EUA intimados a retirar do país
O Uzbequistão deu um prazo de seis meses aos EUA para que retirem do país o contigente militar ali estacionado desde 2001 para operações no Afeganistão.
«Karshi-Janabad abriga actualmente mil soldados norte-americanos»
A notícia, divulgada na sexta-feira passada pelo Washington Post, foi confirmada por um porta-voz do Pentágono que, segundo a Lusa, está a desenvolver «intensas consultas» para responder à exigência.
Na mensagem enviada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros uzbeque à embaixada norte-americana em Tachkent, capital do país, o governo do Uzbequistão exige «a retirada do pessoal, dos aviões e de todos os equipamentos militares da base de Karshi-Janabad antes de 180 dias».
Situada no sudoeste do Uzbequistão, a poucos quilómetros da fronteira com o Afeganistão, a base de Karshi-Janabad, que em 2001 serviu de linha da frente no ataque ao regime talibã, abriga actualmente cerca de mil soldados norte-americanos. Conhecida como K2, a base serve igualmente para reabastecer de combustível os aviões americanos e para receber aviões de carga.
Os EUA, que afirmam encarar a exigência como uma «questão diplomática», fizeram saber através do seu porta-voz Lawrence Di Rita que as operações do exército norte-americano não dependem de uma única base, seja onde for, e que serão capazes de prosseguir as suas operações de acordo com as necessidades, aconteça o que acontecer.
As relações entre Tachkent e Washington tinham já dado sinais de degradação no início de Julho, quando o governo uzbeque divulgou um comunicado onde se afirma que «quando este acordo foi assinado e os prazos de permanência deste contingente foram examinados, foi sempre estipulado que a cedência do território do aeródromo de Janabad às forças aéreas do exército norte-americano dependiam directamente da operação militar no Norte do Afeganistão».
Rearrumação de forças
A exigência de retirada dos norte-americanos (que haviam sido proibidos de efectuar voos nocturnos após a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, ter criticado as autoridades de Tachkent pela sangrenta repressão de manifestantes da oposição em Andijan, a 13 de Maio), é vista por alguns analistas como uma consequência directa da declaração conjunta da Organização de Segurança de Xangai, que integra a Rússia, China e o Uzbequistão, onde se pede aos EUA o estabelecimento de um prazo para a sua retirada da Ásia Central.
Tanto a China como a Rússia vêem com preocupação a presença militar americana na região, o que levou Moscovo a anunciar, em meados de Julho, um plano para duplicar a sua própria presença militar no Quirguistão, onde dispõe de um contingente de 500 soldados na base de Kant, situada a escassos 25 quilómetros da base militar de Manás, cedida aos EUA em 2001. Segundo o secretário de Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, que há dias visitou o Quirguistão e o Tajiquistão, as autoridades destes dois países estarão disponíveis para acolher as tropas americanas «pelo tempo que for preciso».
Na mensagem enviada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros uzbeque à embaixada norte-americana em Tachkent, capital do país, o governo do Uzbequistão exige «a retirada do pessoal, dos aviões e de todos os equipamentos militares da base de Karshi-Janabad antes de 180 dias».
Situada no sudoeste do Uzbequistão, a poucos quilómetros da fronteira com o Afeganistão, a base de Karshi-Janabad, que em 2001 serviu de linha da frente no ataque ao regime talibã, abriga actualmente cerca de mil soldados norte-americanos. Conhecida como K2, a base serve igualmente para reabastecer de combustível os aviões americanos e para receber aviões de carga.
Os EUA, que afirmam encarar a exigência como uma «questão diplomática», fizeram saber através do seu porta-voz Lawrence Di Rita que as operações do exército norte-americano não dependem de uma única base, seja onde for, e que serão capazes de prosseguir as suas operações de acordo com as necessidades, aconteça o que acontecer.
As relações entre Tachkent e Washington tinham já dado sinais de degradação no início de Julho, quando o governo uzbeque divulgou um comunicado onde se afirma que «quando este acordo foi assinado e os prazos de permanência deste contingente foram examinados, foi sempre estipulado que a cedência do território do aeródromo de Janabad às forças aéreas do exército norte-americano dependiam directamente da operação militar no Norte do Afeganistão».
Rearrumação de forças
A exigência de retirada dos norte-americanos (que haviam sido proibidos de efectuar voos nocturnos após a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, ter criticado as autoridades de Tachkent pela sangrenta repressão de manifestantes da oposição em Andijan, a 13 de Maio), é vista por alguns analistas como uma consequência directa da declaração conjunta da Organização de Segurança de Xangai, que integra a Rússia, China e o Uzbequistão, onde se pede aos EUA o estabelecimento de um prazo para a sua retirada da Ásia Central.
Tanto a China como a Rússia vêem com preocupação a presença militar americana na região, o que levou Moscovo a anunciar, em meados de Julho, um plano para duplicar a sua própria presença militar no Quirguistão, onde dispõe de um contingente de 500 soldados na base de Kant, situada a escassos 25 quilómetros da base militar de Manás, cedida aos EUA em 2001. Segundo o secretário de Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, que há dias visitou o Quirguistão e o Tajiquistão, as autoridades destes dois países estarão disponíveis para acolher as tropas americanas «pelo tempo que for preciso».