de imprensa.
Geração de miséria
O desemprego é um dos principais problemas. Segundo os dados indicados no texto, o número de mãos desocupadas ao nível mundial acentuou a tendência de crescimento desde meados da década de 90, sendo que os jovens são o sector da sociedade mais afectado representando quase metade do total de desempregados (47 por cento e 186 milhões de pessoas).
Os jovens são igualmente, a par dos deficientes e das populações autóctones, o grupo cuja opinião e voz política e social é menos vezes tida em conta.
Escravos do capital
A desregulamentação do mercado de trabalho a nível mundial é um dos factores que, a par dos conflitos bélicos, frequentemente se aponta como estando na base do aumento das desigualdades entre ricos e pobres.
Com efeito, os dados do relatório da ONU indicam que milhões de trabalhadores permanecem extremamente pobres. Apesar de se integrarem no grupo dos «bafejados» pelo trabalho, cerca de um quarto da população activa não consegue auferir mais que um dólar por dia, indicador que habitualmente se usa para traçar a linha delimitadora entre a pobreza e a indigência.
O crescimento da economia informal pressionou a queda dos salários com claros benefícios para os detentores da grande propriedade, mas não se pense que tais desigualdades cresceram exclusivamente nos países menos desenvolvidos ou ditos «em vias de desenvolvimento».
O Canadá, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha são dos países que mais viram crescer o fosso entre ricos e pobres. Com este trio de «desenvolvidos» a dar o exemplo das desigualdades expressas pelo capitalismo, está claro que o chamado «Objectivo do Milénio» de erradicar a fome até 2015 será, nos próximos dez anos, o mesmo logro resultante na última década.
O estudo reporta a áreas como a economia formal e informal, a qualificação dos trabalhadores, o acesso à saúde, à educação, ao emprego, a estabilidade laboral e a oportunidade de participação política, económica e social, entre outras, tecendo termos de comparação entre nações e entre estratos populacionais de cada país.
A conclusão é clara: «a desigualdade registada a nível mundial é maior do que há dez anos», afirmou Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas, na conferência de imprensa.
Geração de miséria
O desemprego é um dos principais problemas. Segundo os dados indicados no texto, o número de mãos desocupadas ao nível mundial acentuou a tendência de crescimento desde meados da década de 90, sendo que os jovens são o sector da sociedade mais afectado representando quase metade do total de desempregados (47 por cento e 186 milhões de pessoas).
Os jovens são igualmente, a par dos deficientes e das populações autóctones, o grupo cuja opinião e voz política e social é menos vezes tida em conta.
Escravos do capital
A desregulamentação do mercado de trabalho a nível mundial é um dos factores que, a par dos conflitos bélicos, frequentemente se aponta como estando na base do aumento das desigualdades entre ricos e pobres.
Com efeito, os dados do relatório da ONU indicam que milhões de trabalhadores permanecem extremamente pobres. Apesar de se integrarem no grupo dos «bafejados» pelo trabalho, cerca de um quarto da população activa não consegue auferir mais que um dólar por dia, indicador que habitualmente se usa para traçar a linha delimitadora entre a pobreza e a indigência.
O crescimento da economia informal pressionou a queda dos salários com claros benefícios para os detentores da grande propriedade, mas não se pense que tais desigualdades cresceram exclusivamente nos países menos desenvolvidos ou ditos «em vias de desenvolvimento».
O Canadá, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha são dos países que mais viram crescer o fosso entre ricos e pobres. Com este trio de «desenvolvidos» a dar o exemplo das desigualdades expressas pelo capitalismo, está claro que o chamado «Objectivo do Milénio» de erradicar a fome até 2015 será, nos próximos dez anos, o mesmo logro resultante na última década.