Estudantes contra fim de estágios remunerados
Os estudantes do ramo educacional e das licenciaturas de ensino estão contra as alterações aprovadas pelo Governo, nomeadamente o fim das aulas com turmas do básico e secundário e da remuneração pelo seu trabalho.
Os alunos da via de ensino «estão em desvantagem em relação às outras carreiras»
O Governo aprovou na semana passada alterações ao modelo de estágios pedagógicos, que prevê o fim da leccionação de aulas pelos professores estagiários e o pagamento de remuneração. Em vez disso, estes professores têm de pagar propinas no seu estabelecimento de ensino e suportar sozinhos todas as despesas do estágio, como deslocações, alimentação e alojamento. O ano de estágio deixa de ser contabilizado como tempo de serviço.
A medida é contestada pelas associações de estudantes, que consideram que se trata de um «retrocesso na qualidade da formaçäo dos alunos que seguem a via da docência com estágio profissionalizante e, consequentemente, um grave retrocesso na qualidade de ensino em Portugal», como se lê na carta de repúdio que entragaram na Assembleia da República.
«Num Estado que se pretende de direito, todo o trabalho deve ser remunerado, não podendo ser excepção a situação do professor estagiário, que presta serviço público, em escolas públicas», sublinham as AEs, lembrando que a acumulação de propinas e custos colocará os alunos «numa situação precária ou mesmo impeditiva na frequência dos estágios».
Mais protestos
«É absolutamente inadmissível que o Governo proceda a estas alterações numa época em que os estagiários estäo a estudar», afirmou Fernando Gonçalves, presidente da Associação Académica de Coimbra.
Rafael Figueiredo, também dirigente da AAC, afirmou que a não atribuição de uma turma aos estagiários vai «agravar a qualidade de formação dos futuros professores e contribuir para aumentar o insucesso escolar».
«A educação é um pilar essencial e estruturante do desenvolvimento, o Estado não pode deixar de investir neste sector», defendeu o dirigente, observando que as poupanças obtidas com estas medidas säo pouco significativas.
Durante as comemorações oficiais do 10 de Junho, realizadas em Guimarães, um grupo de estudantes manifestou-se contra a decisão do Governo. Norberto Sousa, estudante de Matemática, criticou a opção do Governo em «cortar na formação dos professores» num momento em que Portugal precisa de apostar na educação e melhorar a qualidade dos seus recursos humanos, em declarações à Agência Lusa.
Para os manifestantes, os alunos da via de ensino «estão em desvantagem e em profunda injustiça em relação às outras carreiras e profissões». «O carácter teórico dos vários cursos de ensino já se alonga por quatro anos, sendo por isso desnecessário adicionar-lhe mais um, que, de prático, terá pouco ou quase nada», acrescentam.
A medida, aprovada no dia 2 em Conselho de Ministros no âmbito do Plano de Estabilidade e Crescimento, prevê que os estágios pedagógicos do ramo educacional e das licenciaturas de ensino, quando realizados em estabelecimentos de ensino não superior, não têm direito a qualquer remuneraçäo. O Governo entende que estes estágios assumirão a forma de «prática pedagógica supervisionada», pelo que «näo dão lugar à atribuição de uma turma aos alunos estagiários» do ramo educacional e das licenciaturas de ensino.
A medida é contestada pelas associações de estudantes, que consideram que se trata de um «retrocesso na qualidade da formaçäo dos alunos que seguem a via da docência com estágio profissionalizante e, consequentemente, um grave retrocesso na qualidade de ensino em Portugal», como se lê na carta de repúdio que entragaram na Assembleia da República.
«Num Estado que se pretende de direito, todo o trabalho deve ser remunerado, não podendo ser excepção a situação do professor estagiário, que presta serviço público, em escolas públicas», sublinham as AEs, lembrando que a acumulação de propinas e custos colocará os alunos «numa situação precária ou mesmo impeditiva na frequência dos estágios».
Mais protestos
«É absolutamente inadmissível que o Governo proceda a estas alterações numa época em que os estagiários estäo a estudar», afirmou Fernando Gonçalves, presidente da Associação Académica de Coimbra.
Rafael Figueiredo, também dirigente da AAC, afirmou que a não atribuição de uma turma aos estagiários vai «agravar a qualidade de formação dos futuros professores e contribuir para aumentar o insucesso escolar».
«A educação é um pilar essencial e estruturante do desenvolvimento, o Estado não pode deixar de investir neste sector», defendeu o dirigente, observando que as poupanças obtidas com estas medidas säo pouco significativas.
Durante as comemorações oficiais do 10 de Junho, realizadas em Guimarães, um grupo de estudantes manifestou-se contra a decisão do Governo. Norberto Sousa, estudante de Matemática, criticou a opção do Governo em «cortar na formação dos professores» num momento em que Portugal precisa de apostar na educação e melhorar a qualidade dos seus recursos humanos, em declarações à Agência Lusa.
Para os manifestantes, os alunos da via de ensino «estão em desvantagem e em profunda injustiça em relação às outras carreiras e profissões». «O carácter teórico dos vários cursos de ensino já se alonga por quatro anos, sendo por isso desnecessário adicionar-lhe mais um, que, de prático, terá pouco ou quase nada», acrescentam.
A medida, aprovada no dia 2 em Conselho de Ministros no âmbito do Plano de Estabilidade e Crescimento, prevê que os estágios pedagógicos do ramo educacional e das licenciaturas de ensino, quando realizados em estabelecimentos de ensino não superior, não têm direito a qualquer remuneraçäo. O Governo entende que estes estágios assumirão a forma de «prática pedagógica supervisionada», pelo que «näo dão lugar à atribuição de uma turma aos alunos estagiários» do ramo educacional e das licenciaturas de ensino.