Crónica de um crime anunciado
Já com Agosto a aproximar-se, a Organização Regional de Coimbra do PCP realizou (mais) uma iniciativa sobre o sector do têxtil e do vestuário, visitando empresas em Oliveira do Hospital.
Nos contactos realizados com as trabalhadoras e trabalhadores – durante o curto período de tempo que mal chega para o almoço –, prestou-se contas do abaixo-assinado exigindo a activação da cláusula de salvaguarda relativa às importações do têxtil e do vestuário, assim como de outras iniciativas promovidas pelo Partido em defesa do emprego e da produção nacional.
De tudo com que nos deparámos, fica sobretudo a realidade laboral das trabalhadoras. Os seus intensos ritmos de trabalho, para o cumprimento rápido das encomendas. As suas tarefas extenuantes, executadas em difíceis condições. Os seus muito baixos salários. O seu grande esforço e sacrifício, dando o que têm e o que não têm, para defender os seus postos de trabalho. Evidenciando, afinal, uma importante verdade que é sistematicamente escamoteada: os trabalhadores procuram defender os seus postos de trabalho e o futuro das empresas, não sendo os responsáveis pelo seu encerramento ou deslocalização.
Os responsáveis
Ao contrário do que PSD, PS e CDS pretendem fazer crer, tentando sacudir a água do capote e aparecendo agora com lágrimas de crocodilo, não são «outros», mas os Governos PSD (Cavaco), PS (Guterres), PSD/CDS (Durão/Santana/Portas) e PS (Sócrates) que são os primeiros responsáveis pela actual difícil situação da indústria do têxtil e vestuário em Portugal.
Foi o Governo PSD (Cavaco) que, em 1995, firmou o acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC) que decidiu a liberalização do têxtil e do vestuário em 2005.
Foi o Governo PS (Guterres) que firmou as condições dos acordos de adesão da China à OMC, em 2001.
Foram os governos PSD/CDS (Durão/Santana/Portas) e PS (Sócrates) que, no final de 2004 e início de 2005, face ao aumento exponencial das importações de têxtil e vestuário para a União Europeia, não exigiram a imediata activação da cláusula de salvaguarda prevista nos acordos comerciais.
Desde há 20 anos (e mesmo mais...), foram (e são) estes governos (e estas forças políticas) os verdadeiros responsáveis pelo crescimento e manutenção do sector do têxtil e do vestuário com base na exploração de mão-de-obra barata, de forma intensiva e com vínculos precários. Com base numa actividade geralmente subcontratada e dependente das multinacionais. Onde não se promoveu uma efectiva modernização e formação profissional. E, pelo contrário, se pactuou com situações de má gestão e com a mais desenfreada exploração dos trabalhadores, sempre em nome do máximo lucro no mais curto espaço de tempo.
O actual Governo PS, depois de ter sido cúmplice da Comissão Europeia – que tudo fez para evitar o accionamento das clausulas de salvaguarda, cumprindo assim a vontade das grandes multinacionais europeias, nomeadamente da grande distribuição –, até este momento, nada concretizou para defender os postos de trabalho em perigo e assegurar o presente e o futuro deste importante sector produtivo nacional.
Na continuidade da política de direita, arriscamo-nos seriamente a que o Governo PS, por detrás das grandes declarações e intenções, dos números de milhões e das siglas proclamadas quase diariamente, tenha em curso – o que no dia-a-dia se confirma – um processo de liquidação progressiva de parte significativa deste sector. E que, no essencial, as ditas iniciativas de «apoio» ao sector, são apenas medidas que, na realidade, o Governo PS utiliza para procurar preparar e fazer aceitar por parte dos trabalhadores e de pequenos e médios industriais, a redução significativa e mesmo a destruição de grande parte da indústria do têxtil e do vestuário com todas as suas consequências para os trabalhadores e o País.
Basta!
A actual situação dos têxteis e vestuário – à semelhança do que já aconteceu na agricultura, nas pescas e noutras indústrias e sectores estratégicos da produção nacional – é uma denúncia dos efeitos da concorrência capitalista e da incessante cavalgada para a liberalização dos mercados, onde quem sempre perde são os trabalhadores e quem sempre ganha são os grandes grupos económico-financeiros.
Situação que demonstra que é necessária uma nova política, que aposte na produção nacional, no emprego com direitos, na valorização do trabalho e dos salários e pensões e que dê resposta urgente às necessidades dos trabalhadores e das populações. Uma política que só o PCP pode protagonizar.
Nos contactos realizados com as trabalhadoras e trabalhadores – durante o curto período de tempo que mal chega para o almoço –, prestou-se contas do abaixo-assinado exigindo a activação da cláusula de salvaguarda relativa às importações do têxtil e do vestuário, assim como de outras iniciativas promovidas pelo Partido em defesa do emprego e da produção nacional.
De tudo com que nos deparámos, fica sobretudo a realidade laboral das trabalhadoras. Os seus intensos ritmos de trabalho, para o cumprimento rápido das encomendas. As suas tarefas extenuantes, executadas em difíceis condições. Os seus muito baixos salários. O seu grande esforço e sacrifício, dando o que têm e o que não têm, para defender os seus postos de trabalho. Evidenciando, afinal, uma importante verdade que é sistematicamente escamoteada: os trabalhadores procuram defender os seus postos de trabalho e o futuro das empresas, não sendo os responsáveis pelo seu encerramento ou deslocalização.
Os responsáveis
Ao contrário do que PSD, PS e CDS pretendem fazer crer, tentando sacudir a água do capote e aparecendo agora com lágrimas de crocodilo, não são «outros», mas os Governos PSD (Cavaco), PS (Guterres), PSD/CDS (Durão/Santana/Portas) e PS (Sócrates) que são os primeiros responsáveis pela actual difícil situação da indústria do têxtil e vestuário em Portugal.
Foi o Governo PSD (Cavaco) que, em 1995, firmou o acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC) que decidiu a liberalização do têxtil e do vestuário em 2005.
Foi o Governo PS (Guterres) que firmou as condições dos acordos de adesão da China à OMC, em 2001.
Foram os governos PSD/CDS (Durão/Santana/Portas) e PS (Sócrates) que, no final de 2004 e início de 2005, face ao aumento exponencial das importações de têxtil e vestuário para a União Europeia, não exigiram a imediata activação da cláusula de salvaguarda prevista nos acordos comerciais.
Desde há 20 anos (e mesmo mais...), foram (e são) estes governos (e estas forças políticas) os verdadeiros responsáveis pelo crescimento e manutenção do sector do têxtil e do vestuário com base na exploração de mão-de-obra barata, de forma intensiva e com vínculos precários. Com base numa actividade geralmente subcontratada e dependente das multinacionais. Onde não se promoveu uma efectiva modernização e formação profissional. E, pelo contrário, se pactuou com situações de má gestão e com a mais desenfreada exploração dos trabalhadores, sempre em nome do máximo lucro no mais curto espaço de tempo.
O actual Governo PS, depois de ter sido cúmplice da Comissão Europeia – que tudo fez para evitar o accionamento das clausulas de salvaguarda, cumprindo assim a vontade das grandes multinacionais europeias, nomeadamente da grande distribuição –, até este momento, nada concretizou para defender os postos de trabalho em perigo e assegurar o presente e o futuro deste importante sector produtivo nacional.
Na continuidade da política de direita, arriscamo-nos seriamente a que o Governo PS, por detrás das grandes declarações e intenções, dos números de milhões e das siglas proclamadas quase diariamente, tenha em curso – o que no dia-a-dia se confirma – um processo de liquidação progressiva de parte significativa deste sector. E que, no essencial, as ditas iniciativas de «apoio» ao sector, são apenas medidas que, na realidade, o Governo PS utiliza para procurar preparar e fazer aceitar por parte dos trabalhadores e de pequenos e médios industriais, a redução significativa e mesmo a destruição de grande parte da indústria do têxtil e do vestuário com todas as suas consequências para os trabalhadores e o País.
Basta!
A actual situação dos têxteis e vestuário – à semelhança do que já aconteceu na agricultura, nas pescas e noutras indústrias e sectores estratégicos da produção nacional – é uma denúncia dos efeitos da concorrência capitalista e da incessante cavalgada para a liberalização dos mercados, onde quem sempre perde são os trabalhadores e quem sempre ganha são os grandes grupos económico-financeiros.
Situação que demonstra que é necessária uma nova política, que aposte na produção nacional, no emprego com direitos, na valorização do trabalho e dos salários e pensões e que dê resposta urgente às necessidades dos trabalhadores e das populações. Uma política que só o PCP pode protagonizar.